quinta-feira, novembro 04, 2010

A cultura do ódio

Muito se fala e se critica a crispação que existe entre o PS e o PSD. O próprio Presidente da Republica em exercício usa esse clima de crispação como leitmotiv da sua campanha eleitoral.
Mas ainda não ouvi ninguém referir-se à génese dessa crispação e não é preciso pensar muito para a identificar: O ódio a Sócrates.
Logo na primeira campanha a que se candidatou a primeiro-ministro, o seus opositores não acharam nada melhor do que pôr a correr o boato de que era homossexual. Lembram-se do colo glosado por Santana Lopes? E de quem terá sido a ideia de envolver Ferro Rodrigues no processo Casa Pia, alguns meses antes?
De facto, as crispações entre partidos são um problema complicado. Valha-nos a Presidência da República cuja intervenção se fica por inventar escutas para derrubar um governo, por mero acaso chefiado por José Sócrates.
O episódio da licenciatura que fez rebolar de gozo a boçalidade nacional, também nada tem a ver com o ódio a Sócrates... E que dizer do Freeport, essa armadilha jurídica, urdida por militantes da CDS e do PSD, que durante mais de cinco anos tentou queimar o primeiro-ministro?
É verdade que a crispação na vida pública não faz bem a ninguém. Mas o cinismo dos que se fingem escandalizados e ao longo dos anos tudo fizeram para a perpetrar, também não.

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