Cavaco Silva, a surpresa da campanha
Não me lembro de Cavaco Silva ter feito nada de particularmente relevante para o país enquanto presidente e, como primeiro-ministro, as negociatas dos amigos que promoveu são exemplo do que são capazes os melhores alunos da escola cavaquista.
Embora a memória não me ajude, admito que em algum momento de distracção tenha tido iniciativas meritórias, durante os quinze anos que leva nos mais altos cargos da nação. Porém, do que não tenho dúvidas, é de que raramente concordo com o que diz. Nem tanto pelo que diz, mas pela falta de convicção. Embora queira alardear que não é político, Cavaco Silva soa mais a falso do que aqueles que ele insinua serem. Mas o seu pecado maior é obedecer sempre ao princípio da sua conveniência, não à conveniência do país.
Tomado por um desespero que as sondagens não ajudam a compreender, o seu comportamento nesta campanha é um exemplo flagrante da subordinação dos interesses do país às suas conveniências pessoais, com relevo para o abrir de pernas ao FMI e os favores explícitos ao ensino privado.
Embora a memória não me ajude, admito que em algum momento de distracção tenha tido iniciativas meritórias, durante os quinze anos que leva nos mais altos cargos da nação. Porém, do que não tenho dúvidas, é de que raramente concordo com o que diz. Nem tanto pelo que diz, mas pela falta de convicção. Embora queira alardear que não é político, Cavaco Silva soa mais a falso do que aqueles que ele insinua serem. Mas o seu pecado maior é obedecer sempre ao princípio da sua conveniência, não à conveniência do país.
Tomado por um desespero que as sondagens não ajudam a compreender, o seu comportamento nesta campanha é um exemplo flagrante da subordinação dos interesses do país às suas conveniências pessoais, com relevo para o abrir de pernas ao FMI e os favores explícitos ao ensino privado.
Qual Alberto João, Cavaco vai chamando loucos e desonestos às sombras que se atravessam na sua caminhada para Belém. Quando chegar, talvez já não encontre os resquícios da honorabilidade que jura ter lá deixado e é velho demais para voltar a nascer…
Até aqueles que não esperavam dele nada de positivo se surpreendem com nível a que desceu, arriscando-se a perder, além do voto, o único trunfo de um político-não-político: o respeito pessoal.
Este é sem dúvida o fenómeno mais importante e a grande surpresa desta campanha eleitoral.
Até aqueles que não esperavam dele nada de positivo se surpreendem com nível a que desceu, arriscando-se a perder, além do voto, o único trunfo de um político-não-político: o respeito pessoal.
Este é sem dúvida o fenómeno mais importante e a grande surpresa desta campanha eleitoral.
6 Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
Já agora, alguem se lembra do que ele fez ou deixou fazer, como primeiro-ministro, aos largos milhões do Fundo Social Europeu?
Se quiserem, eu relembro...
Subscrevo.
Meu Caro,
Excelente!
Fiz link para "A Carta a Garcia".
Obrigado,
OC
Eu lembro-mo de alguns locais/coisas em que desperdiçou as dezenas de milhares de milhões de contos recebidos da então CEE: O Centro Comercial de Belém, uma espécie de obelisco de folha de Flandres em Condeixa, um troço da autoestrada A8 sem portagem entre as Caldas e o Bombarral, o abandono da agricultura para entregar as terras para coutadas dos amigos, a destruição da nossa marinha mercante, a destruição da frota pesqueira, o parque de ferraris do vale do Ave, a chafurdice dos dinheiros do Fundo Social Europeu. Chega ou é preciso mais?
Cavaco Silva, para muitos portugueses, se for reeleito, será certamente mais um factor de crise, instabilidade e inquietação acrescidas. Para outros tantos, admito, tal perspectiva não será verdadeira. Porém, vejamos. No periodo 2005/2011, Cavaco empossado em Março/2006, superintendeu quase toda a governação de Sócrates. Que iniciativas tomou para alterar o rumo do país, sobretudo a partir das legislativas de 2009? Nada, apenas, "boas intenções", "piedosos propósitos" e "contemporizações". Cavaco Silva mostrou, à saciedade, não ter perfil, competência e capacidade para lidar com situações de alta pressão politica e social, numa altura em que, estando o PS/Sócrates seriamente fragilizados mais se impunha uma intervenção soberana para não deixar "deslizar" o poder politico e a governação para a tomada de medidas drásticas e extremamente penalizadoras das empresas e cidadãos mais carenciados e desprotegidos.
Sabemos agora, pelo menos, três razões adicionais que levaram Cavaco Silva a não se assumir :
1ª) A inexistência de qualquer alternativa de governação válida.
2ª) O medo da instabilidade social e politica provocado por ele próprio.
3ª) O medo de colocar em risco a sua reeleição.
Haja quem me convença do contrário.
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