“E da próxima vez será pior”
Da CGTP ao Ministro da Administração
Interna, de António José Seguro a Cavaco Silva, ninguém poupou na água benta para
limpar as nódoas que um olhar mais rigoroso pudesse descortinar na carga policial
sobre os manifestantes de S. Bento.
Porém, como ontem já alertei, nestes casos, ninguém
fica bem na fotografia, e os relatos
sobre excessos policiais e detenções
ilegais, já se fazem ouvir.
De facto, aguentar o apedrejamento até esgotar
as pedras da calçada, só pode considerar-se uma “actuação
adequada” a desculpar a reacção que se
seguiu.
Se os polícias fossem bombeiros saberiam
que é mais fácil dominar um incêndio quando começa, pressupondo que o querem
apagar...
1 Comentários:
Muito bem observado:"é mais fácil dominar um incêndio quando começa, pressupondo que o querem apagar...".
Por mero acaso, encontrei-me no centro do furacão, do qual escapei por uns 2 ou 3 minutos.
O espetáculo oferecido de borla por umas dúzias de miudos não é abonatório nem para eles, nem para a polícia.
Para eles, porque ninguém os leva a sério, apesar de todas as razões de queixa que possam ter da democracia que lhes deixámos.
Para a polícia, porque o que se seguiu e que as televisões já não mostraram não abona a favor da paciência e do patriotismo das forças de segurança.
É certo que a atuação da polícia está a séculos de distância das intervenções do grupo terrorista de outros tempos, chamado "polícia de choque". Mas a caça ao "terrorista" que se seguiu à performance televisiva e que levou a polícia a interpelar dezenas de pessoas a 2/3 kms de distância dos acontecimentos também não abona nada a seu favor, nem nos deve deixar tranquilos quanto a futuras ações intimidatórias.
Tanto mais que a mais violenta reação vai verificar-se quando os pacatos cidadãos tiverem entre mãos o recibo de vencimento do próximo mês de fevereiro.
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