"Saímo-nos bem"

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, reconheceu ontem na Assembleia da República que na semana passada o sistema financeiro português esteve em grande risco.

"O BES esteve no fio da navalha [prestes a falir], mas saímo-nos bem. Na sexta-feira estivemos [o sector] em cima do risco sistémico”"

Carlos Costa, que  ainda há dias garantia a solidez do banco e só actuou após o Banco Central Europeu ter fechado a torneira do crédito ao BES, foi ao parlamento justificar-se, tentando minimizar os danos provocados pela  tardia actuação do Banco de Portugal.

Basicamente, confessa que não sabia de nada, como se a ignorância do regulador sobre o que se passa no sector que é suposto regular fosse atenuante. Não é.

Se não sabia, devia saber e há provas de que há mais de um ano sabia com quem estava a lidar: O BES era presidido por um cidadão reincidente em tentar fugir ao fisco com milhões de euros. Veio nos jornais. 

Carlos Costa não o podia ignorar, como ignorou, deixando-o continuar a afundar o banco, ameaçando a estabilidade de todo o sistema financeiro, como tardiamente reconhece.

"Saimo-nos bem", garante ele, mas já sabemos  o que valem as suas garantias.

Perguntem aos pequenos accionistas do BES...