Ao sabor das conveniências
Todos se lembram da descasca que a ministra das finanças deu ao governador do banco de Portugal, quando depôs na Comissão de Inquérito ao BES, atirando para cima de Carlos Costa toda a responsabilidade do processo que culminou com o desmantelamento do maior banco privado português.
Posteriormente, Passos Coelho, quiçá "iluminado" por alguma estrela de Belém, veio publicamente atirar todas as culpas para a administração do BES, ilibando totalmente Carlos Costa da trapalhada que arranjou.
Esta intervenção de Pedro Passos Coelho consubstancia em si mesma uma violação grosseira da constituição por condicionar e interferir nos trabalhos de uma Comissão de Inquérito da Assembleia da República.
Que o PSD mude de posição, conforme os ventos que sopram de Bruxelas, de Boliqueime, ou do Funchal, não é propriamente uma surpresa.
Porém, quando um primeiro-ministro pressiona o julgamento de uma comissão de inquérito da Assembleia da República, está a invadir as competências de outro órgão de soberania, e é a própria democracia que está em causa.
Convocar eleições, é uma questão de sobrevivência.
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