domingo, junho 19, 2005

Já se sabia...

Ao comentarmos o NÃO do referendo francês, dissemos que, tal como a conhecíamos, a Europa tinha acabado e acrescentámos que ninguém sabia o que aconteceria a seguir.

Vozes que muito prezo discordaram, garantindo que tudo continuaria como dantes, “Quartel-General em Abrantes”.

Pouco depois o ministro dos estrangeiros inglês dizia que o resultado dos referendos francês e holandês sobre o tratado constitucional europeu levantava questões sérias sobre a direcção que a União Europeia devia tomar. Perante as minhas inquietações, mais uma vez, me asseguraram que estava aí o tratado de Nice para manter a Europa a funcionar.

E por aí fora. No ultimo mês não houve ninguém que não se pronunciasse sobre as consequências do não. Para alguns era a desgraça: “Como a breve prazo se verá, o Não francês foi uma tragédia para Portugal”, escrevi eu na altura.
Porém, não esperava que me dessem razão tão cedo: Sem tratado aprovado, fundos bloqueados. É o que resulta da última cimeira europeia.

3 Comentários:

Às 19/06/05, 09:49 , Anonymous Anónimo disse...

É domingo. Está calor. Gostaria de ir dar um mergulho a Carcavelos, mas a distância a que me encontro não mo permite. Assim, vou pôr-me ao fresco na a praia que tenho à mão, fluvial e a dois passos de casa. Mas, antes de sair, ainda vou aqui botar duas, como se diz naquela bela cidade do Porto.
Wait and see, dear fellow. A Europa manca, porque lhe deram uma canelada (mais uma!) – não era de esperar melhor dos amigos de Bush – mas ainda está de pé e a andar.
As questões em aberto – orçamento, constituição etc. – pertencem ao «futuro». Por enquanto ainda não sinto a necessidade de comprar a tal corda para por ao pescoço.
Optimismo a mais? Vamos ver. Nos tempos que correm, «não me posso dar ao luxo de ser pessimista» (Bertrand Russell).

 
Às 19/06/05, 12:41 , Blogger José Ferreira Marques disse...

Diz-me lá onde fica esse rio. O Sena deve estar poluído e o Marne é traiçoeiro. Costuma ser uma pista para os alemães...

Grandes banhos!
Um abraço.

 
Às 20/06/05, 16:27 , Anonymous Anónimo disse...

Ao domingo esquivo-me às andanças do quotidiano e... «não vou por ali.» «Só vou por onde me levam os meus próprios passos».
Foi numa daquelas saídas sem norte que, há três ou quatro anos atrás, fui dar, por mero acaso, a Isle d’Adam. É uma pequena cidade, na margem esquerda do Oise, a pouco mais de 30 quilómetros de Paris. As suas origens de domínio senhorial, a belíssima ponte do século XVI que a liga ao burgo da outra banda, a praia fluvial e os enormes maciços florestais que a envolvem dão-lhe um charme de carta postal que atrai multidões (das quais eu fujo como o diabo da cruz), nos dias de calor.
As minhas saídas a Isle d’Adam raramente são dedicadas à cidade. O que me atrai, ali, é um caminho de terra batida por onde não passou Cristo, é a sombra dos plátanos centenários que guardam a margem, é o campo de trigo, são as cores que se vislumbram na curva do rio, é a ilha, são os patos selvagens – nos dias de sorte, os gansos – que, de pernas fincadas e asas abertas, vêm pousar na água com a mesma suavidade com que os aviões pousam nas pistas. E todo este espectáculo a menos de dois quilómetros do centro da cidade.
Quem vem a Paris traz, em geral, outras prioridades. Mas se, quando cá vieres, quiseres conhecer Isle d’Adam, será com prazer que lá te levarei.
Um grande abraço.

VHC

 

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