O meu Presidente
Recupera-se para a actualidade um texto aqui publicado há uns meses:
O meu Presidente tem de ser um defensor da democracia.
Com provas dadas, de preferência.
O meu Presidente tem de ser um defensor da liberdade.
Inequivocamente, de preferência.
O meu Presidente tem de ser respeitado pelos portugueses.
E no estrangeiro, de preferência.
O meu Presidente tem de ser europeísta.
E federalista, de preferência.
O meu Presidente tem de ser claro quando fala.
E sem tabus, de preferência.
O meu Presidente tem de ser inteligente.
E culto, de preferência.
O meu Presidente tem de ser um político e homem de estado.
Sem se preocupar com outras carreiras, de preferência.
O meu Presidente é Mário Soares.
De preferência.
4 Comentários:
O "de preferência" no final do texto faz todo o sentido.
é que com esses requisitos encontram-se uma boa dezena, pelo menos, de candidatos.
E já agora não seria interessante falar do argumento hiper-demagógico da questão da reforma do Cavaco?
Não lhe soa já a desespero de causa soarista?
Não lhe soa a argumentozinho de politicozinho profissional?
abraço,
Mas o post está bom até o Kipling aplaudiria.
Até logo.
Caro Patrick:
A reforma de Cavaco Silva é assunto menor e só serviu para confrontar o candidato com as suas contradições. Ele é que deu o flanco ao afirmar que não era político.
As razões que o levaram a fazer essa afirmação é que podem ser preocupantes, conforme expliquei no texto aqui publicado em 28.10.2005 – "O outro lado da barricada".
A falta de transparência que o caracteriza será apenas uma questão de estilo, como garante o Pacheco Pereira, mas isso só é válido para os que têm fé.
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