quarta-feira, novembro 16, 2005

Poligamia (ou os netos de Ben Bella, parte II)

Quando aqui em baixo afirmámos que “a inclusão dos imigrantes numa sociedade não se pode fazer contra os valores dessa sociedade” estávamos também a falar disto:

tout le monde s'étonne : pourquoi les enfants africains sont dans la rue et pas à l'école? Pourquoi leurs parents ne peuvent pas acheter un appartement ? C'est clair, pourquoi : beaucoup de ces Africains, je vous le dis, sont polygames. Dans un appartement, il y a trois ou quatre femmes et 25 enfants.”

Esta afirmação é de Hélène Carrère d'Encausse, secretária vitalícia da Academia Francesa, que aponta a poligamia como uma das causas do surto de violência nos subúrbios de Paris. “Esta gente vem directamente das suas aldeias africanas. Ora a cidade de Paris e as outras cidades europeias não são aldeias africanas”, acrescentou, alertando para o choque cultural que aqueles imigrantes enfrentam ao chegar à Europa.


Embora a poligamia seja proibida e punida com prisão em França, os poderes públicos tem-se mostrado permissivos com quem a pratica ("étrangement laxistes"). Porém, uma vez conhecida a sua situação familiar, a possibilidade de um trabalhador polígamo arranjar emprego é praticamente nula, tornando-se presa fácil da marginalidade.

(Le Monde)

1 Comentários:

Às 16/11/05, 23:12 , Anonymous Anónimo disse...

Madame d’Encausse, é uma figura de vulto em ciências políticas e grande conhecedora da história da Rússia imperial (de onde são originários os seus ascendentes) assim como da ex-União Soviética. Mas, na minha modesta opinião, não é com ela que eu aprendo coisa que valha sobre este assunto. Fazer coro com Monsieur Larcher, ministro delegado para os assunto do trabalho, e destacar a poligamia – que existe, de facto, mas no seio de etnias que têm um peso irrisório nos 4,5 milhões de estrangeiros – da problemática da “banlieue”, é como olhar só para a árvore que esconde a floresta.
No mesmo jornal (Le Monde) pude ler as opiniões de especialistas e pesquisadores como Eric Macé (no debate “Banlieues: des territoires abandonnés?”) e Eric Marlière (“Qui sont les jeunes en colère?”), de entre outros, as quais me mereceram muito mais crédito.

 

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