O dia em que as caravelas partiram
Podia ser do nevoeiro que cobria os morros da outra banda, mas o sol ainda não batia na Calçada da Ajuda, quando o primeiro soldado da GNR entrou na cavalariça. O esquadrão, que os cortes do orçamento tornavam invisível, não podia fazer má figura quando escoltasse o novo senhor, na cavalgada entre os Jerónimos e o Palácio. Havia que limpar os cavalos, ver se faltavam cravos nas ferraduras, inspeccionar os arreios e puxar o lustro aos cabedais.
À mesma hora, do outro lado do Tejo, zarpava do Alfeite uma fragata municiada com granadas de pólvora seca para a salva da praxe.
Em terra, enquanto a guarda de honra, com tropas de terra, mar e ar, ocupava a escadaria do Palácio de S. Bento, lá dentro a banda da GNR afinava o hino Nacional.
Estava tudo a postos e por toda a cidade a polícia desmembrava-se em correrias, transportando os convidados para as cortes.
Ia a meio a manhã, quando Maria Cavaco Silva saiu do automóvel e viu caravelas no Tejo. Se não era o Gama, nem o desnorteado do Cabral, quem mais poderia ser senão os velhos do Restelo que nunca se afastavam de Belém?
À mesma hora, do outro lado do Tejo, zarpava do Alfeite uma fragata municiada com granadas de pólvora seca para a salva da praxe.
Em terra, enquanto a guarda de honra, com tropas de terra, mar e ar, ocupava a escadaria do Palácio de S. Bento, lá dentro a banda da GNR afinava o hino Nacional.
Estava tudo a postos e por toda a cidade a polícia desmembrava-se em correrias, transportando os convidados para as cortes.
Ia a meio a manhã, quando Maria Cavaco Silva saiu do automóvel e viu caravelas no Tejo. Se não era o Gama, nem o desnorteado do Cabral, quem mais poderia ser senão os velhos do Restelo que nunca se afastavam de Belém?
1 Comentários:
—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Lusíadas, Canto IV, est. 95
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial