“A fronteira do aborto”
O referendo de há seis anos foi convocado na sequência de um pacto vergonhoso entre os líderes dos dois maiores partidos, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa, “para aplacar a ira da Igreja católica e do ultraconservador lobby médico, face a uma reforma progressista da lei que o Parlamento já havia aprovado, e só serviu para dividir o país e perpetuar uma situação humilhante para as mulheres, que se mantém até hoje, quando apenas 1.000 das 20.000 portuguesas que abortam cada ano o fazem de maneira legal e segura.”
Aqueles dois líderes desempenharam a preceito o papel de Pilatos, mas obtiveram resultados desastrosos: O referendo passou ao lado do país e não serviu para nada, pois votaram apenas 31% dos eleitores, longe dos 50% que a lei exige para um referendo ser vinculativo.
Que a sensatez de que José Sócrates e Marques Mendes deram provas ao apoiarem a proposta para um novo referendo tenha eco no presidente Cavaco Silva, “um árbitro com influência, que prometeu pôr-se do lado dos mais desprotegidos e tem agora a ocasião de demonstrá-lo. As mulheres portuguesas não podem continuar submetidas a uma legislação anacrónica, perigosa e humilhante, e Portugal no deve permitir-se presidir à União Europeia no segundo semestre de 2007 sem resolver essa injustiça.”
(El País)
Aqueles dois líderes desempenharam a preceito o papel de Pilatos, mas obtiveram resultados desastrosos: O referendo passou ao lado do país e não serviu para nada, pois votaram apenas 31% dos eleitores, longe dos 50% que a lei exige para um referendo ser vinculativo.
Que a sensatez de que José Sócrates e Marques Mendes deram provas ao apoiarem a proposta para um novo referendo tenha eco no presidente Cavaco Silva, “um árbitro com influência, que prometeu pôr-se do lado dos mais desprotegidos e tem agora a ocasião de demonstrá-lo. As mulheres portuguesas não podem continuar submetidas a uma legislação anacrónica, perigosa e humilhante, e Portugal no deve permitir-se presidir à União Europeia no segundo semestre de 2007 sem resolver essa injustiça.”
(El País)
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