O Estado da Cidadania
Anda por aí algum alvoroço provocado por um estudo cujas conclusões, se fossem levadas mesmo a sério, implicariam o internamento de mais de metade da população portuguesa para tratamento psiquiátrico. Se bem que, depois das overdoses de “plano inclinado” que lhe têm sido ministradas, os resultados encrespados não sejam de todo surpreendentes...
Ora vejam lá:
- 94% não confia nos governos (mas votam neles…)
- 90% não confia nos partidos (e votam neles…)
- 89% não confia na Assembleia da República (que elegem…)
- 70% não confia nos tribunais, nem nos sindicatos, nem na Administração Pública, nem…
- Mais de 40 % não quer saber da política nacional ou local…
Porém, a cereja no topo do bolo é esta pérola:
- 46% considera que as condições económicas e sociais são piores do que antes do 25 de Abril de 1974…
- 90% não confia nos partidos (e votam neles…)
- 89% não confia na Assembleia da República (que elegem…)
- 70% não confia nos tribunais, nem nos sindicatos, nem na Administração Pública, nem…
- Mais de 40 % não quer saber da política nacional ou local…
Porém, a cereja no topo do bolo é esta pérola:
- 46% considera que as condições económicas e sociais são piores do que antes do 25 de Abril de 1974…
Para explicar este estertor final, dou a palavra a Eduardo Pitta:
“Antes de Abril de 1974, a pequena-burguesia vivia em casas arrendadas, não tinha carro, não era titular de cartões de crédito, punha os filhos no ensino público, via cinema do 2.º balcão, bebia galões, comia um bife de quinze em quinze dias, ia ao Parque Mayer, fazia férias em Monfortinho, jantava fora quatro vezes por ano e mandava virar os colarinhos das camisas. Os mais afoitos iam a Badajoz comprar caramelos uma vez por ano. Hoje chama-se classe-média à pequena-burguesia. Essa classe-média comprou casas com lareira e jacuzzi, um carro por cabeça (os rebentos compram carro antes de arranjar emprego), não vive sem cartões de crédito, põe os filhos no ensino privado, vê novelas em home cinema, bebe DOC, alimenta-se de cozinhas de fusão, é habitué do Pavilhão Atlântico, faz férias no Brasil e na República Dominicana, janta fora todos os fins-de-semana e veste roupa importada. Dito de outra maneira, arranjou uma pipa de problemas. Sendo os salários o que são, não admira que ande (com razão) a ranger os dentes.”
Nota: Não se pretende pôr em causa o estudo referido, que contém propostas interessantes para tentar melhorar o estado de calamidade a que chegou a cidadania.
1 Comentários:
Acudam-nos que estamos a se atacados por loucos que fugiram do manicómio!!!
Acudam-nos, a todos nós que ainda mantemos alguma sanidade mental!!!
PS.
Resta-me a satisfação de ver um dia todos os responsáveis por esta calamidade atrás das grades.
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