Cronologia de um crime

Quinta-feira, 31 de Julho de 2014

- Durante a manhã, o Governo aprova uma lei para permitir a solução que foi aplicada ao BES (BES bom e BES mau).

Alguém deixou escapar esta informação (privilegiada) e a derrocada das ações do BES começa de imediato.

Sexta-feira, 1 de Agosto de 2014

- A derrocada das ações do BES continua até à sua suspensão pelas 15:42.

Sábado, 2 de Agosto de 2014

- Marques Mendes anuncia na televisão, ao pormenor, a solução que vai ser adotada para o BES (BES bom e BES mau)

Domingo, 3 de Agosto de 2014, 22:45

- Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, confirma o anunciado por Marques Mendes na véspera.

Quinta-feira, 7 de Agosto de 2014

- Carlos Costa diz na comissão da Assembleia da República que só tomou a decisão na sexta-feira, após o fecho do mercado... 

Sexta-feira, 8 de Agosto de 2014

"A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) reiterou nesta sexta-feira que suspendeu as acções do BES depois das 15h de sexta-feira passada porque só nessa altura teve conhecimento de "iminentes desenvolvimentos", garantindo desconhecer outras decisões que "tudo indica" influenciaram os preços dos títulos."

"...garante ainda que "em momento anterior não foi informada sobre outras decisões tomadas relativas ao BES e que, tudo indica, influenciaram a formação dos preços".

Concluindo: O Banco de Portugal e a Ministra das Finanças cozinharam a solução para o BES e não informaram a CMVM. 

Não se sabe quem  foi a garganta funda que soprou esta dica para o mercado, mas resulta claro que, ao permitirem a negociação de ações do BES durante dois dias, após de terem aprovado a lei para dividir o banco, o Governo e o banco de Portugal tornaram-se responsáveis pelo trambolhão bolsista que precipitou a insolvência do BES.