Uma voz do passado
Conheci-o politicamente quando Sá Carneiro o escolheu para ministro das finanças. Nunca lhe dei o meu voto, porque sempre o considerei um político pouco identificado com o regime saído do 25 de Abril. A sua recusa em usar o cravo vermelho nas celebrações da revolta dos capitães é sintomática de cinismo com que exerceu os cargos na democracia que a revolução proporcionou.
Embora tardiamente, a maioria dos portugueses acabou por ver o homem escondido por detrás da máscara da hipocrisia, atirando-o para níveis de impopularidade absolutamente inconcebíveis naquele cargo.
Não tenho por hábito ouvir as suas declarações ao país. A última que me despertou alguma curiosidade terá sido a que o levou a interromper as férias para vetar o estatuto dos Açores, onde haveria um artigo a mexer-lhe no umbigo.
Como tal, também não acompanhei a sua mensagem de Ano Novo, que deveria ser meramente que protocolar, mas, como vem sendo hábito, serviu para destilar a raiva que o acometeu por ter sido obrigado a dar posse ao actual governo.
Não deixa saudades.
Bom Ano!
Bom Ano!
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