Reencontros, ou o bom filho à casa torna ...
Desta vez, Marcelo não se mostrou a beijar velhinhas lacrimejantes, nem passeou por paisagens fumarentas, acompanhado por autarcas a culpar o governo pelos atropelos florestais nas áreas das respectivas autarquias. Este filme já estava muito visto.
Agora foi ao Primeiro Congresso dos Gestores Portugueses. Porém, em vez de falar para gestores, falou para empresários, como se fossem a mesma coisa. Não são, os gestores são empregados dos empresários. Pode parecer semântica, mas não é. Os empresários são capitalistas, isto é, são os que arriscam, investindo capital nas empresas. Os gestores gerem, não arriscam nada.
A intervenção de Marcelo dirigiu-se a capitalistas e fez suas as dores dos detentores do capital na crítica ao orçamento para 2018: favorecer os desfavorecidos em vez dos privilegiados. Um crime, no entender das associações patronais e respectivos peões de brega, os ditos gestores.
O alinhamento de Marcelo com eles só é surpresa para quem acredita em milagres. Ao reivindicar fatias do dinheiro dos contribuintes para "motivar" os empresários, Marcelo enquanto presidente da República Portuguesa está a dizer ao país qual é a sua barricada. Sempre pertenceu à classe dominante deste país e, cedo ou tarde, isso havia de vir ao de cima. As selfies e os beijinhos nas velhotas são manobras típicas de personagens elitistas que de vez em quando até são capazes de vestir calças de ganga e calçar botas, fingindo que se sentem bem entre o povoléu.
Pura demagogia. Quando sentem os privilégios do seu grupo ameaçados, não há máscara que se aguente.
2 Comentários:
Certo ! Mas estes só não os topa quem anda distraido. E, com mais ou menos populismo pelo meio, não deixam de ser coerentes com a sua matriz ideológica, que é tão legitima como outra qualquer. Pior é ver o ouvir socialistas encartados a fazer coro nas hosanas parlamentares e públicas a esse grande expoente da fuga organizada aos impostos, entre outras celebradas malfeitorias, que deu pelo nome de Belmiro de Azevedo. Ontem tive orgulho no PCP.
MRocha
Ora! Ora!
Então, a que propóstio é que o sr. Marcelo haveria de se ter transformado num arauto indefetivel dos pobrezinhos e dos que trabalham?! Como é que se poderia ter pensado num sr. Marcelo a aconselhar os empreendedores a empreenderem sem a mãozinha do Estado que foi sempre o eu grande protetor?!
Ora!
Que grande "falta de respeito" votar contra um voto de pesar pelo desaparecimento de uma tão importante figura nacional!
Sr. Marcelo, onde estão as condecorações a todos aqueles que lutaram, morreram e ofereceram toda a sua vida na luta contra o terror? Não sabe onde estão? Eu digo-lhe: no peito orgulhoso de todos esses empreendedores a quem o sr. tanto defende.
No caso de ter alguma dúvida, aqui tem, à sua frente, alguém que nunca votou, nem votará em si.
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