Cuba - Estados Unidos, um afastamento contra natura
A distância entre Havana e Miami é de 366 quilómetros, cerca de metade da distância entre Lisboa e Madrid e pouco
mais que entre Lisboa e Porto. No entanto, a distância entre Havana
e o ponto mais meridional do Estado da Florida, Key West, é de apenas 166 quilómetros,
bem menos do que a distância entre Lisboa e qualquer ponto da fronteira espanhola...
Como é que dois países tão próximos ficaram tantos anos tão
distantes?
A revolução cubana, nunca compreendida pelos Estados Unidos,
a crise dos misseis de 1963, a escalada da Guerra no Vietname, seguida da détente entre os Estados Unido e a União
Soviética, ajudam a explicar o tardio reatamento das relações diplomáticas
entre os dois vizinhos.
O que se estranha é que tenha sido necessário esperar mais
de duas décadas após a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética para
que os Estados Unidos acabassem com o embargo isolacionista que impuseram a
Cuba e estendessem a mão ao seu vizinho do sul.
O embargo a Cuba, decretado pelo presidente Eisenhower em
fim de mandato, ficará para a história como uma manifestação de abuso de poder
de um país sobre outro, em violação do direito internacional e de várias
recomendações das Nações Unidas. Nada de que um país que se reclama da
liberdade e da democracia se possa orgulhar.
Vale mais tarde que nunca, dir-se-á. No entanto fica a
sensação de que há muito esta injustiça poderia ter sido corrigida.
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