O imbróglio do governador
Há um ano, o governador do banco de Portugal surpreendeu o país ao dividir o Banco Espírito Santo em dois: um "banco mau", constituído pelas dívidas e sequelas dos maus negócios da sua administração, e um "banco bom", agregando o património, depósitos e créditos sobre terceiros.
O velho Banco Espírito Santo passou a ser o "banco mau". Ao "banco bom" chamaram Banco Novo.
Apesar de ter ficado com a parte boa do BES, o Banco Novo recebeu 4900.000.000 (quatro mil e novecentos milhões) de euros do Fundo de Resolução, montante que, segundo garantia do governo, nunca afetaria os contribuintes. Como o Fundo de Resolução não tinha tamanha verba, já se vê donde saiu o dinheiro. Caiu do céu...
Desde o principio ficou claro que o Banco Novo era para vender, destinando-se o valor da venda a amortizar a verba falsamente retirada do Fundo de Resolução.
Embora os concorrentes à compra do Banco Novo nem sequer se tenham aproximado daquela verba, o governo, como é seu timbre, está a pressionar o Banco de Portugal para vender o banco de qualquer maneira antes de começar a campanha eleitoral, antevendo-se mais um negócio ruinoso para o país.
Apresentada como uma boa solução para o colapso do grupo Espírito Santo, o processo de extinção do BES - foi disso que se tratou - nunca foi consensual nem pacífico, e não melhora com o tempo.
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