Clássicos, antes da morte

Ontem Ingmar Bergman hoje Michelangelo Antonioni.

O exemplo de Felgueiras

Os arruaceiros que agrediram Francisco Assis, quando este dirigente do PS se atreveu a ir a Felgueiras, foram agora condenados a penas de multa. A juíza classificou o episódio como "brutalidade" e "uma negação do Estado de Direito", tornando claro que os acusados só se livraram de penas de prisão por não terem antecedentes criminais.

Que este exemplo sirva aos que fazem do insulto um direito de cidadania e vêem um herói num mentiroso. (“Chamar "filho da puta" ao primeiro-ministro (a frase exacta é: "somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta") não é uma graçola inocente – é um insulto a Sócrates e à sua mãezinha”).

"Levantado do Chão"

Marques Mendes meteu-se no atoleiro e Jardim levantou-o do chão (da Lagoa).

“Ferguson proíbe mortais a Nani”

Os médicos, treinadores e dirigentes do Sporting e da Federação talvez lhe achassem graça, mas “Ferguson não quer lesões banais provocadas por uma acção que, competitivamente, tem pouca utilidade para a equipa.”

E ainda há quem estranhe que só no estrangeiro os jogadores portugueses se tornam verdadeiros profissionais …

Vale mais tarde que nunca

Tal como os franceses começaram por se rir das extravagâncias de Bokassa, os nossos políticos, e uma boa parte da nossa Intelligentsia, sempre fizeram vista grossa às tropelias antidemocráticas do émulo madeirense, desculpando-as a título de palhaçadas simianas.

Tal como no exemplo francês, parece que uns e outros estão finalmente a descobrir que, à semelhança do original, a cópia madeirense não tem graça nenhuma.

De poeta e de louco…

Há quem veja nas recentes actuações de Helena Roseta e de Manuel Alegre os preparativos para a formação de um novo partido.

Não sei se a loucura do poeta chega a tanto, mas, se cair na esparrela, será tarde quando perceber que a sua capacidade de intervenção política pouco vale fora do PS.

Et pour cause

PSP protege Carolina Salgado - Desde hoje e de forma permanente a pedido do Ministério Público (18:55)

“Fernando Charrua vai pedir indemnização” (18:42)

"Provarei a minha inocência em tribunal"- Pinto de Sousa diz que ainda não foi notificado da acusação relativa ao processo Apito Dourado (18:31)

Apito Dourado "praticamente concluído" - Publicado amanhã memorando com informação do processo, anuncia Maria José Morgado (18:12)

Inquérito foi concluído e houve acusações - Caso Portucale (17:09)

Governo espanhol ainda não pediu extradição de “O Solitário” (17:08)


Sabiam que os tribunais entram de férias para a semana?…

O que falta à direita

Contrariamente à esquerda, que sobreviveu e cresceu na oposição ao Estado Novo, a direita portuguesa beneficiou dos seus favores e sente-se humilhada na oposição, definhando quando não está no governo.
Porém, mesmo depois do 25 de Abril, nunca a direita esteve muito tempo arredada do poder e, em rigor, nunca teve de lutar por ele.
Os seus aliados – uma igreja católica medieva e um tecido empresarial pré-revolução industrial – têm-se encarregado disso.
Por estúpido que pareça, quando os bispos portugueses se queixam da falta de liberdade, é isso mesmo que estão a fazer.

Do mesmo modo, quando as confederações patronais reclamam alterações à Constituição para poderem despedir trabalhadores por razões ideológicas, fazem-no porque os partidos de direita não se arriscam a enfrentar o eleitorado com uma proposta dessas nos seus programas.

São eles – os seus aliados – que dão a cara pelo que falta à direita portuguesa: Vergonha e transparência.

Fariseus, Pilatos e as mulheres da Madeira

"O Presidente da República quebrou o silêncio de uma semana sobre a não aplicação da nova lei do aborto na Madeira. "Quando a legislação não é aplicada, os cidadãos podem recorrer a instâncias próprias, ao sistema de justiça", disse Cavaco Silva ontem, em declarações à TSF, frisando ser "às instâncias próprias, judiciais, que compete analisar se há ou não cumprimento da lei e, se não há, aquilo que deve ser feito". (DN Online)

Para Cavaco Silva (e não só) é mais fácil mandar as mulheres madeirenses para o calvário dos tribunais do que enfrentar Alberto João Jardim.
Pilatos também não quis contrariar os fariseus…

Melhor é impossível

Rui Rio ganhou a câmara do Porto em 2001 erguendo a bandeira do “Porto Feliz”, um projecto que prometia acabar com os arrumadores nas ruas da cidade, no prazo de um ano.

Seis anos e muitos milhões de euros depois, o “Porto Feliz” acabou, mas os arrumadores continuam onde sempre estiveram, tendo a situação merecido este desabafo a Rui Rio: "Desde Novembro que não tiramos um único toxicodependente das ruas".

Como o orçamento anual deste projecto ronda os dez milhões de euros por ano, e estamos em Julho, convenhamos que o apregoado rigor financeiro de Rui Rio fica mal nesta fotografia.

Mas isto talvez se explique porque a Câmara Municipal do Porto apenas contribui com um terço do orçamento. O resto é suportado pelo Instituto da Droga (IDT) e pela Segurança Social, isto é, por todos nós.
Mesmo assim, Rui Rio recusou alterar a filosofia do “seu” programa, para a tornar consentânea com a filosofia do Instituto da Droga e acusa o governo (IDT) de “matar o “Porto Feliz”.

Mas quem mata dois coelhos de um tiro é ele: Por um lado, livra-se dum projecto incómodo, escamoteando o seu fracasso; por outro, responsabiliza o governo por “ser obrigado” a acabar com ele.
Temos homem!
(Jornal de Notícias)

Portuguesas de segunda?

Ao boicotar a aplicação da lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez, na Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim humilha as mulheres madeirenses, impedindo-as de usufruir dos direitos e dos benefícios que a lei concede às cidadãs do restante território nacional.

Além da roupa suja que já começaram a lavar, seria interessante que os candidatos à liderança do PSD abordassem questões sérias e exprimissem a sua opinião sobre este grave atentado do intocável barão Madeirense.

Sempre a aviar!

Para uma boa cavaqueira e um corte a preceito visite A barbearia do senhor Luís.

Costa curto?

Se a vitória de António Costa foi “curta”, porque é que as derrotas foram tão “compridas”?

Para uma análise mais elaborada das eleições de Lisboa, remeto-os para a leitura deste texto, mais este e este, do Eduardo Pitta.

“De Espanha, nem bom vento nem bom casamento!”

Estava em crer que o casamento de José Saramago e Pilar del Rio era uma excepção a este aforismo popular.
Mas, ao sugerir que “Portugal acabará por integrar-se na Espanha”, o Nobel dá razão ao ditado.

Antes que o sol se ponha

Se de amar se fazem os teus dias,
Se não houvesse amor, como vivias?

Marionetas

Há quem se escandalize com o “discreto” tratamento dado pelos jornais e blogues de direita à decisão de levar a tribunal um sócio da Bragaparques acusado de tentar corromper um vereador municipal.

Contrariando o proposto por Cavaco Silva, os jornais (e os blogues), que alienam os leitores com peripécias como a do curso de José Sócrates e reduzem a liberdade de expressão a poder chamar filho da puta ao Primeiro-Ministro, não estão interessados em melhorar a qualidade da democracia.

Curem-se!

Quem sonha “claustrofobias” acorda esquizofrénico.

“Em 2006 nasceram menos 4100 bebés que no ano anterior”

A malta deita-se cada vez mais tarde…

A turma

Fátima Ferreira – Mestre-escola
António Costa – Chefe de Turma
Ruben Carvalho – Dux veteranorum
Carmona Rodrigues – O repetente
Helena Roseta – A sobredotada
Fernando Negrão – “Nem com cábulas lá vai”
José Sá Fernandes – “Stôra, posso pôr o dedo no ar?”
Telmo Correia – O tagarela
Garcia Pereira – O incompreendido
Manuel Monteiro – O Chico esperto
Gonçalo Câmara Pereira – “Esqueci-me dos trabalhos de casa”
José Pinto Coelho – “Enganei-me na escola”
Quartim Graça – “O Júlio de Matos também é um espaço verde…”

O peixe e o pescador

Um representante do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte (CGTP) interpelou há dias o Ministro da Agricultura e Pescas dizendo que “a Europa não trouxe nenhum benefício ao sector».

Não sei a que “sector” se referia o sindicalista, mas qualquer pessoa com mais de quarenta anos lhe dirá que só depois da adesão à União Europeia o peixe chegou à mesa dos portugueses a preço acessível.
Manter artificialmente “sectores” que recusam modernizar-se, além de violar as regras da concorrência, é premiar quem não merece.

"Maravilhas de Portugal"

"Já os tufos de nevoeiro nasciam nos vales quando correu à vila pelas queijadas. O oceano, que morava perto, subia a serra vestido de nuvem e aconchegava-a no seu manto húmido. Ali passava as noites na concupiscência do luar. Ao nascer do sol, ainda a serra chorava, resplandecendo em cada gota de orvalho a denúncia do seu amor nocturno. "

(In Rua do Arsenal)

Negócios da China

Segundo Berardo, "o Benfica nunca deveria ser vendido a estrangeiros".

O português será essencial?...

Registo

Do artigo de José do Carmo Francisco sobre Rua do Arsenal no Notícias da Amadora.

Luscinia megarhynchos

Primeiro pensei que me tinha enganado. Há anos que não o ouvia e estranhei encontrá-lo em Vilamoura. Devia ser mais uma partida da surdez que acompanha a idade…

Mas o eco das minhas dúvidas chegou-lhe aos ouvidos e, pouco depois, repetiu o trinado.

Um turista chamou-lhe Nightingale. A mim, pareceu-me um Rouxinol.

Ouça-o aqui.