quarta-feira, agosto 31, 2005

Cada poeta tem o seu Adamastor

Exceptuando uma passagem pelo primeiro governo constitucional, depois do 25 de Abril Manuel Alegre instalou-se na sua cadeira de deputado pelo círculo de Coimbra, não exercendo outras funções para além das parlamentares.

O próprio não esconde o seu desinteresse por cargos executivos, como bem demonstrou ao não assumir que se candidatava a primeiro-ministro, na disputa pela liderança do partido .

Aliás, quando concorreu ao lugar de Secretário Geral do PS e quando se “disponibilizou” para concorrer à Presidência da Republica, fê-lo por reacção e não por pura iniciativa, denunciando em ambos os casos uma iniludível falta de convicção nas candidaturas e, naturalmente, na vitória.

Os portugueses reconhecem nele o homem de cultura e o político respeitado e respeitável que Manuel Alegre corporiza, mas não o vêem como o homem de estado que se exige na Presidência da Republica.

A sua candidatura à liderança do partido serviu apenas para agregar os românticos do velho PS a quem o estilo e a determinação de Sócrates causava engulhos.
Na ausência de Mário Soares, a sua candidatura à Presidência de Republica, limitar-se-ia a legitimar a vitória de Cavaco Silva, não tapando qualquer buraco à esquerda, que o abandonou na primeira curva, como se viu.

terça-feira, agosto 30, 2005

O método chileno

Está tudo nesta entrevista, mas não é o do Pinochet…

Criaturas da maré baixa (II)


By Patrícia

segunda-feira, agosto 29, 2005

Corporativismo e concorrência

O corporativismo é um obstáculo ao desenvolvimento. Enquanto alguns incham, a maioria mingua.
Em Portugal, o corporativismo alastra da esquerda à direita, dos sindicatos às empresas, dos autarcas aos militares. Aprende-se a ser corporativista como se aprende a falar. É natural!
Ninguém está imune aos seus malefícios mas o corporativismo não é visto como uma doença. O importante é integrar a corporação certa.

Se não temos liberalismo económico, a culpa não é do governo, mas do corporativismo das associações empresariais que criticam o tamanho do estado mas não dispensam os seus favores.

As ordens profissionais (liberais?), criadas para defender a ética e a verdade científica das profissões que representam, deixaram de se preocupar com essas miudezas e lutam abertamente pela defesa de privilégios insustentáveis, como fez a Ordem dos Farmacêuticos que saiu a terreiro para criticar a liberalização da venda dos medicamentos sem prescrição médica.

O que não esperávamos é que estas associações violassem repetidamente a lei e mantivessem práticas anti-sociais, como parece ser o caso da Ordem dos Médicos Dentistas e da Ordem dos Veterinários que foram multadas por estipularem preços mínimos e terem regras e códigos deontológicos contrários à lei e ao interesse público.
Nestes casos, a multa é uma sanção muito branda.

domingo, agosto 28, 2005

O menino mentiroso e o lobo

"Jardim volta a ameaçar com a independência"

sábado, agosto 27, 2005

Epitáfios de um país queimado

“A indústria dos fogos é um dos poucos sectores da economia portuguesa que não está em crise.”

“A sistema que temos, e que torna a situação portuguesa a pior da União Europeia a grande distância dos outros países, existe porque há um sector dos sistema político – o poder autárquico – que quer manter tudo como está.”

“Nero tocava a sua lira quando Roma ardia. Os autarcas dos concelhos em chamas prosseguem as suas campanhas enquanto a floresta arde. O governo que trate disso.”

“A comunidade dos cidadãos não reage perante os incêndios nem individual nem comunitariamente pela mesma razão que não reage perante a corrupção ostensiva dos autarcas e está mesmo disposta a reeleger alguns.”


Expresso 27.08.2005 - A cremação do Poder Local – J.L. Saldanha Sanches

Criaturas da maré baixa


By Patrícia

sexta-feira, agosto 26, 2005

O maestro e o solista

Sempre que alguém apontava o dedo a algum autarca mais desafinado, lá vinha o chefe da banda de batuta em punho, intimidando o delator.

Que na banda ninguém desafinava até se provar o contrário”, garantia exigindo a identificação das escalas, dos sustenidos e dos meios-tons por onde as notas se teriam transviado.

A propósito das denúncias feitas pelo autarca do Porto, Paulo Morais, lá voltou a terreiro o chefe da banda a exigir provas.

Nalguns casos as provas têm aparecido e não temos registo de alteração das partituras. Bem pelo contrário.
Enfim, embora discordemos, a sua atitude não diverge do corporativismo reinante.

O que não se entende é que o recém-empossado director do Diário de Notícias venha afinar pelo mesmo diapasão, considerando “um péssimo serviço à democracia” que o autarca tenha falado “sem apresentar as necessárias provas.”

Para que isto não descaia para o surrealismo, é urgente que alguém esclareça este senhor de que ele é que está a pôr em causa a liberdade e a democracia.

Telhados de vidro

O orçamento apresentado pelo PSD para a campanha autárquica é quase o dobro do valor declarado pelo PS”.


“Quem tem telhados de vidro não pode andar à pedrada”, diz o fado,
Ou,
A ironia (ou a seriedade!) de um partido que acusa o governo de não cortar na despesa…

quinta-feira, agosto 25, 2005

Retoma

Santana já decidiu e chega ao Parlamento dia 12

Soares já foi...

"
Nas mais diversas câmaras do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais"

Portugueses “esqueceram-se” de declarar 353 milhões ao Fisco

Negócio do fast-food saudável


E ainda dizem que as férias fazem bem....

Desesperos

Lá se foi mais um dia de férias.
O telejornal começa mais cedo para dar o Sporting.
O jogo acaba em desespero.
Mudo de canal.
São 22 horas. Na RTP2 lêem o telejornal que a RTP1 deu às 19 horas. Para disfarçar, mudam a ordem das notícias.
Na SIC passa uma telenovela brasileira.
Na TVI, o sotaque pretende ser da linha, mas a xaropada é a mesma.

Regresso à RTP1. Para minha surpresa, o inefável José Alberto Carvalho repete, ipsis verbis, o telejornal que leu antes do jogo. Felizmente não se esquece de acrescentar o resultado.

Resumindo: A RTP1 e a RTP2 estão a dar o mesmo telejornal, por sinal uma repetição do que a RTP1 emitiu às 19 horas.

Sem alternativa, desligo a televisão.
Por isso a Tvcabo tem tanto sucesso.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Por fim...


Acabadas as férias, fica a miragem.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Plano tecnológico

A utilização de qualquer serviço tem um preço. Os "espaços internet" espalhados pelo país não deviam ser excepção. Podiam ser baratos, mas é demagogia serem totalmente gratuitos (!) . Até porque, quem os paga, somos todos.
Por serem de borla, tive de esperar uma hora e meia para fazer este post.

terça-feira, agosto 16, 2005

O regresso das andorinhas

Quando as vejo, aos centos, a balançar entre dois postes de telefone, sei que o Verão está a chegar ao fim. É a despedida das andorinhas que se juntam a sudoeste, a ganhar fôlego para chegar à Africa.

Pelos comentários, há gente que já acabou as férias. A minha semana começa agora. Mas lá para a frente haverá mais que agora não tenho paciência para este Algarve de papo cheio e intratável com os preços da soberba.

domingo, agosto 14, 2005

Escapadas



Se não derem por nós, é porque andamos por aqui...

sábado, agosto 13, 2005

Um vidro salva-vidas

Quando em 1989 fui pela primeira vez a Nova Iorque, à saída do aeroporto Kennedy apanhei um daqueles táxis amarelos que se vêem nos filmes.

O condutor era um negro – african-american é o eufemismo presunçoso – que falava para ele mesmo num inglês inacessível, mas que acabou por me deixar no saudoso World Trade Center, junto do hotel que também se desmoronou na derrocada do 11 de Setembro de 2001.

Durante o trajecto até à baixa de Manhattan – o JFK fica a 24 quilómetros – tive tempo para observar o carro que me transportava. O banco ao lado do condutor estava vedado aos passageiros. Naquele caso servia de despensa. Era lá que o motorista tinha as sandes e um bidão com um líquido que sorvia por um tubo comprido enquanto conduzia. Dizia que era leite.

Mas o que mais estranhei foi a barreira de vidro sobre os bancos da frente que vedava o contacto físico com o condutor. O recibo e o dinheiro foram trocados por um minúsculo guichet onde nem uma mão cabia.

Em Portugal, sempre que um taxista é assaltado, ou morto, como aconteceu agora aqui bem perto, a questão do vidro separador salta para as primeiras páginas, com as pessoas do sector a reclamar do Estado a sua colocação.

Ainda estou por saber se a lei o proíbe, o que me custa a crer, ou se pretendem apoio para custear a alteração dos carros.

Entretanto, os homicídios continuam.

sexta-feira, agosto 12, 2005

Aerogramas



O avião cirandava em círculos atirando os sacos a cada passagem até esgotar a carga…
O saco do correio era disputado pelos mais saudosos. As cartas e os aerogramas eram distribuídos, e cada um se sentava no seu canto, canhota ao lado, a ler no meio do capim, ou numa clareira da floresta.”
( in Bichos do Mato)

Por vezes, na guerra colonial, o correio caía literalmente do céu e havia tréguas para ler os aerogramas. Era uma folhinha amarelada, também conhecida por “bate-estradas”, onde era “proibido incluir qualquer objecto ou documento”, que se dobrava, formatando um envelope. No endereço, apenas o nome do destinatário e o número SPM (Serviço Postal Militar) que identificava cada unidade militar.
Foram usados massivamente durante toda a guerra e muitos casamentos se fizeram (e desfizeram) com base nas mensagens que transportaram.

Nos dias de hoje não teriam o mesmo sucesso. Na era dos blogs e do e-mail, já ninguém dispensa a comunicação interactiva, embora se levantem outros problemas como refere o artigo do Washington Post que analisa as consequência da utilização de blogs pelos soldados americanos destacados no Iraque.

Salvaguardadas as naturais preocupações com a segurança da informação em tempo de guerra, os blogs dos soldados americanos vêem a guerra por dentro, e dão uma visão bem diferente da que é dada pelos jornais e televisões sobre o que se passa no Iraque.

quinta-feira, agosto 11, 2005

"Covardes, nós?"

Numa sociedade democrática, críticar sob pseudónimo, é covardia.
A nossa blogosfera está cheia disso.

Time Out

Assuntos que não gostaríamos de voltar a abordar neste Verão:


Ota e TGV,

Incêndios florestais,

Greves de funcionários públicos (incluindo juízes!!!),

Manifestações de forças de segurança,

Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Isaltino Morais e Ferreira Torres,

Aumento do preço do petróleo.

quarta-feira, agosto 10, 2005

O valor da estabilidade europeia

O aumento da taxa de juro para 3,5 % decidida pelos Estados Unidos é uma medida de protecção à sua moeda. A diferença para o Euro é agora de 1,5 %, ou seja, a taxa de juro da moeda americana é quase o dobro da taxa da moeda europeia. No entanto, as primeiras reacções dos mercados não fizeram subir o Dólar face ao Euro. Pelo contrário.

Segundo os analistas, tal reacção deve-se à divulgação dos dados económicos positivos das economias da zona Euro.

Os anti-europeístas – assumidos e disfarçados –, cujas posições têm dificultado a evolução das instituições europeias para a melhoria da sua governabilidade, deveriam atender ao valor que a estabilidade confere à União Europeia.
Sem a Comunidade Europeia, possivelmente ainda existiriam o muro de Berlim e os horrores que escondia essa fronteira.

Apesar das insensatas atitudes dos seus detractores e inimigos internos, vale a pena lutar por uma Europa que é a mais segura referência dos valores democráticos e da liberdade dos cidadãos no mundo, e não tardará a provar a sustentabilidade duma economia de mercado com pendor social.

terça-feira, agosto 09, 2005

Sonhos de um dia de verão


E a Serra da Estrela continua a arder...

segunda-feira, agosto 08, 2005

A reforma do Islão

“Quando Sir Iqbal Sacranie, chefe do “Conselho Islâmico Britânico” (Muslim Council of Britain), admitiu que os nossos filhos tinham perpetrado os atentados de 7 de Julho em Londres foi a primeira vez, na minha memória, que um muçulmano britânico reconheceu os excessos cometidos pelos seus membros.”

É assim que começa um artigo de Salman Rushdie, publicado ontem no Washington Post, sob o título "The Right Time for An Islamic Reformation", acrescentando que o homem que faz este acto de contrição, e que Blair reconhece como a face da moderação, é o mesmo que em 1989 disse que “a morte era talvez demasiado fácil” para o autor dos “Versículos Satânicos” (The Satanic Verses).

Para acabar com a influência do radicalismo islâmico, que empurra os jovens muçulmanos para o terrorismo, Salman Rushdie defende um movimento reformista que combata a ideologia jihadista e abra as janelas dos seminários onde se prega o tradicionalismo, deixando entrar o ar fresco para que Islão chegue à idade moderna.

A recusa da história joga a favor dos literalistas islamo-fascistas, permitindo-lhes que continuem a aprisionar o Islão nas suas férreas e imutáveis certezas, afirma Salman Rushdie.

Por isso, os governos muçulmanos e os líderes das comunidades têm de rever os modelos educativos e permitir que o Islão possa ser estudado à luz da história, conclui o escritor.

domingo, agosto 07, 2005

Brincar com o fogo

Ninguém acredita que o combate aos fogos seja levado a sério num país que “tem sete vezes mais incêndios por 1000 hectares do que Espanha, 20 vezes mais do que Itália e 22 vezes mais do que a Grécia"

O drama repetido de todos os verões é um sintoma do desleixo em que caiu o país.
Mas porque nos surpreendemos, se toleramos o desmazelo que nos enxovalha em cada rua, em cada estrada, em cada hospital, em cada escola, em cada manifestação? Porque haveria de ser diferente com os fogos?

O que nos falta é educação cívica e nem os governos, nem os partidos, nem as autarquias, nem os bombeiros, nem os donos das matas, nem cada um dos cidadãos se livram de responsabilidades.

sábado, agosto 06, 2005

Hiroshima


Faz hoje 60 anos. A ameaça mantem-se.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Sete


Adiós al primer galáctico”(Título da galeria fotográfica dedicada a Figo no “El País”).
"EN EL CLUB HABRÁ UN ANTES Y DESPUÉS DE FIGO" (Helguera).
He pasado varios años con él, le tengo mucho cariño. Todo el mundo sabe lo que Luis ha hecho por el Real Madrid" (Zidane)

Luís Figo não é um jogador qualquer.

Tranparências (II)

O cavaquismo será uma ideologia?
As perguntas que alguns fazem acerca do pensamento político de Cavaco Silva são especulações à volta de um tabu.

Desgraça e demagogia

Um infeliz agente que trabalhava nas oficinas da PSP de Setúbal suicidou-se aos 51 anos de idade.
Em alguma blogosfera o assunto é tratado assim:
Um agente da PSP de Setúbal suicidou-se hoje após a constatação de que, apesar de 36 anos de serviço requeridos pela legislação presente, com a alteração no prelo do regime de aposentação, decretada pelo governo, teria de laborar nove anos suplementares a fim de auferir uma pensão de reforma completa.”

Se o homem tinha 51 anos de idade, como refere a notícia em que o cibernauta se apoia, alguns dos 36 anos de serviço, embora legítimos, eram virtuais, pois ninguém entra para a polícia aos 15.
Se o agente tivesse que trabalhar mais 9 anos para atingir a idade da reforma aos 60, ainda se reformava 5 anos mais cedo do que a generalidade dos portugueses, os quais, mesmo aos 65, nunca conseguem a reforma completa.
Estes detalhes são porém irrelevantes para a demagogia.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Factos

Não há água.
A temperatura continua a subir.
O Algarve está cheio.
O país está a arder.
E eu não tenho nada para dizer.

quarta-feira, agosto 03, 2005

"O cão com raiva a seu dono morde"

Sabe-se agora que "os desentendimentos entre Vítor Martins e o Governo resultaram, em grande parte, da recusa da administração da CGD em participar nos financiamentos privados aos grandes investimentos públicos, como o futuro aeroporto da Ota e a rede de TGV."

Os cães que mordem os donos abatem-se.

terça-feira, agosto 02, 2005

Transparências

Não se entende o alvoroço causado pelo anúncio da ida de Mário Soares a Belém. Mas poucos estranharam que alguém, sem passar cavaco às tropas, tenha lá ido antes. Os estilos indiciam tendências.

"Lisboa Capital República Popular"

Um pregão de que tenho saudades...

O obstrutor

Marques Mendes classifica de saneamento político a substituição do presidente da Caixa Geral de Depósitos, nomeado há 10 meses, por um governo do seu partido cuja legitimidade há muito se discutia e de que ele próprio se distanciava.
Neste caso, a crítica nem sequer é legítima. Embora lhe custe, é ao governo, e não à oposição, que compete a nomeação e substituição dos gestores da CGD sempre que achar que não defendem as instituições que gerem. Nesse aspecto as fragilidades deste presidente ficaram bem visíveis quando do episódio da utilização dos fundos de pensões da CGD para tapar os buracos do orçamento, prática usada pelos governos do PSD para eternizar o défice.

Em vez de vir reclamar da inocência a virgindade, Marques Mendes deveria dar mais atenção ao sentir dos portugueses e deixar-se da defesa das suas capelinhas, como aconteceu com a lei da limitação de mandatos, que a maioria dos portugueses (as sondagens davam mais de 70%) considerava justa e a que Marques Mendes e o PSD retiraram qualquer sentido prático.

Se continuar na mesma linha de oposição obstrutiva, Marques Mendes fará também ouvidos moucos à sondagem que indica que a maioria dos portugueses quer o referendo ao aborto ainda em 2005, ao contrário do PSD que tudo tem feito para o adiar sine die.

segunda-feira, agosto 01, 2005

“Cada um colhe segundo semeia”

A crise de liderança política, que foi posta a nu pela inevitabilidade das candidaturas do Dr. Mário Soares e do professor Cavaco Silva, devia dar que pensar aos dirigentes partidários.
Muitos, talvez a maioria, dos políticos abaixo dos 50 anos – inclusive o Primeiro Ministro – passaram pelo crivo das juventudes partidárias e era de esperar que a “ética e a educação política” por elas ministradas tivessem produzido quadros e homens de estado dedicados à causa do país, suportados naturalmente pelos valores políticos e sociais do respectivo ideário partidário.

Porém, o que as conhecidas “Jotas” nos têm dado, são alguns arrivistas sem substância, que se subordinam à lógica dos aparelhos e fazem eco de ideias gastas, não trazendo nada de novo para a arena política, para além das suas irrelevantes e dispensáveis figuras.
Aliás essas agremiações partidárias, nomeadamente as dos grandes partidos, são tidas como agências de emprego, sem que isso provoque escândalo de maior num estado que se reclama de direito, mas que, infelizmente, o atropela a cada passo.

Não admira por isso que, se não se arrepiar caminho, comecemos a ser governados por gerações de lateiros partidários a quem nunca passou pela cabeça pôr os interesses do país à frente dos seus, nem tão pouco se lhes consegue detectar qualquer resquício de sentido de estado.