"Amor em tempos de cólera"

  Não,  não é sobre o livro de Gabriel Garcia Marquez. É sobre as notícias que nos assolam e deixam preocupados.

Algures,  na região de Sintra,  um jovem esfaqueou a ex-namorada, diz a notícia. 

Se calhar, até lhe fazia juras de amor, mas o amor que é incapaz de perdoar, não é amor, é um sentimento possessivo, que não reconhece a liberdade de quem se ama.

Infelizmente há muito por aí...

Gasóleo mais caro que gasolina

 Pela primeira vez o gasóleo está mais caro que a gasolina. 

A tradicional vantagem de comprar um automóvel a gasóleo por ser mais económico,  já foi chão que deu uvas...

Peixeirada em Hollywood

 A cerimónia dos Óscares, que costuma reger-se pelo glamour, este ano fica marcada pela bofetada de Will Smith, em reacção a uma piada infeliz do apresentador.

Quem pensa que o humor não tem limites, anda redondamente enganado.

Por outro lado, e em conclusão, há muito que a gente desconfiava que a educação não estava no ADN da meca do cinema...

Mulheres ao poder

 De louvar a nomeação de Mariana Vieira  da Silva para um cargo que, na prática,  equivale a  vice-primeiro-ministro,  cargo que não existe entre nós. 

A igualdade de oportunidades é uma luta antiga e é com decisões como esta que tal objetivo se vai conseguindo. 

Parabéns, António Costa. 

Torcer a orelha

 Em devido tempo, o Sporting recusou pagar o salário que o jogador João Mario reivindicava. Por sua vez o Benfica ter-se-á disponibilizado a aceder aos desejos do futebolista e o jogador mudou-se de Alvalade para o Luz.

Agora,  segundo a imprensa,  os encarnados terão vontade de se ver livre deste internacional  por causa... do elevado salário!

Algumas pessoas só aprendem a fazer contas quando vêem a vida a andar para trás. 

"Mas as crianças, Senhor..."

 Augudto Gil - poeta que viveu na Guarda-,  na sua "Balada da Neve" lamenta a sorte das crianças que caminhavam descalças pelas ruas da cidade, coberta de neve.

Agora,  fugindo dos massacres da guerra na Ucrânia, as crianças são as que mais sofrem. Seria bom que a União Europeia se organizasse para as receber e acompanhar, o que parece ainda não estar a acontecer.

Em Portugal, onde existe uma significativa colónia de imigrantes ucranianos, talvez se estejam a dar passos nesse sentido. 

Penso não estar equivocado.

Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva? será gente?
Gente não é, certamente
E a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
Com tão estranha leveza,
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento com certeza.

Fui ver. a neve caía
Do azul cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
Da pobre gente que avança,
E noto, por entre os mais,
Os traços miniaturais
Duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
A neve deixa inda vê-los,
Primeiro, bem definidos,
Depois, em sulcos compridos,
Porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, senhor,
Porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
Uma funda turbação
Entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza
. E cai no meu coração.

(Augusto Gil)

 

O "abandono do ultramar"

 Não são  de agora, mas nas redes sociais continuam a pulular alguns saudosistas,  acusando os supostos responsáveis por aquilo a chamam o "abandono do ultramar ". 

Sei do que falo: 27 meses na guerra em Angola, envolvido em mais de duas dezenas de ações de fogo, são prova cabal e suficiente para suportar o que escrevo.

Falar de abandono, é de quem nunca sentiu na pele o horror da guerra colonial, quando,  para os  que lá andaram, o dia de amanhã era sempre um futuro incerto...

Angola,  tal como a Guiné e Moçambique,  lutaram para ser independentes,  um direito que ninguém lhes devia negar, a não  ser um governo retrógrado e fora de época como era o de Salazar. 

De lembrar, que já antes este ditador castigara o governador da "Índia portuguesa" por não  ter lutado até à morte contra um exército de milhões de indianos, tal como castigou Aristides  de Sousa Mendes, por conceder vistos a judeus perseguidos pelo nazismo de Hitler.

Os saudosistas que ainda por  aí vegetam a suspirar por Salazar, têm a sorte de viver em democracia e poder dizer todas as palermices que lhes assolam a cabeça.  Ninguém os prende, ao contrário do que aconteceria se Salazar ainda por aí andasse...

No entanto,  tal não significa que tenham razão.  

Uma guerra criminosa

 Não há, nunca houve, guerras boas, são todas más.  Algumas, porém, não são apenas más, são criminosas e os seus instigadores devem ser publica e universalmente condenados. 

A agressão que ocorre neste momento na Ucrânia é um exemplo típico: Quando os responsáveis de um país - a Rússia -, invade um outro - a Ucrânia - com a justificação de que este não tem razão de existir, viola todas as regras do direito internacional, tranformando-se num pária.

Mas há,  tem de haver, outras consequências,  nomeadamente o julgamento efetivo dos responsáveis por esse crime e a sua eventual condenaçao. 

Reincidente

 Pela segunda vez, Bolsonaro,  presidente do Brasil,  autocondecorou-se.

De um "amigo de Putin", nada se estranha.

Fumo branco?

 Parece que as negociações entre russos e ucranianos estão s evoluir bem.

Todas as guerras são más. Esta nem sequer faz sentido: Tomar a Ucrânia não lembraria ao diabo; fazer uma guerra, apenas psra a impedir de aderir à U.E., só por delírio...

Não é português quem quer...

 A historia pode ser lida nos jornais. O Portugal do século XXI tentou emendar os erros do Portugal antigo que expulsou os judeus, obedecendo a uma motivação jesuitica.

Para isso aprovou leis que concedem a nacionalidade lusa aos seus dependentes.

Como seria de ptever, sendo a nacionalidade portuguesa muito apetecivel para quem quer aceder à Europa,  parece que as entidades a quem foi reconhecida a competência para a atribuir estão naturalmente sob pressão.

Já há gente presa por ter abusado da confiança. E ainda só estamos a começar...

Jerónimo

 Era um indio Apache Chirikahua que lutou até que os brancos o exilaram para a  Florida, onde, longe da sua tribo, já não incomodava os colonizadores.

Este de que vos falo, não é indio, é português do Ribatejo, terra de touros e toureiros, matadores e forcados. 

No entanto, este ribatejano dedicou-se à política. Antigamente gostava muito da Rússia.  Agora, porém, já não se identifica com o regime russo, que condena, acompanhando o sentimento da generalidade dos países do mundo.

Eis senão quando, o velho Jerónimo regressa e sai-se no fim com a escalada belicista de quem? Será da Russia? Qual quê? Dos Estados Unidos, da Nato e da União Europeia..

Afinal, quem está a fazer a guerra?

A falar é que a gente se entende?

 Emmanuel Macron, Presidente da República Francesa, tem-se desdobrado em conversas com Vladimir Putin,  presidente da Russia.

Porém, quanto a resultados práticos, no que se refere à invasão da Ucrânia, ainda não se vêem,  e nada sugere que venham a aparecer. 

Vá lá saber-se porquê...

 A Convenção de Istambul estabeleceu, para os países que a subscreveram, um conjunto de direitos e deveres para a protecção das mulheres.

A Turquia, que a tinha subscrito, desvinculou-se há um ano. Porém, acaba de adotar medidas para proteger as mulheres...

Estranho,  não é?

Não há guerras boas

 A guerra é sempre uma tragédia. Apesar de vivermos na sociedade mais evoluida tecnologicamente, a natureza humana não se alterou e as guerras continuam sem motivo aparente. 

As vítimas que a guerra provoca são tragédias individuais que as notícias da guerra raramente valorizam. A perda de uma vida que seja, é uma tragédia individual, mas também colectiva e as sequelas não se esgotam quando as armas se calam.

"Tem pai que é cego"

 Quem não se lembra das piadas do Agildo Ribeiro, já desaparecido, quando glosava a natural complacência dos pais, perante alguma inaptidão dos filhos.

Não será bem uma relação pai-filho, mas a incomodidade demonstrada pelo PCP,  em recusar condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia, justificando-se com a invasão do Iraque e deposição de Sadam Hussein pelos Estados Unidos da América, é uma fraca desculpa. 

Ainda que as "armas de destruição maciça",  que fundamentaram a invasão do Iraque, nunca tenham sido encontradas, isso não pode servir de argumento para justificar a invasão da Ucrânia, nem para justificar  a recusa do PCP em a condenar. 

Embora os sovietes já não governem a  Rússia,  país ainda mais capitalista e socialmente mais injusto do que aqueles aos quais aplica esse epíteto, o PCP parece sofrer do complexo de Édipo,  mas continua a ter medo do pai. 

E esta agora, muito fresquinha: Nina Khrushcheva, neta do antigo lider soviético, afirma que Vladimir Putin tem 1,70m de altura, mas diz a todo o mundo que tem 1,75. Enfim, mania das grandezas...