quinta-feira, agosto 31, 2006

Preocupações parentais

"Não se lhes pede que saibam quem ganhou a última guerra no Médio Oriente (um enigma que continua a encher páginas de jornais), mas podiam, ao menos, saber que houve uma guerra no Verão..."
("Uma geração fascinada pelo curto prazo" - Mário Bettencourt Resendes, no DN Online)

quarta-feira, agosto 30, 2006

Última edição

Aconteceu o mesmo com “O Século”, “Diário Popular”, Diário de Lisboa”, “A Capital”, etc...
“O Independente” não era uma das minhas leituras preferidas, mas quando um jornal desaparece fica sempre uma sensação de perda.

terça-feira, agosto 29, 2006

SIXTIES

Vasco Pulido Valente lançou o debate sobre a influência da geração de sessenta na transformação da sociedade, também em Portugal.
Alguns vêm nisso um movimento de “massas”, mas não sei a quem interessa a confusão.
É que se esse movimento de “massas" tivesse existido, o 25 de Abril não teria sido feito por militares.
Na verdade, enquanto lá fora se cantava Bob Dylan e Joan Baez, em Portugal ouvia-se “OH TEMPO VOLTA P'RA TRÁS”, e se depois do 25 de Abril as “massas” descobriram Zeca Afonso, isso não obstou a que continuassem a preferir Marco Paulo.

Vão bugiar

O país ficou suspenso. O esclarecimento impunha-se: A taxa de alcoolémia é 0,50 ou 0,57?
Vão bugiar. Sete centésimos não chega a meia imperial.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Lágrimas de crocodilo


Este senhor (Hassan Nazrallah, líder do Hezbollah), que ordenou o sequestro de dois soldados israelitas em Julho passado, vem agora dizer que se soubesse que esse acto conduziria a uma guerra de tal amplitude com Israel, não o teria feito.

Acredite quem quiser, mas como ainda não libertou os soldados...

Águas turvas

Via-se pelo cheiro: As fontes que tanta água, perdão, tanta tinta fizeram correr, não eram de fiar.

domingo, agosto 27, 2006

Rentrée

Quaresma fractura maxilar

Pedro Mendes brutalmente agredido por Ben Thatcher

Gil apresenta-se na Luz mesmo sem o Benfica

sábado, agosto 26, 2006

A luz e as trevas

A história é contada pelo El País:
Hina era uma jovem paquistanesa de 20 anos que trabalhava numa pizzaria e vivia com a família nos arredores de Milão, para onde o pai imigrara em 1996.
Hina recusava casar-se com um dos seus primos no Paquistão, para quem os pais a tinham reservado, e namorava com um italiano.

Desgostoso com o que julgava ser uma desonra para a família, o pai, Mohamed Salem, degolou-a e enterrou-a no quintal, com a cabeça voltada para Meca.
Além do pai, uma vizinha viu um tio e um cunhado de vítima – Mohamed Tariq, irmão do pai de Hina de 50 anos de idade, e Mahmud Zahid, de 27, casado com uma irmã de Hina – ajudando o carrasco a cavar a tumba onde a enterraram.

Regressada do Paquistão, para onde terá viajado com os filhos menores antes do crime, Bushra Salem, mãe de Hina declarou que a filha era “uma muçulmana má” e que o marido “tinha lavado a honra da família”.


Os que invocam o choque de culturas para justificar o injustificável, esquecem-se de que a civilização choca sempre com a barbárie.

Bom senso e informação

Ainda há dias, a propósito da polémica sobre a (ir)relevância que a RTP terá dado aos incêndios nos seus noticiários, falávamos do bom senso na informação.

Agora é o próprio JPP (Abrupto) que aponta o dedo à SIC. De facto, na ânsia de ultrapassar a TVI, há muito que os noticiários da SIC cederam ao ranking das audiências e adoptaram o modelo informativo iniciado pela dita televisão independente, que faz os pasquins parecerem jornais de referência.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Pesadelo em Viena


Esta rapariga, Natascha Kampusch, foi raptada aos 10 anos e esteve encarcerada numa garagem até aos 18. O seu raptor obrigava-a a chamar-lhe “Senhor” (Master) e terá abusado dela sexualmente nesse período. Na última quarta feira, pelo meio-dia, Natasha conseguiu fugir do seu cativeiro. Ao aperceber-se da fuga da sua presa, o raptor, Wolfgang Priklopil, meteu-se no carro e atirou-se contra um comboio.

Na altura do rapto, em Março de 1998, uma testemunha disse aos investigadores que tinha visto Natascha entrar numa carrinha branca, tipo furgão (van). A polícia identificou 1000 carrinhas brancas na zona e entrevistou Priklopil em Abril de 1998, um mês depois do rapto.

Priklopil disse que usava a carrinha no seu trabalho. Os investigadores acreditaram e deixaram-no ir sem sequer se aproximarem da sua casa ou da garagem.
Um polícia reformado, vizinho de Priklopil, queixou-se à polícia por este matar pombos com uma espingarda de calibre 22. Dessa vez a polícia bateu à porta do raptor, mas ninguém abriu e foi-se embora.
Há dois dias, quando Natasha fugiu, a polícia finalmente fez buscas à casa. A carrinha branca ainda lá estava.
Com tanta falta de faro, percebe-se a necessidade do "Kommissar Rex"

quinta-feira, agosto 24, 2006

Falta de assunto

Anda por aí um alarido porque este ano há menos incêndios, mesmo na televisão.
Um ministro com bom-senso, que ainda os há, terá alertado para os efeitos perniciosos da ampla – demagógica, digo eu – cobertura televisiva que ao longo dos anos se tem feito dos fogos florestais.

De facto, numa objectiva homenagem aos incendiários, as nossas televisões não têm pejo em pôr os ecrãs a arder para ilustrar uma qualquer notícia sobre bombeiros.

Quando é o fogo que se propaga, a comunicação social não pode confundir notícia com propaganda, mas anda por aí gente com falta de assunto que à míngua de roupa suja se agarra a qualquer trapo.

quarta-feira, agosto 23, 2006

A saga

A saga autárquica é um filão inesgotável que continua a encher os noticiários, por razões nem sempre recomendáveis.

terça-feira, agosto 22, 2006

Intifadas

As providências cautelares e as manifestações para manter abertas as maternidades sem condições de funcionamento mostraram-nos um país liderado por autarcas retrógrados, prontos a sacrificar o bem-estar das populações no altar das suas capelinhas. Já tinha acontecido o mesmo com o encerramento das escolas com poucos alunos.

Agora é o Presidente da Câmara de Coimbra que engrossa a onda populista ao proíbir a circulação de resíduos no acesso à cimenteira de Souselas, tentando impedir a co-incenaração.
Claro que os resíduos podem atravessar Coimbra e o resto do concelho. A circulação só é proibida num desvio de 300 metros…
Para quem já viu um presidente de câmara incentivar a população a correr à pedrada os fiscais do Ministério do Ambiente, convenhamos que esta intifada é mais soft.

Premonitório

Governo prepara plano para travar entrada de clandestinos por mar”.

Face ao que escrevi ontem (“Os caminhos da Europa”), a manchete de hoje do Público tem a sua graça…

segunda-feira, agosto 21, 2006

Os caminhos da Europa

Em África há promessas de eldorados mas os seus filhos abandonam-na aos milhares. Para os que lá ficam a esperança de vida é cada vez menor e é por isso que só neste fim-de-semana foram mais de mil os que chegaram às diferentes ilhas do arquipélago das Canárias.

Perante a perspectiva de um futuro miserável nos seus países, metem-se ao mar em caranguejolas e confiam num milagre para chegar às praias apinhadas de turistas, onde os recolhem quase moribundos.

Perante o avolumar da multidão de refugiados, o governo espanhol já pediu a intervenção da ONU.
E se fosse na Madeira?

domingo, agosto 20, 2006

Petróleo das Berlengas ou do Alqueva?

Enquanto por cá se fazem figas para que apareça petróleo ao largo da costa, no Brasil o etanol já satisfaz 40% das necessidades de gasolina.
Este sucesso está a despertar o interesse dos investidores e cientistas americanos e o próprio presidente Bush admitiu que o etanol poderia ser uma solução para diminuir a dependência do petróleo. (Washington Post)

Se o Brasil encontrou na cana-de-açúcar uma alternativa para fazer face aos custos insuportáveis do petróleo, em Portugal não teremos também alternativas?

sábado, agosto 19, 2006

O que é nacional...

Nos Estados Unidos foi proibida a inscrição «light» nos maços de tabaco.

Nada como um português “suave”...

sexta-feira, agosto 18, 2006

Diálogos do Seixal

- Caixa Futebol Campus, Caixa Centro de Talentos ou Caixa Cidade do Futebol?
- “Benfica é Caixa!”

quinta-feira, agosto 17, 2006

Café Império

Afinal este local de culto da nossa memória colectiva não se converteu à IURD. Segundo o DN, foi a Câmara Municipal de Lisboa que susteve o camartelo que o queria transformar em espaço reservado a outros cultos.

Já tínhamos perdido a esperança, mas, depois da beneficiação que se impunha, aí está de portas abertas à nossa espera, como sempre, desde 1955.
Haja fé!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Perdoar às vítimas

Numa tentativa de corrigir a história, o Reino Unido vai conceder o perdão aos 306 soldados britânicos condenados à morte e executados por deserção ou cobardia, durante a Primeira Guerra Mundial (The Guardian).

No campo de batalha, há os que choram, os que gritam, os que se escondem, os que fogem, os que avançam, os que ficam paralisados, os que enlouquecem.
Mas é o medo que a todos comanda.

terça-feira, agosto 15, 2006

Liberalização?

Durante o dia de hoje a comunicação social tem informado os portugueses de que a partir de 4 de Setembro podem mudar de fornecedor de electricidade.
Assim, a partir daquela data, poderemos escolher, para além da “nossa” EDP, as espanholas Unión Fenosa, Iberdrola e Sodesa, e ainda a italiana Enel.

Como essa gente ainda não apareceu na minha rua a esticar cabos, presumo que nos mandem a electricidade por satélite.

Será que só vendem contadores e a energia continua a vir de Castelo de Bode e do Carregado?…

domingo, agosto 13, 2006

Memórias de uma manhã

Quando nasceste, o mar ficou preso nos teus olhos, mas foi a noite que lá pôs o mistério.

sábado, agosto 12, 2006

A esperança

O Conselho de Segurança aprovou a resolução que prevê o fim das hostilidades entre o Hezbollah e Israel.

A resolução foi aprovada por unanimidade e é de esperar que ambos os contendores aceitem os seus termos.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Suspense no Dragão

Mick Jagger ou Jesualdo Ferreira?

quinta-feira, agosto 10, 2006

"The flying Portuguese"


Obikwelu!

Campeão europeu dos 100 metros e dos 200 metros!
Um feito!

Terror em estado líquido

Segundo algumas fontes, seriam 10, segundo outras, 6, os aviões que estiveram em risco de explodir.
Para tal seriam usados explosivos líquidos, não detectáveis pelos aparelhos dos aeroportos.

Esta notícia devia fazer pensar os que adoptam uma atitude “compreensiva” com organizações terroristas, pois o terrorismo não se compadece com a sua compreensão.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Um país negligente

Segundo o ministro António Costa, a maioria dos incêndios tem origem negligente e não dolosa.
Isto é, quem ateia os fogos não é incendiário, “apenas” negligente.
É pena que sejam tão reincidentes...

Corrida ao ouro


Obikwelu!
(100 metros = 9,99 segundos)

terça-feira, agosto 08, 2006

Dá que pensar…

O que escreve José Pacheco Pereira, no ABRUPTO.

segunda-feira, agosto 07, 2006

“Oh, tia! Então, já não se lembra de nós?"

Vivem solitários em casas mais velhas do que eles e não confiam a ninguém as poupanças das suas vidas de privação.
Temem que os herdeiros se apoderem da herança antes do tempo e desconfiam dos vizinhos.
Até que um dia um estranho os aborda com falinhas mansas e, sem mais nem menos, entregam-lhes o pecúlio que tão ciosamente guardavam.(JN)

domingo, agosto 06, 2006

Tarte de morangos com floribela

Escolhem-se algumas adolescentes de elevado potencial e vários broncos com olhos de carneiro mal morto para acompanhar.

Vestem-se, pintam-se e misturam-se até se obter uma massa com as cores do arco-íris, insonsa e inodora.
Junte-se linguajar adolescente e doses maciças de mau português.
Servir em ritmo pimba-jovem, até à alienação total.

sábado, agosto 05, 2006

Estrada fora


Começa hoje mais uma “Volta a Portugal em Bicicleta”.
Reduzida a dez dias pelo espartilho dos regulamentos da UCI, já não dá a volta a Portugal, mas enquanto passar pela Torre e pela Senhora da Graça temos “Volta”.

sexta-feira, agosto 04, 2006

“A solução final”

"(A) eliminação do regime sionista é a verdadeira solução para o conflito."

Estas palavras foram proferidas pelo Presidente do Irão perante os chefes de estado e Primeiros-ministros de 17 países, presentes na reunião do Comité Executivo da Organização da Conferência Islâmica, na Malásia.

O holocausto, cuja existência histórica o senhor Mahmud Ahmadinejad contesta, também foi precedido de uma conferência para discutir "a solução final da questão judia".

quinta-feira, agosto 03, 2006

O móbil do crime

Segundo as notícias, o tribunal que julgou o assassínio de Gisberta não encontrou “os motivos objectivos das agressões com paus, pedradas e ao pontapé”, perpetradas por 13 menores, que levaram à morte daquele transexual.

No entanto deu como não provado que os rapazes actuaram por "intolerância perante as opções sexuais do ofendido e perante as diferenças fisionómicas".

Ou seja, sem o assumir, o juiz identifica o móbil do crime e é uma leviandade chamar-lhe “brincadeira de mau gosto”.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Um crime que compensa

Portugal é um dos Estados-membros da UE mais afectados pela epidemia da corrupção.”

Por isso, não surpreende que haja quem critique a publicação da lista dos contribuintes devedores, e que a Direcção Regional Finanças da Madeira se recuse a incluir os devedores com residência fiscal naquela região autónoma.

terça-feira, agosto 01, 2006

E depois de Fidel?

Como aconteceu com outros ditadores, vai ser a doença a abater o rochedo de Cuba.
Durante meio século, Fidel Castro bateu o pé ao poderoso vizinho e foi o inimigo público número um dos americanos.
Entretanto o mundo mudou e já não há muros em Berlim nem se vêem intelectuais nos McDonald’s de Saint Germain des Prés.
Também os inimigos dos Estados Unidos já são outros e respondem pelo nome de Bin Laden e Hugo Chavez.

Dificilmente o regime cubano sobreviverá ao desaparecimento do seu fundador. Para já, Fidel delegou provisoriamente no irmão os poderes absolutos que a revolução lhe deu e o aparelho do partido perpetuou.
Porém suspeita-se de doença grave (Parkinson) e, a não ser que “as notícias acerca da sua morte política tenham sido um pouco exageradas”, pode ser o prenúncio do fim.

A festa já começou em Miami, mas conviria moderar os excessos, pois, apesar de não ser época de furacões, há o risco de Cuba ser atingida pelo ciclone do capitalismo selvagem que devastou a economia da Rússia e das outras repúblicas em que a União Soviética se fragmentou.