domingo, fevereiro 28, 2010

"Porque não investigam os submarinos ou os dinheiros da Festa do "Avante!".

É melhor ler tudo... (da entrevista a Miguel Sousa Tavares (na revista do CM de ontem):

CM: Os casos de Manuela Moura Guedes e Mário Crespo não foram censura?

MST: Você acha? Há um director de jornal que recusa publicar uma crónica e no dia seguinte o texto está no site do Instituto Sá Carneiro e uma semana depois editado em livro. Eu já vivi num país com censura, já conheci países com censura, e não me lembro de censura assim. E quando vejo a Manuela Moura Guedes ter direito a 20 minutos em directo do telejornal para dizer que há censura... Sinceramente, tomara a líder da oposição birmanesa.

CM: O que se passa então agora entre a classe política e a classe jornalística?

MST: Penso que é preciso dar nas vistas, isso é que vende jornais. Há uma confusão de conceitos, que não sei se é voluntária, se é negligente, mas que está a ser feita de forma leviana. Expressões como ausência de liberdade, ditadura, são demasiado graves para serem usadas porque um director de jornal recusou publicar uma crónica do Mário Crespo sem que este revelasse qual era a sua fonte. Eu já fui director e não publicaria uma coisa baseada em fontes anónimas de restaurante. Não pode ser.

(...)

CM: Mas a sua crítica é ao facto de virem a lume conversas que estavam em segredo de justiça?

MST: Isso é o ponto n.º 1. Ponto n.º 2 é como se faz um jornalismo com base nisso. Se me tivesse chegado à mão, eu pedia ao jornalista que investigasse. Não publicava assim. Agora, ter um amigo no Ministério Público ou na Polícia Judiciária que, à socapa, lhe manda o processo das escutas não tem nada de investigação.

(...)

CM: Quando terminou o "Jornal Nacional de 6.ª", disse que era o fim do "jornalismo nacional de manipulação"...

MST: E disse que era um atentado à liberdade. Nunca vi, em nenhuma televisão do mundo, um jornal como aquele.

CM: Considera que esteve demasiado tempo no ar?

MST: Acho que nunca deveria ter estado no ar. Pense-se o que se pensar do actual primeiro-ministro, aquilo era um jornal para atacar uma pessoa concretamente. E às vezes perguntava por que não se fazia uma emissão contra o Paulo Portas ou a Manuela Ferreira Leite, outra contra o Jerónimo de Sousa ou o Louçã. Não há nada? Porque não investigam os submarinos ou os dinheiros da Festa do "Avante!". Lembro-me de ter dito à [jornalista] Ana Leal: o que acontece ao vosso jornal no dia em que o Sócrates for absolvido? O jornal morre por falta de objecto. O caso Freeport dura há seis anos por uma única razão: porque ainda não conseguiram entalar o Sócrates. Se fosse o Zé dos anzóis já tinha sido arquivado. Acho inconcebível que um primeiro-ministro viva sob suspeita de corrupção durante seis anos e que os contribuintes estejam a pagar esta investigação. Nós não podemos ser governados por alguém que não sabemos se é corrupto ou não. O Ministério Público tem obrigação de, rapidamente, apurar aquilo. Ou tem, ou não tem indícios. Agora, permitir que o primeiro-ministro seja queimado em lume brando na imprensa enquanto eles arrastam o processo à pesca à linha, a ver se alguém morde o anzol, é inconcebível. Eu não quero ser julgado assim. Não quero ter um primeiro-ministro julgado assim.
(Via Câmara Corporativa)

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Intervalo

Estou a curar uma constipação. Não abusem...

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Ódios encobertos

Ainda bem que o Parlamento ouviu Mário Crespo, José Manuel Fernandes, Felícia Cabrita e Henrique Monteiro. O arquitecto Saraiva também lá vai.
Vejam como um colega de profissão, conhecido por não ter papas na língua (Baptista Bastos), avalia a prestação dos três primeiros:
Um “escabroso espectáculo, fornecido por Mário Crespo, José Manuel Fernandes e Felícia Cabrita, tidos como apreciáveis jornalistas… ...chegou a ser aflitiva por declaradamente arrogante, e apenas revelou o verdete que alimentam por José Sócrates… O ódio não se confessa, mas nota-se, e marca o desejo inconsciente de destruir o outro”.
Além de Baptista Bastos, o povo também já percebeu que a farsa da falta de liberdade de expressão, encenada por gente sem respeito pela memória dos que no passado exerceram a profissão sob a censura, serve apenas para disfarçar as campanhas de ódio em que se especializaram.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Candidatos há muitos…

Por enquanto, nenhum dos três candidatos à liderança do PSD se distanciou dos outros como favorito.
Nenhum deles se apresenta com passado e argumentos capazes de acabar com a indecisão que parece afectar o partido. No entanto, os candidatos são bem diferentes e não apenas em estilo.

Tal como Sá Carneiro, Aguiar Branco emerge da burguesia liberal do Porto. Partilha com ele a advocacia, o estilo aristocrata e talvez as ideias, mas não tem a fibra do fundador.
Pedro Passos Coelho é um típico produto das jotas (JSD). A sua principal dificuldade é convencer os outros de que já de lá saiu.
Ao contrário dos outros candidatos que têm um perfil político definido e mais ou menos transparente, Paulo Rangel é um joker. A tendência sebastianista do PSD joga a seu favor.

Se gostam de surpresas, Rangel é o vosso homem.

domingo, fevereiro 21, 2010

Inferno no Paraíso










As imagens que nos chegam da Madeira são desoladoras.
A hora é de ajudar, mas é importante prevenir o futuro.

sábado, fevereiro 20, 2010

Tchin-Tchin!

Obrigado ao Lino, ao T.Mike (Miguel Gomes Coelho), ao Francisco Clamote, ao A. A. Barroso e à PFM (“a seguidora mais internacional deste blogue”), por nos terem felicitado pela passagem do 5º aniversário de A Forma e o Conteúdo.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ética

Vi apenas a parte final da audição de Mário Crespo na Assembleia da República, mas ainda fui a tempo de o ouvir dizer que há por aí jornalistas que basta alguém convidá-los para um almoço para se passarem. A culpa é das condições precárias em que exercem a profissão, justificou.
Um ponto, este Crespo...

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Vozes de Burro

Se tivessem vergonha, os mabecos que passaram o último ano a roer-lhe as canelas metiam a viola no saco.

Liberdade para tudo

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Passou-me…

Este blogue começou a ser publicado em 30 de Janeiro de 2005.
Embora com atraso, não posso deixar passar mais um aniversário de A Forma e o Conteúdo sem agradecer a todos quantos por aqui têm passado ao longo destes cinco anos.
A porta continua aberta.

Cobardia Democrática

O país já se habituou a ouvir disparates da boca de dirigentes do PSD.
Se outros motivos não houver, Manuela Ferreira Leite será sempre lembrada por ter dito que não podiam ser os jornais a decidir o que publicam e que a democracia devia ser suspensa por seis meses para fazer reformas.
Houve quem tentasse disfarçar estes dislates como gafes, mas a linha ideológica subjacente é iniludível.
Para substituir MFL perfilam-se agora três candidatos à liderança do PSD. Segundo um conhecido comentador de direita, que integrou um governo de Sá Carneiro e foi deputado do PSD, “nunca nenhum fez nada que o recomendasse para inspirar e unificar o partido; ou para, eventualmente (e com muito azar nosso), ser primeiro-ministro”.
Com esta generalização, Vasco Pulido Valente arrisca-se a ser injusto para o génio que inventou a Claustrofobia Democrática e a Asfixia Democrática, se bem que o número do Parlamento Europeu fique melhor na categoria de Cobardia Democrática.

Há pelo menos uma certeza: Com a eleição deste candidato, a direcção do PSD assegura a continuação do disparate.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Brincar com coisas sérias

Desde as últimas eleições, em que o PS perdeu a maioria absoluta, os partidos da oposição aprovaram vários diplomas contra a vontade do governo e do Partido Socialista.
O mais recente resultado desta coligação negativa foi a alteração da Lei das Finanças Regionais, que beneficiou a Madeira em prejuízo de regiões mais carenciadas.
Entretanto, o povo não se distrai:

PS – 38,1%
PSD – 26,9%
CDS/PP – 13,6%
BE – 8,4%
CDU – 8,3%
(Fonte – Expresso)

...ou a barbatana do tubarão




quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Tarde e a más horas

Ausências inesperadas impediram-me de divulgar, em tempo mais oportuno, a última obra de Eduardo Pitta, Aula de Poesia.
Com o pedido de desculpas, seguem os votos de sucesso.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Não haja confusão!

Os blogues associados na manifestação “pela liberdade” têm em comum a relação difícil com ao 25 de Abril.
O que eles pretendem é o regresso da liberdade que perderam naquele dia…

O Mundo às Avessas

Um país em que as manifestações se fazem até de camião, em que toda a gente diz o que lhe apetece (Belmiro chamou ditador a Cavaco Silva), em que o governo é diariamente atacado nos jornais e televisões, haverá liberdade de expressão?
Paulo Rangel acha que não.
Histérico, chama-lhe a Constança, que é educada...

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Compromisso histórico

A proposta de Alberto João Jardim para que os partidos da oposição se entendam num Compromisso Histórico para derrubar o governo, não entusiasmou visados (PSD, CDS,PCP e B.E.).
Estes compromissos têm um pequeno problema: sabe-se como começam, mas não se sabe como acabam e, às vezes, acabam mesmo muito mal

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Ver para crer

Unidos no braço de ferro contra o governo, os partidos da oposição desdobram-se em declarações dizendo não acreditar que o governo se demita, se for aprovada a alteração à Lei das Finanças Regionais.
Entretanto vão encostando o governo à parede, não lhe deixando alternativa.

Quem procura sarilhos, encontra-os!

Os jornalistas Manuela Moura Guedes, José Manuel Fernandes e Mário Crespo, tomaram como sua a missão de derrubar o governo PS e desacreditar José Sócrates. Os primeiros acabaram trucidados nas próprias armadilhas. Mário Crespo segue-lhes as pisadas.
Todos se serviram dos lugares de destaque que ocupavam em órgãos de comunicação social de referência. A parcialidade com que desempenharam a função de jornalista, ficcionando e deturpando factos, é um crime contra a liberdade de imprensa, à sombra da qual se acolhem quando a verdade os denuncia.
É este o crime que os vai perseguir e têm de expiar.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Estavam a pedi-las...

Diz quem sabe, que a Região Autónoma da Madeira tem um rendimento per capita superior à média nacional. Por isso, acrescenta, esta região deveria transferir verbas para as regiões mais pobres e não o inverso.
Diferentemente pensam os partidos da oposição (todos: PSD, CDS, PCP, B.E.), que se preparam para aumentar as transferências para a Madeira, desviando recursos de regiões pobres para perpetuar o parasitismo despesista do governo de Alberto João Jardim.
A leviandade da oposição, que está em maioria no parlamento, já levou o ministro Teixeira dos Santos a tomar a decisão de se demitir se a Lei das Finanças Regionais for aprovada naquele sentido. Consta que o Primeiro-ministro José Sócrates ameaça fazer o mesmo.
Não contavam com o murro na mesa, mas estavam a pedi-las...

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Coisas que se ouvem, quando se querem ouvir

Alguém, que escutou uma conversa num restaurante, foi dizer a Mário Crespo que ouviu chamar-lhe "louco" e "profissionalmente impreparado".
Quando se compara a Manuela Moura Guedes e a José Manuel Fernandes, Mário Crespo acerta no pé.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

A Burka - liberdade e opressão

O uso da Burka, ou traje similar, está em vias de ser proibido em alguns lugares públicos em França. A Turquia, país de maioria islamica, proíbe-o em qualquer local público.
Em Portugal parece não haver legislação sobre a matéria. Porém, muitos dos que dizem condenar veementemente o uso daqueles trajes, estão contra a legislação francesa que visa limitar o seu uso. Ou seja, são contra o uso da Burka porque representa uma violência sobre as mulheres, mas não reconhecem ao estado o direito de o proibir, porque viola a liberdade individual de a usar.
Isto é um sofisma. Se se considera violência obrigar as mulheres a usar Burka, o que acontece em alguns países, ao permitir o seu uso dentro das suas fronteiras, os países democráticos estão a fechar os olhos à opressão que está na sua génese. A Burka é um símbolo de opressão, não de liberdade. Isto é insofismável.
A dar razão aos que entendem que os países democráticos não podem proibir o uso da Burka, legitimam-se os que obrigam as mulheres a usá-la.