sexta-feira, junho 30, 2006

Acéfalo quem?

Pela primeira vez desde o 25 de Abril, o país tem um Primeiro-ministro que põem em marcha as reformas que os seus antecessores tinham nos programas, mas adiavam por conveniências eleitorais ou pressão de clientelas políticas.

Sobre isto, poucos portugueses têm duvidas e muitas figuras proeminentes da oposição também o reconhecem.

Os portugueses têm compreendido a importância das medidas que o governo tem vindo a pôr em prática para o desenvolvimento do país e é por isso que a popularidade Primeiro-ministro se mantém elevada, contra todas as expectativas.

Mas há gente incomodada com esta popularidade. Gente como José Pacheco Pereira que apesar de reconhecer que o “governo tem feito algumas coisas bem”, insiste em afirmar que “não é o governo que serve para defrontar os problemas com que Portugal se defronta”.

Como é seu costume, JPP deixa tudo no ar e não diz que coisas este governo tem feito bem, nem quem poria à frente do governo que em seu entender seria mais capaz “para defrontar os problemas com que Portugal se defronta”.
De facto o texto de JPP, além de ser um lamento inconsolável “pela inexistência ou debilidade” de uma oposição liberal, é um equívoco monumental.

Ao fim de tantos anos de militância, JPP ainda anda à procura do liberalismo no PSD. Claro que não vai encontrá-lo: Marques Mendes é mais estatista que as esquerdas e Cavaco Silva, Miguel Cadilhe, Miguel Beleza, ou Manuela Ferreira Leite, são economistas que sempre viveram do sector público. Os “liberais” Alberto João Jardim, Durão Barroso e Santana Lopes dispensam comentários.
“O consenso acéfalo dos dias de hoje” não está, por isso, do lado dos que apoiam as reformas de que o país necessita, como pretende José Pacheco Pereira.

A acefalia está onde sempre esteve: no mundo retrógrado e obscurantista que produz personagens como Fernando Ruas, um troglodita das hostes miguelistas que o PSD elevou ao mais alto cargo do poder autárquico.

quinta-feira, junho 29, 2006

Onde estão os substitutos?

Os analistas eram unânimes: os galácticos sairiam sem honra nem glória deste mundial: Ronaldo estava gordo, Figo já não arrancava, Zidane corria em slow motion e Beckham já não tinha força.

Com o campeonato na recta final, Robinho ainda é suplente de Ronaldo, Figo mete no bolso Arjen Robben e Robin van Persie, Zidane marca golos com sprints de 40 metros e, sem os livres de Beckham, a Inglaterra já tinha ido para casa.

Golo de Pauleta

"Se conhece a história de Portugal sabe que não temos medo de ninguém."

quarta-feira, junho 28, 2006

"Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada"

Já todos sabíamos que sob a máscara de autarca havia muitos caciques e aspirantes a Alberto João.
Mas não se iludam: como o da Madeira, que perde o viço fora do microclima, também estes tiranetes perdem a basófia nos limites da paróquia.

terça-feira, junho 27, 2006

Ingenuidade ou Medo?

Quando acontecem crimes em regiões remotas da província, os locais atribuem a sua autoria a gente de outras partes, pois não lhes passa pela cabeça que os vizinhos com quem falam diariamente os praticassem, como se provou pela reacção dos habitantes de Santa Comba Dão à prisão do confesso 'Serial Killer'.

A imagem idílica da vida na província é hoje uma ficção. Há regiões onde ninguém se arrisca a deixar alfaias agrícolas no campo e os pomares são guardados de caçadeira, mas os locais preferem dizer que os roubos são praticados por “gente de fora” do que enfrentar a dura realidade.

segunda-feira, junho 26, 2006

Festa ensombrada

Nos dias que passam, a festa dos portugueses com as vitórias da selecção tem sido ensombrada com os acontecimentos de Timor.
Se o espírito solidário da selecção nacional se transmitisse aos timorenses, talvez os bandoleiros abandonassem as ruas de Dili para os miúdos jogarem à bola.

domingo, junho 25, 2006

O juiz de Nuremberga


16 amarelos e 4 vermelhos, mas Portugal ganhou a guerra.

"Cortar onde é preciso"

Todos os meses, durante quatro dias, os deputados europeus deixam Bruxelas e transferem-se de armas e bagagens par Estrasburgo. Esta “transumância” custa 200 milhões de euros por ano aos contribuintes europeus.

Trata-se de uma operação inútil, geradora despesas improdutivas, caracterizada pela ineficácia.

O Expresso noticia que alguns deputados decidiram lançar uma petição para acabar com este ritual.
Assine-a também aqui.

sábado, junho 24, 2006

Justificação

O autor tem andado longe dos teclados. Na remota hipótese de alguém ter reparado nisso, esclareço que fui forçado a abandonar por alguns dias o posto de observação que me está atribuído na blogosfera.

Acabo de regressar, mesmo a tempo de vos desejar um bom fim-de-semana.

segunda-feira, junho 19, 2006

“Inumana, repulsiva e detestável”

Foi assim que a Austrália classificou a atitude do Japão que pretendia acabar com a proibição da caça à Baleia, invocando fins científicos.
“Em nome da ciência, o Japão caça as baleias, habitua as crianças a comê-las e, segundo provas que temos, também as dá aos cães”, declarou ainda o Ministro do Ambiente Australiano.

“Baleias 3 – Japão 0”, comentou o responsável do IFAW, uma insinuação ao resultado do Austrália – Japão no campeonato do Mundo (3-1).

domingo, junho 18, 2006

Fly Portugal


(foto New York Times)

sábado, junho 17, 2006

O espelho do país

Tem passado na TV uma campanha a favor do ambiente. Nada contra.
Muito a propósito, o Jornal de Notícias dá conta da degradação a que chegaram as instalações sanitárias públicas no Porto.
Mas não é só no Porto que isso acontece. Degradação, ou inexistência pura e simples de instalações sanitárias públicas, é a realidade com que se depara em qualquer cidade deste país.

Há anos visitei a Feira de Santarém e fiquei chocado com as instalações sanitárias da “Maior Feira da Agricultura”. Era de causar vómitos. Não voltei lá.

Os nossos autarcas deviam preocupar-se com o básico, pois de pouco valem os recantos ajardinados e as rotundas de fachada se os forasteiros que os visitam não encontrarem uma casa de banho.
Sem higiene não há qualidade de vida, nem amor-próprio.

Não há milagre que a salve!

“Descarga na Ribeira dos Milagres” (SIC Online)
E Fátima, ali tão perto...

sexta-feira, junho 16, 2006

O país da salmonela

Em Portugal encontra-se em 80 % dos aviários, no Luxemburgo em 0%.
(DN Online)

quinta-feira, junho 15, 2006

De feira em feira

quem assegure que as críticas de Cavaco Silva ao Ministro da Agricultura Jaime Silva na Ovibeja e na Feira do Ribatejo são inspiradas por Sevinate Pinto, Ministro da Agricultura do Governo de Durão Barroso e consultor do Presidente da República para a “agricultura e o mundo rural”, "que tem mantido com o ministro um “atrito” público e publicado".
Não seria a primeira vez que punham Cavaco Silva a fazer de ventríloquo, mas nem a desastrada representação CAP justifica que lhe dêem o papel de boneco.

quarta-feira, junho 14, 2006

A Fábrica da Opel

Quando uma empresa estrangeira decide fechar uma fábrica em determinado país para a abrir noutro, costuma dizer-se que “o capital não tem pátria”, tentando justificar a sua fuga às responsabilidades sociais.

Mas nunca se ouviu dizer o mesmo dos lucros, como se estes não dependessem daquele e ambos não pertencessem ao mesmo possuidor.

terça-feira, junho 13, 2006

O amigo de Camões

"Passam hoje 11 anos sobre o assassinato de um português mulato, Alcino Monteiro, às mãos de um bando de racistas.
É hábito da imprensa descrever Alcino Monteiro como "cidadão cabo-verdiano". Isto é incorrecto. Alcino Monteiro era cidadão português, por naturalização, com bilhete de identidade e até serviço militar feito nas Forças Armadas deste país. Outras vezes aparece descrito como "de origem cabo-verdiana", e fica insinuado que foi esta a motivação do assassinato de que foi vítima. Mas não foi por ser "de origem cabo-verdiana" que mataram Alcino Monteiro: se ele fosse cabo-verdiano e branco não lhe teriam tocado. Alcino Monteiro era português e foi assassinado por outros portugueses que não gostavam da cor da sua pele.
Desde que Alcino Monteiro foi assassinado que a imprensa não consegue acertar num facto simples como este. Quando se esconde a motivação do crime por detrás de eufemismos como "origem cabo-verdiana" ou "cidadão cabo-verdiano", não só a informação vai errada, como se está a espoliar uma vítima da nacionalidade que ganhou com trabalho e esforço. É uma reviravolta com tons de injustiça. Cheguei a ver um artigo em que Alcino Monteiro era descrito como "cidadão cabo-verdiano" ser ilustrado pela foto de um dos seus documentos, onde se lia: "República Portuguesa - Bilhete de Identidade de Cidadão Nacional", ou seja, Alcino Monteiro era tão português como, provavelmente, o jornalista que escrevia o artigo e que nem com o documento à frente dos olhos conseguia vencer a força do preconceito - se tem a pele escura - se tem sotaque -, então não pode ser bem português.
Nesta semana apareceu na televisão um dos assassinos de Alcino Monteiro. Os tribunais provaram que no dia 10 de Junho de 1995 aquele homem, de seu nome Mário Machado, correu em bando pelo centro de Lisboa, pondo em prática a definição do "crime de ódio" que alguns insistem que não existe: atacar, espancar e molestar exclusivamente negros e mulatos, deixando em paz os brancos.
Mário Machado diz que tem "orgulho em ser português". Mas, ao contrário de Alcino Monteiro, não fez o menor esforço para tal. Diz que tem "orgulho em ser branco". Tal como Alcino, Mário não tem a menor responsabilidade na sua cor de pele; isso não impediu Mário e outros de espancar Alcino até à morte.
Há quem diga que Mário Machado é apenas dono de uma enorme estupidez. É muito difícil contrariar tal conclusão, quando o próprio mostra à TV uma arma que, com o seu cadastro, não pode possuir, diz que tem licença de caça, mas que tenciona usá-la nas ruas, e depois explica que a arma, que sempre refere como sendo sua, está em nome da mulher. Até o mais sonolento dos juízes desmonta esta fraude mal amanhada.
Na reportagem, um dos seus comparsas define ainda melhor a coisa: "Há gajos que sabem cantar", afirma, "eu não sei cantar, só sei andar à porrada." Quando não se sabe nada de nada, resta o racismo.
Conceda-se, no entanto, que a estupidez do racista não é uma estupidez qualquer. É uma estupidez monumental: tem escadaria e dez quartos de banho, dá muito trabalho a manter. Qualquer distracção e poderia ficar-se mais inteligente. Logo, há que estar sempre alerta: a estupidez tem de ser mantida a todo o custo, isolada e protegida pela estupidez de outros iguais a ele. Para isso é preciso até uma certa dose de esperteza: para esconder ou mostrar as tatuagens da suástica no momento certo, para aproveitar a TV esperando que outros cometam os crimes por ele, para fundar pseudopartidos com organizações paramilitares escondidas, para contar com a complacência da sociedade.
Hoje é ainda data de outro aniversário. Dez anos depois do assassinato de Alcino Monteiro, a mesma imprensa que ainda não conseguiu acertar na nacionalidade da vítima, e que usa de eufemismos para falar da motivação do crime, foi rapidíssima a noticiar um arrastão que não aconteceu. Aí, a cor da pele estava já por todo o lado, até onde o seu valor como informação era igual a zero. Num debate organizado anteontem sobre este assunto (ver PÚBLICO, secção Media, de ontem) o director de informação da Lusa contou que as imagens de Carcavelos foram recebidas nas redacções "com muita euforia" e noticiadas de imediato, sem confirmação, apesar de "apenas com muita imaginação se poder ver ali um arrastão". Estas notícias deram uma oportunidade de ouro aos racistas como Mário Machado para saírem da toca, passados dez anos, e organizarem pela primeira vez manifestações que ainda um dia vão acabar mal. Nas palavras de Joaquim Fidalgo, moderador do debate, "os jornalistas erraram e não pediram desculpa".
São, na verdade, muito densos e contraditórios os sentidos acumulados sobre o 10 de Junho, desde que começou a ser comemorado como data da morte de Luís de Camões. Dá que pensar, mas é melhor que os nossos racistas não se metam nisso. Camões é um símbolo do amor à pátria que só poderia deixá-los humilhados. Afinal, é um desses gajos que "sabia cantar": era culto e viajado, gostava de poesia e sabia escrevê-la como ninguém, tinha tudo o que eles não têm. Se as crónicas não erram, morreu há exactamente 426 anos. Velado pelo seu mais fiel amigo, o único capaz de o acompanhar literalmente desde o outro lado do mundo, e a quem chamavam Jau, talvez por ser da ilha de Java. Era um estrangeiro e imigrante, portanto, o melhor amigo de Camões. E uma coisa é certa - não era branco."
( "O que há numa data", de Rui Tavares. - texto copiado do blogue "A destreza das dúvidas".)

Recados a Santo António

“As novas "pedagogias" que entretanto foram sendo introduzidas nos infantários e nas escolas primárias, assentes sobretudo na consideração da criança como um bibelot a quem só se pode falar, ensinar jogos idiotas e a dormir umas sestas, mudou radicalmente a noção de aluno….
A ministra da Educação que, e bem, pretende disciplinar a função docente, deve igualmente prestar atenção aos alunos e não permitir o verdadeiro assalto que alguma boçalidade familiar se permite fazer às escolas em nome dos sagrados direitos dos broncos dos filhinhos. Não há que ter medo das faltas por mau comportamento e da expulsão de delinquentes das escolas pagas pelo dinheiro dos contribuintes.” (A escola – "portugal dos pequeninos")

“…o melhor é passar a tutela das maternidades para o Conselho Superior de magistratura, já que são os juízes que decidem que maternidades fecham então que sejam também os magistrados a geri-las.” (Maternidades – "O Jumento")

“…li há pouco um texto que rezava, a propósito não revelo do quê:"passavam pessoas de cabis baixo".
Não via nada assim desde que num outro texto, há muitos anos, li "tremia como várias verdes" e "seixava um campo". (cabis ao alto – "Glória Fácil")
“e ainda acham que o problema do jornalismo português é o arrastão.” ("Glória Fácil")

segunda-feira, junho 12, 2006

“Já vi melhor…”

Comentário de Jorge Sampaio à saída do estádio de Colónia.
Eu também, sem desprimor para Luís Figo.

domingo, junho 11, 2006

E se fosse com o Brasil?

Em futebol tudo é possível”, ouve-se a cada passo nas entrevistas e comentários, quando se pretende antecipar o resultado de um jogo entre equipas com cotação desnivelada.

Mesmo que Scolari considere que uma derrota diante dos angolanos «seria desastrosa e colocaria Portugal numa situação de desespero», as estatísticas estão cheias de exemplos que comprovam este adágio.
Se o adversário fosse o Brasil, talvez não fizesse aquele comentário, mas as consequências para a carreira da selecção portuguesa seriam as mesmas.
A questão é que, quando as selecções de Portugal e Brasil se encontram, o que está em causa é um jogo de futebol e, por enquanto, com Angola, ainda não é só isso.

sábado, junho 10, 2006

Abusos

O Público noticia que o tribunal não reconheceu à “Associação pró-vida "Mulheres em Acção" legitimidade para requerer a suspensão da venda da pílula do dia seguinte.
Segundo o mesmo jornal, a dita associação “requereu em Janeiro uma providência cautelar para suspender a venda da pílula do dia seguinte Norlevo (em dosagem de 1,5 miligramas), argumentando que a bula que acompanha o fármaco é omissa quanto a eventuais danos para a saúde das menores de 16 anos.”

Os cidadãos são livres de formar associações e imaginação não falta aos que se arvoram em representantes dos outros. Desde a “Associação dos cidadãos motorizados” até à “Associação dos utentes da Linha de Sintra”, temos associações para tudo. Em geral, são meras siglas que dão voz a arrivistas em busca de tempo de antena que não representam ninguém.
Podem algumas mulheres em acção dispensar a pílula do dia seguinte, mas não é por se constituírem em associação que se lhes reconhece legitimidade para impedir que outras a tomem.
Quanto aos danos para a saúde, obviamente que é preferível confiar no Infarmed do que em organizações confessionais avessas à ciência.

sexta-feira, junho 09, 2006

Vaca varina


Descendo a Rua do Carmo

Nem tudo o que reluz é ouro

Dizem os vizinhos que Toni, jogador do Futebol Clube do Porto, ponta de lança da selecção de sub-20, campeão do mundo em 1990 com Figo, Rui Costa, João Pinto, Jorge Costa, etc., é emigrante no Luxemburgo onde exerce a profissão de trolha.

quinta-feira, junho 08, 2006

Ouro Negro

A música do Duo Ouro Negro, formado por Raul Indipwo e Milo MacMahon em 1959, inspirava-se numa vivência africana eivada de romantismo, dramaticamente posta em causa com o início da luta armada em Angola (1961). Deixaram-nos músicas inesquecíveis, como a que escolhi para assinalar a morte de Raul Indipwo, mas nunca conseguiram libertar-se da nostalgia desse mundo perdido.


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quarta-feira, junho 07, 2006

Tribunais da história

Um tribunal de Toulouse condenou o Estado Francês e a SNCF (caminhos de ferro franceses) pelo seu envolvimento no transporte de judeus para os campos de concentração nazis, durante a ocupação da França na Segunda Guerra Mundial.

Embora os judeus fossem transportados em vagões de animais, a SNCF cobrava tarifas como se viajassem em 3ª classe, tendo continuado a reclamar o seu pagamento mesmo depois da libertação.
(Le Monde)

É preciso ter galo!


Como se não bastasse o fecho da Maternidade, Barcelos foi ameaçada por um grande incêndio e o Gil Vicente arrisca-se a descer de divisão.

terça-feira, junho 06, 2006

6-6-6 – O Dia do Anticristo

Hoje é o dia 6, do mês 6, do ano 6 do Milénio. Este número (666) é também o número da besta do Apocalipse, a encarnação do Anticristo.
Para alguns é o próprio BILL GATES (William Henry Gates III) cujo nome, codificado em ASCII, soma 666:

B = 66; I = 73; L = 76; L = 76; G = 71; A = 65; T = 84; E = 69; S = 83; I (1)= 1; I (1)= 1; I (1)= 1


(66+73+76+76+71+65+84+69+83+1+1+1=666)

That's all folks!

Excluídos

A propósito da exclusão de Quaresma da selecção A, recordam-se aqui alguns excluídos de outros tempos.

segunda-feira, junho 05, 2006

Piquenique

As mulheres entram nas listas porque são mulheres e não porque têm mérito, competência e capacidade". (Marques Mendes, sobre a lei da paridade)

Custa-nos a crer que no PSD não haja 25 mulheres (1/3 dos deputados) com “mérito, competência e capacidade” para ombrear com os seus colegas masculinos. A avaliar pela mais recente iniciativa do seu grupo parlamentar (Dia Nacional do Cão), que Marques Mendes também subscreveu, seria difícil não constituírem uma mais valia…

"É importante que os portugueses não se esqueçam dos verdadeiros problemas do País enquanto decorre o Campeonato do Mundo e as suas férias”.

Só há uma razão para os esquecerem: Ou não são importantes ou não são verdadeiros.

Talvez por isso, “entre um porco no espeto e música "pimba" e sob um calor abrasador, o discurso do líder laranja no Alentejo recolheu algumas ovações, mas esteve longe de incendiar as hostes sociais-democratas.

domingo, junho 04, 2006

Tiananmen


17 anos depois...

sábado, junho 03, 2006

De trombas!


Quem disse que o futebol se joga com os pés?

Veto com o rabo de fora

O veto político à “lei da paridade” é um acto legítimo e corresponde ao perfil cultural deste Presidente da Republica, mas revela também um estilo.
Na verdade revela mesmo algum cinismo, pois uma lei que não prevê sanções para quem a violar, não é lei, é uma declaração de princípios.
Cavaco Silva não põe em causa os princípios e também não se atreveu a mandar a lei para o Tribunal constitucional. Pelo contrário: Finge estar de acordo, mas destrói a lei da única forma que está ao seu alcance.
Era preferível dizer que era contra a paridade, e estava no seu direito.
Se o PS e o BE caírem no engodo de lhe reenviarem uma “Lei de paridade” expurgada de quaisquer sanções, produzem uma inutilidade legislativa.
(Mulheres nos grupos parlamentares: PS 45 em 121, 37, 2%; PSD 6 em 75, 8,3%; PCP 2 em 12, 16%; CDS 1 em 12, 8,3%; BE 4 em 8, 50%. Fonte : Arrastão )

sexta-feira, junho 02, 2006

Os cães e os donos

Na sequência do processo de divórcio, é habitual os tribunais atribuírem o poder paternal a um dos pais e estabelecerem um regime de visitas ao outro cônjuge.
Porém, o casal que se divorciou em Barcelona em vez de filhos, tinha um cão, e um tribunal catalão achou por bem estabelecer um regime de visitas.

Mesmo tratando-se de um golden retriever, o ridículo desta decisão só encontra paralelo na proposta do PSD para consagrar o “Dia Nacional do Cão”.

quinta-feira, junho 01, 2006

O país corporativo

Maria Lurdes Rodrigues é uma excelente ministra da Educação. Impôs a moralização nas escolas e resolveu problemas que há muito tempo se arrastavam e já poucos esperavam ver resolvidos. O país estranha-lhe a coragem e ainda duvida da seu sucesso, pois não está habituado a ter governantes dispostos a enfrentar as corporações que controlam a administração pública.

Embora esteja a fazer um excelente trabalho, “a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) pediu hoje a demissão da ministra da Educação e anunciou a realização de uma greve e manifestação nacional até ao final do ano lectivo”.
Já no ano passado, os professores tiveram a ideia lastimável de fazer coincidir greves com os dias marcados para os exames nacionais do secundário. Agora, quando o país tem a rara felicidade de ter uma ministra que tenta pôr o Ministério da Educação ao serviço do país, a sua organização sindical não está com meias-medidas e pede o seu afastamento.

Porém o povo português já começou a perceber que é preferível apoiar os governantes que elegeu e defendem os seus interesses, do que sindicalistas vitalícios que transformaram a função pública numa coutada de interesses corporativos.
Espera-se que o Primeiro-ministro não ceda a esta chantagem, pois muito do seu prestígio, e do governo, tem sido granjeado por não se subjugar às pressões corporativas.