domingo, dezembro 31, 2006

O mundo em 2007

Ásia – Enquanto a miséria viver paredes-meias com os mais elevados índices de desenvolvimento do planeta, os direitos humanos continuarão a ser uma miragem.

Austrália – Cada vez mais a estrela invisível da bandeira americana.

África – Tem tudo, mas os seus filhos procuram o futuro noutros continentes.

Américas – A do norte está no topo do mundo e continuará a reforçar o muro que a protege da miséria que se propaga a sul.

Europa – Talvez por exclusão de partes, a esperança do mundo ainda mora aqui.



Bom Ano Novo para os visitantes de “A Forma e o Conteúdo”

sábado, dezembro 30, 2006

O carrasco e a personagem

Saddam Hussein foi executado às 6:00 horas em Bagadad (3:00 em Lisboa).
Segundo as notícias, a execução de Saddam Hussein “foi um processo 100 por cento iraquiano” sem a presença de americanos.
A sua morte será no entanto sempre imputada aos Estados Unidos.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Política e Constituição

A falta de argumentos políticos levou a Associação Nacional de Municípios a procurar apoio nas entrelinhas da Constituição para combater a Lei das Finanças Locais. Os pareceres pagos a Marcelo Rebelo de Sousa, António Lobo Xavier e Diogo Leite de Campos, que se pronunciaram pela inconstitucionalidade da lei, foram o seu principal cavalo de batalha, mas esbarraram na decisão Tribunal Constitucional que não detectou inconstitucionalidades na Lei das Finanças Locais

Mesmo em desespero de causa, não é aceitável que a ANM, ou outra qualquer instituição, tente moldar a constituição aos seus interesses, mas que alguns professores de direito se prestem ao frete é definitivamente intolerável.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Anacrónicos e brutais

Toda a gente se lembra do alarido que se fez por causa dos “touros de morte” de Barrancos. Havia que “respeitar a tradição”, defendiam os aficionados barranquenhos, que nunca viram tanta gente nas festas da sua terra como nos anos em que a GNR fazia vista grossa e deixava matar os touros “clandestinamente”.

Afinal, mesmo na vizinha Espanha, que sempre teve “touros de morte”, a tradição começa a ser fortemente contestada, tendo a Ministra do Ambiente, Cristina Narbona, defendido que se deve caminhar para a proibição da morte do touro na praça “equiparando así la Fiesta Nacional a la tradición portuguesa” no dizer do El Mundo.
Segundo a ministra, as touradas (la fiesta) e a caça à raposa no Reino Unido são tradições que vêm sendo “consideradas anacrónicas e brutais na União Europeia” e têm uma oposição cada vez maior no Parlamento Europeu.

A reacção do loby taurino não se fez esperar e invocou a cultura, as tradições e até a economia para que nada se altere na festa brava. Ao contrário, as diversas associações ambientalistas de Espanha viram nas palavras da ministra uma porta de esperança.

Em qualquer caso, independentemente do que vier a acontecer em Espanha, este episódio põe a nu o anacronismo da excepção barranquenha.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Parques terciários

Segundo as estatísticas, a população de Lisboa e Porto tem diminuído drasticamente, aproximando-se dos números registados no princípio do século XX.

Como aconteceu noutras grandes cidades, o seu núcleo central transformou-se num parque terciário e a especulação imobiliária fez o resto, empurrando as populações para os concelhos vizinhos, que não param de crescer.
Ambas as cidades fervilham durante o dia, mas ficam desertas quando as pessoas que lhe dão vida regressam a suas casas.

As cidades do século XX já não existem.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Patos bravos

Segundo o DN, “a indústria da construção é a mais conservadora em matéria de tecnologias informáticas” e “só 76% das empresas de construção civil utilizam computador”, contra 95% dos outros sectores.

O que lhes falta em computadores sobra em Mercedes...

sábado, dezembro 23, 2006

Volto já!


sexta-feira, dezembro 22, 2006

Para quem nos visita

Boas Festas!

Mais uma medida socrática

E ninguém consultou os presos!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Pais real

No local onde se preparavam algumas das refeições rápidas e se encontravam outros géneros alimentícios”, também havia liamba, ecstasy e MDMA (- o que é isto?).

Tudo isto se passava num café de Lobão (Feira) explorado por “um rapaz muito tímido e de família muito correcta”, garante quem o conhecia.
Olha se não fosse…

quarta-feira, dezembro 20, 2006

País irreal

Confrontado com queixas de alguns habitantes, o pároco de Oliveira do Bairro calou o sino que dava as horas, entre as 22 e as 7 horas da manhã.

Sendo uma zona suburbana, com muita gente a levantar-se cedo, a medida parece sensata, mas algumas senhoras ouvidas pelo "Jornal de Notícias" argumentam que "é importante preservar o silêncio, mas mais importante é respeitar a cultura e as tradições dos nossos antepassados", e querem pôr o sino a dar as horas todas, incluindo as horas mortas.

Uma senhora de 73 anos disse mesmo que “gosta de estar no quintal e ouvir as badaladas do sino", presumindo-se que também ela tem saudades do badalo entre as 22 e as 7 horas da manhã…

Não é fácil ser prior nesta freguesia.

terça-feira, dezembro 19, 2006

No reino das trevas

A condenação à morte por um tribunal de Tripoli de cinco enfermeiras e um médico palestiniano, todos acusados de terem infectado crianças com o vírus da sida, é um exemplo de como em pleno século XXI o fanatismo e a demagogia populista se sobrepõem à verdade cientifica e continuam a ceifar vidas como na Idade Média.

De nada serviram os estudos levados a cabo pela Universidade de Oxford demonstrando que os pacientes foram infectados pelo HIV antes da chegada daqueles profissionais de saúde a território líbio.

Para os juízes líbios é mais seguro condenar à morte pessoas inocentes do que confrontar o império de Gadhafi com a verdade insalubre dos bairros de Benghazi.
(Washington Post)

segunda-feira, dezembro 18, 2006

"The Bishop"

Chama-se Tom Stephens, trabalha num supermercado e usa este nickname no seu espaço Internet.
A polícia prendeu-o: é o principal suspeito do assassínio das cinco prostitutas em Suffolk (Ipswich).
Quem vê sites não vê corações...

domingo, dezembro 17, 2006

O país alternou



Não se fala noutra coisa há mais de uma semana.
Até a justiça adormecida se apressou a dar sinais de vida.
Por muito que os maiorais do futebol assobiem para o ar, nada voltará a ser como dantes.

sábado, dezembro 16, 2006

Incompatibilidades

sexta-feira, dezembro 15, 2006

A liberdade dos outros

José Pacheco Pereira pode não gostar da resposta que a ERC deu ao director do Público que acolheu nas páginas do seu jornal as suspeições lançadas por Eduardo Cintra Torres sobre a informação RTP.

Depois de ouvir toda a gente, a ERC concluiu que as acusações de manipulação da informação não tinham fundamento e, como lhe compete, alertou para a responsabilidade dos jornalistas que não confirmam a informação que bebem nas “fontes”.

É claro que JPP não gostou que a ERC tenha posto os pontos nos is, porque foi ele próprio que inventou a cabala da manipulação informativa da RTP pelo governo, chegando ao desplante de chamar “momento-Chavez” a qualquer aparição do primeiro-ministro.

Terá todo o direito de se solidarizar com o director do Público, ou com o que se escreve nesse jornal, mas não pode negar o direito de resposta à ERC e muito menos exigir a sua demissão por isso.

Reivindicar direitos que negamos aos outros também é censura.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

A nódoa

Ainda que à última hora se tenha recusado a usar da palavra na conferência “Revisão do Holocausto: uma Visão Global”, Nuno Rogeiro tinha plena consciência de que sua presença serviria para credibilizar as estultices que inevitavelmente sairiam de mentes tão doentias como a do líder do Klu Klux Klan e elementos de organizações similares que por estes dias se juntaram em Teerão sob a protecção do insano presidente do Irão.


De futuro, quando Nuno Rogeiro dissertar sobre estratégia, como está sempre pronto a fazer, deverá ter presente que uma coisa é a teoria outra é a prática, e nesta falhou rotundamente.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Por tudo e por nada

Há situações em que a lei impõe o recurso aos tribunais para regular as relações jurídicas - processos de menores, incapacitados, etc.-, mas exceptuando o processo criminal, na maior parte dos casos é a incapacidade das pessoas singulares e colectivas para resolver os seus conflitos que está na base dos processos.

No que se refere às empresas, o recurso ao tribunal faz parte do seu ciclo operacional e funciona como forma de pressão sobre clientes e consumidores.

Ao propor legislação para responsabilizar a parte condenada pelo pagamento dos honorários dos advogados da parte vencedora, o governo tenta proteger os tribunais de processos que são postos “por dá cá aquela palha”.
Porém, num país onde a justiça é património dos ricos, esta medida tem de ser implementada com pinças.

Desde logo, pelo menos para este efeito, os honorários dos advogados devem ter limites fixados e os montantes envolvidos têm de ter em conta não apenas o valor da causa e os valores morais e patrimoniais em discussão, mas necessariamente também a capacidade económica da parte condenada.

E se há questões que podem ser deixados ao “douto critério do juiz”, estas têm que ficar desde logo salvaguardadas pela lei, sob pena de se atentar contra os direitos e garantias dos cidadãos, pecado original de toda a inconstitucionalidade.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Hipocrisias

O país surpreendeu-se com as revelações do livro de Carolina Salgado.
Porém a surpresa (e a novidade) não está nos factos, mas na personagem que os revela.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

“Empresa na Hora”

domingo, dezembro 10, 2006

O epitáfio do ditador

Morreu Augusto Pinochet.
Pelo menos 3.197 pessoas foram mortas por razões políticas, enquanto governou o Chile (1973 – 1990).

"Agarrem-me senão vou-me a eles"

sábado, dezembro 09, 2006

Os véus da liberdade

As mulheres não poderão exercer a sua autonomia na sociedade árabe enquanto esta persistir em lhes recusar a oportunidade de progredir, de aprender e de realizar plenamente o seu potencial, o que entrava o desenvolvimento humano de todos.”

É o que diz o relatório do “Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento” que considera a discriminação exercida sobre as mulheres um entrave para o desenvolvimento das sociedades árabes.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

“Um dia a casa vai abaixo…”

Mais tarde ou mais cedo a 'Operação Furacão vai deparar com um obstáculo intransponível: Algumas das empresas sujeitas a investigação têm sido os grandes financiadores dos partidos que têm governado o país e detêm a esmagadora maioria dos municípios (PS e PSD).

Porque a nau é grande, e lá dentro vão passageiros de todas as famílias (políticas), do iceberg vai-se ver apenas a ponta. Acreditem.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Que é que esperavam?

Jose Mourinho yesterday admitted he would "love it" if Benfica and Porto were to eliminate Manchester United and Arsenal from the competition tomorrow night.”

segunda-feira, dezembro 04, 2006

“Car trashing”

“Basta pegar numa marreta e destruir um carro abandonado numa sucata” .
A ideia é quebrar a rotina, e deitar para fora todas frustrações, iras, recalcamentos e tudo o que torna as pessoas menos felizes”.
“Aquilo que eu vos proponho é que vocês venham aqui libertar a vossa raiva. Que vocês façam ou realizem um sonho que se calhar já tiveram quando eram crianças e destruíam os vossos carros de brincar.”


A explicação tem que se lhe diga mas as motivações não lhe ficam atrás:

- “Vou partir o fisco todo. Eu quando olhar para o vidro da frente vou pensar em fisco, vou pensar em Estado, vou pensar em Lisboa, hã, hã hã…”
- “Dá-me uns minutos que num instante a cara dela se vai materializar naqueles painéis laterais…”


- “Anti-stress ou excesso de violência gratuita?”questiona-se, filosofando, o pivot da SIC.

E porque não estupidez gratuita? - pergunto eu.

Evoluções

Dantes a tropa marchava a toque de caixa, agora soam adufes…

domingo, dezembro 03, 2006

O exemplo da Guarda

Há quem considere a programação elitista ("nunca convidaria artistas pimbas"), mas com 47.000 espectadores directos e 111 mil utentes do espaço no primeiro ano, a gestão do Teatro Municipal da Guarda está a ser um sucesso. (JN)

A cultura é um assunto sério (“a Câmara da Guarda investe 19 vezes mais em cultura do que a sua congénere portuense”) , e não pode ser confundida com o populismo boçal que caracteriza os espectáculos patrocinados pela maioria dos municípios por esse país fora.

sábado, dezembro 02, 2006

Para quem ainda duvidasse…

Uma aula sem professor? Sem substituto? Mas isso é impensável!"
Esta a reacção de espanto é de um técnico do Ministerio Della Publica Istruzione, o equivalente italiano do Ministério da Educação, quando soube que por cá, até há pouco tempo, os alunos tinham um “furo”, se o professor faltasse.

Além do caso italiano, o artigo do DN Online aborda também as experiências da Irlanda e da Espanha, onde as aulas de substituição são a regra para colmatar as ausências dos professores, mas em Portugal são contestadas pelos docentes.