domingo, dezembro 31, 2017

Pisar o risco

"... o Presidente encontrou naquilo a que se chama os “afectos”, que de afectos tem pouco, uma fórmula de aumentar tanto a sua popularidade que ela lhe serve de poder em matérias em que constitucionalmente não se devia meter."

Um professor de direito constitucional que "esquece" a separação de poderes quando se torna presidente da República, não tem desculpa nem atenuantes.

Provar do próprio veneno

Fenómeno que não tem sido muito divulgado relativo às últimas eleições na Catalunha, que deram a maioria ao conjunto dos partidos pro-independência, foi a vitória dos partidos que querem continuar espanhóis nas maiores cidades da região, Barcelona e Tarragona.

Baseado neste facto criou-se um movimento que passou a "lutar" pelo desmembramento  destes espaços da Catalunha, isto é, lutar pela independência de Barcelona e de Tarragona da Catalunha...
Este território anti-independentista, a que chamam Tabarnia,  corresponde a uma faixa  de 250 quilómetros ao longo do Mediterrâneos por 60 quilómetros terra dentro, a parte mais rica e urbana de toda a Catalunha.

Esta luta particular passa pelo humor e pela utilização maciça das redes sociais, onde já ocupa os lugares cimeiros, mereceu referências do New York Times e está a ser observado por instâncias europeias.

Convocar um referendo legal para desanexar da Catalunha este território é uma possibilidade real, o que provoca calafrios nos independentistas catalães que se preparam para assumir a Generalitat, cujo orçamento é suportado a 87% pelos contribuintes da Tabarnia... 2018 promete. 
Bom Ano!

(Mais informação aqui)



sexta-feira, dezembro 29, 2017

Diálogos de fim de ano


- Que história é essa do pernil de porco da Venezuela?
-  Queriam pernil de porco preto sem pagar...
-  Grandes maduros!...

- Diz aqui que há nove mil que não querem dar o nome de Mário Soares ao aeroporto do Montijo.
- Se fossem nove milhões... Provavelmente preferem o Paulo Futre, que é da terra, como o do Funchal que é do Cristiano...

- O Rui Rio diz que vai libertar Portugal da amarração à extrema esquerda.
 Embora não fosse  assim tão novo no 25  de Abril, já se deve ter esquecido do que é estar amarrado. Mas quem primeiro falou em amarras foi o Saraiva da CIP. À falta de ideias que lhe espevitem a campanha, o Rio aproveitou a deixa


- Esta é a melhor: os portugueses vão ser todos aumentados em 2018.
- Deve ser por causa da tal amarração, mas é melhor esperar para ver. Os partidos é que  não tiveram paciência e já se adiantaram...

- O Marcelo continua internado.
- Deve estar pior que estragado. Obrigaram-no a parar... Estimo as melhoras.


Bom Ano!





segunda-feira, dezembro 25, 2017

A frase do ano


Qual destes políticos algarvios é o autor desta frase?

- Aníbal Cavaco Silva
- Manuel Teixeira Gomes
- José Mendes Bota
- Mário Centeno

Quem acertar ganha uma entrada para o réveillon no Terreiro do Paço...

Quem tiver dúvidas, pode seguir o link e ficar a saber como se conseguem os "milagres" que alguns insistem em negar, apesar das evidências.

domingo, dezembro 24, 2017

Boas festas



Aos visitantes deste blogue, com sinceros agradecimentos pela vossa distinção, votos de Feliz Natal.

sexta-feira, dezembro 22, 2017

Presidente promulga orçamento 2018, porém...


Pântano catalão

Conhecidos no essencial os resultados das eleições autónomas na Catalunha, no que respeita ao futuro governo e parlamento catalães ficou tudo praticamente na mesma, ou seja, em ambas as situações, quem vai predominar são os partidos independentistas.
O partido mais votado foi no entanto um partido do chamado bloco constitucional, o Ciudadanos, uma vitória saborosa para a sua líder local, Inês Arrimadas, que não chegou para impedir a vitória do bloco independentista.

Confirmando uma tendência que já vinha detrás, o Partido Popular do primeiro-ministro Mariano Rajoy caiu estrondosamente, tornando-se no menos votado dos partidos com assento no parlamento catalão, com apenas  três depurados. Uma derrota clamorosa,  para o líder do partido na Catalunha, Garcia Albiol, mas também para o primeiro-ministro, que se empenhou na sua eleição,  e para o próprio Partido Popular, que ao desaparecer do mapa político na Catalunha arrisca perder em toda a Espanha para o Ciudadanos.
Uma crise política em Madrid não surpreenderia.

Por outro lado, muitos dos líderes independentistas, vitoriosos nestas eleições, incluindo o melífluo Carles Puigdemont,  continuam sob alçada da justiça, arguidos de crimes contra o estado espanhol, nada sugerindo que as eleições os libertem desse grilhão, o que vai  convulsionar o pântano catalão.

Em tempo: Convém ter presente que embora tivessem ganho em número de deputados, os independentistas perderam para os partidos constitucionalistas em número de votos. Ou seja, há mais eleitores que não querem a independência que o inverso. 


quarta-feira, dezembro 20, 2017

Atropelamentos e sabotagens

Só estranha quem não anda na rua. Neste caso, além da tradicional deseducação dos condutores, junta-se a indisciplina dos peões. Já repararam na quantidade dos que evitam os passeios, preferindo  invadir a faixa de rodagem?
Ou porque são velhos e a faixa de rodagem é mais plana que os passeios, ou porque têm medo dos roubos por esticão, certo é que este fenómeno relativamente recente, também não deve ser estranho ao aumento dos atropelamentos.
Nem falo daqueles que, saindo do nada, entram a correr nas passadeiras...

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Vícios privados, cobardias públicas

O gosto dos portugueses por fogueiras já vem de longe e, se apanham alguém na mó de baixo, raramente escapa à execução na praça pública. A história da nossa proverbial coragem, ou está mal contada, ou esgotou-se com os afonsinos...

No caso das Raríssimas, por  que  havia de ser diferente? Embora  ninguém duvide que  se trata de uma instituição válida e meritória, a condenação sem julgamento da fundadora que a pôs de pé assemelha-se a um auto de fé.
Quem ascende a posições de domínio numa instituição cai facilmente em abusos, tendo  a tentação de os justificar com o que a instituição lhe deve pelo que fez em seu benefício.
Pode ser o caso da fundadora da Raríssimas que terá abusado do cargo enquanto presidente. 
Porém, quem a empurra para a fogueira comete seguramente um crime maior.

domingo, dezembro 17, 2017

Os ciúmes do presidente

Os incêndios deste verão foram uma tragédia de grandes proporções, sobretudo pelo número de vítimas mortais que provocaram.

A reconstrução das áreas atingidas está em marcha, sendo demagógico exigir, como alguns deixam transparecer, que em apenas 90 dias  as casas estivessem todas reconstruídas e os terrenos replantados.
Apesar disso, é lamentável que continue a utilização dos incêndios no debate político, servindo até, imagine-se, para ofuscar o êxito que constituiu a subida de dois níveis no ranking da dívida.

Que os partidos de direita se sintam derrotados pela melhoria do ranking, que objectivamente põe a nu os erros da sua política quando governaram, compreende-se. Que o presidente Marcelo se junte a este grupo dos radicais incompetentes e, mais uma vez, se agarre demagogicamente aos incêndios para não celebrar aquele feito, é que surpreende.
Se, como parece, os êxitos do governo lhe provocam azia, corra à farmácia, talvez os  amigos não tenham esgotado as alka-seltzer...


sábado, dezembro 16, 2017

Subir de nível

Este governo entrou em funções contra a vontade da direita e do presidente da República de então, Cavaco Silva, que tudo fez para evitar a sua tonada de posse.
Frustrada nos seus intentos por decisão do parlamento, a direita não desistiu dos seus  propósitos desestabilizadores e, desde então, foi anunciando desgraças que não se confirmaram e atribuindo ao governo a responsabilidade por catástrofes naturais, chegando ao desplante de inventar suicidios que só ocorreram nas suas doentias cabeças.

Apesar disso, nos dois anos de existência , o governo de António Costa cumpriu com todas as metas que se propôs, granjeando para o país o reconhecimento internacional, que resultou no fim do procedimento por défice excessivo e agora na subida do ranking da dívida do país.

As previsões catastróficas de comentadores e economistas encostados ideologicamente a direita nunca se confirmaram, revelando tão só a incompetência de quem as produziu.
Sem se preocupar com o piar agoirento destas corujas, a economia aproveitou o ambiente saudável gerado por esta solução governativa, crescendo acima das expectativas, e  o país recuperou da depressão econômica e social personalizada por Passos, Portas e Cavaco.



quinta-feira, dezembro 14, 2017

Carissimas

Acabo de ver o presidente da república fazer o panegírico das IPSS, aproveitando a vista ao programa "Natal dos Hospitais". Porém, nem a palavra do presidente, nem o andar de mão dada com a água benta são certificados de excelência nem garantia do bom uso dos dinheiros públicos que recebem.

Sabendo-se, como se sabe, que a gestão dessas instituições não prima pelo rigor, e a aprovação das contas é muitas vezes um proforma, estão criadas as condições para os abusos de quem está  em condições de se aproveitar da indisciplina, e as supostas poupanças assistenciais das IPSS resultam caríssimas.

Se, de facto, essas instituições fossem realmente privadas, como se intitulam, e não beneficiassem de apoios financeiros do estado, o problema diria respeito aos mecenas que as alimentam. No entanto, quando o orçamento do estado é o seu principal financiador, o caso muda de figura, e mal vai o estado que entrega sem controle o dinheiro dos contribuintes.

Infelizmente isto não é assim tão raro. O inverso é que são raríssimas.

O vicio é antigo e não vai ser fácil acabar com ele.

segunda-feira, dezembro 11, 2017

O MELHOR DO MUNDO

É Portugal, pois claro, o melhor destino turístico do mundo.

Lisboa, Madeira e Turismo de Portugal também ganharam prémios.

domingo, dezembro 10, 2017

Mais um fiasco

Entre as tarefas que se depararam a este governo, emendar  decisões do governo de Passos, Portas e Cavaco tem sido uma das principais.

Já teve que emendar a privatização da TAP, privatizada à pressa já depois das eleições que retiraram a maioria à dupla PSD/CDS, cabe agora ao governo de António Costa debruçar-se sobre os CTT, cuja privatização provocou a degradação dos respectivos serviços, causando prejuízos incalculáveis aos cidadãos e à economia do país.

Por mais água benta que o presidente e os patrões da comunicação social atirem sobre o governo da coligação PaF,  o tempo acaba por revelar a herança sinistra que deixou.

sábado, dezembro 09, 2017

A entrevista

A entrevista de Mário Centeno no público é um documento que deve ser lido, sobretudo por aqueles que o criticam, mas cuja actuação se esgota em selfies...

sexta-feira, dezembro 08, 2017

Zeca Diabo

 O Zeca Diabo de Sucupira era um cangaceiro de ficção, mas este é real.
A notícia de que Zeca Mendonça, conhecido verdugo do PSD apanhado a pontapear um jornalista, vai ser assessor do presidente Marcelo Rebelo de Sousa para a comunicação social, além de revelar falta de respeito pelos profissionais da dita comunicação, justifica o aforismo de que o crime compensa e faz luz sobre as preferências dos famosos afectos de Marcelo.

"Diz-me com quem andas..."

quarta-feira, dezembro 06, 2017

Johnny Hallyday - 1943 -2017

Y una vez más, gana Portugal


Talvez com uma pontinha de inveja, é assim que o espanhol El País aborda os êxitos conseguidos pela diplomacia portuguesa e não só. Ao contrário da proverbial arrogância espanhola, a que o articulista nunca se refere, Portugal aposta na simpatia e discrição, contentando-se em concorrer como segunda opção, o que explicará os sucessos portugueses, segundo o jornal.

Enfim, ciúmes de vizinhos.

segunda-feira, dezembro 04, 2017

Rui Ri(s)o

Rui Rio, candidato à liderança do PSD, congratula-se com a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo, mas entende que o mérito tem de ser repartido com o governo de Passos Coelho, o tal que pôs o país a pão e água e nem com truques conseguiu cumprir o défice.

Com tanto sentido de humor, talvez o candidato deva mudar de nome...

Os atritos de Marques Mendes

Confesso que não acompanho a sua charla televisiva, mas os títulos dos jornais por vezes impõem-no.
Lembro-me dele desde os tempos de Sá Carneiro, ladino, truculento e inconsistente, mas sempre obediente às lideranças do seu partido, mesmo as que foram mais prejudiciais ao país. 
É sob esse prisma que as intervenções televisivas de Marques Mendes devem ser interpretadas.
Incapaz de se retratar da deselegância que teve com o ministro Centeno quando surgiu a notícia de que poderia ser candidato ao Eurogrupo, comparando-a a uma mentira do primeiro de Abril, o parcial comentador comportou-se como um serventuário da politiquice, inventando atritos entre os partidos que suportam o governo.

A minúscula mente de Marques Mendes não compreende que nem todos os partidos que apoiam governos têm de ser como o CDS, que abdicou da sua indentidade para apoiar o pior governo e o pior presidente, que entre 2011 e 2015 privatizaram tudo o que havia no sector público e espalharam a miséria entre o povo.

sábado, dezembro 02, 2017

Banal

Questionado sobre a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa acerca da possível eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo, na qual o presidente referiu que o importante era que ele continuasse centrado no bom desempenho enquanto ministro das finanças, António Costa respondeu "óbvio", lembrando que uma das condições para ser presidente do Eurogrupo é ser ministro das finanças.

Tal resposta levou o Diário de Notícias a concluir que António Costa reduziu a declaração de Marcelo a uma banalidade.

A única questão que tal conclusão suscita é se apenas agora no DN se aperceberam de que muito do que diz Marcelo Rebelo de Sousa só pode ser banal, porque "quem muito fala pouco acerta" e ele não consegue controlar-se.

sexta-feira, dezembro 01, 2017

Centeno


Por enquanto é uma possibilidade, mas só a probabilidade de Mário Centeno vir a presidir ao Eurogrupo, contando entre outros com o apoio da Alemanha, França, Itália e Espanha, justifica o orgulho dos portugueses nesta candidatura. 
Os economistas encostados à direita (Cavaco, Teodora, Maria Luís e quejandos) tudo fizeram para o descredibilizar, antevendo catástrofes face às previsões do ministro das finanças, chegando ao ponto de ridicularizar o seu estilo simples e aparentemente ingénuo,  cuja argúcia os confunde, amarrados que estão  aos dogmas neoliberais.
A tudo Centeno respondeu com resultados positivos, baixando o deficit para valores nunca antes atingidos, reduzindo o desemprego e melhorando o PIB, tudo fruto de trabalho sério, competente e sem truques, reconhecido interna e externamente.

Há cerca de um ano, o PSD de Passos Coelho e o CDS de Cristas tentaram demiti-lo com base nuns emails que um egocêntrico presidente da Caixa Geral de Depósitos terá trocado com o ministro das finanças, em que se garantiria aos administradores da CGD a isenção de apresentar no Tribunal Constitucional a declaração de rendimentos. Se tal fosse permitido, seria a subversão do estado de direito...

 A aceitação da candidatura de Mário Centeno ao Eurogrupo é por isso também uma derrota para Passos Coelho e Assunção Cristas que, uma vez mais, ficaram no lado errado da história.