terça-feira, novembro 30, 2010

O Orago

Cavaco Silva não se considera político, mas, depois de Salazar, é a personalidade com mais tempo no exercício de cargos da mais alta responsabilidade política. Cadilhe chamou-lhe “o pai do monstro”, responsabilizando-o pelas decisões que transformaram a Administração Pública no sorvedouro de recursos de que acusam Sócrates.
Num plano macro-económico, Cavaco Silva é o responsável pela eliminação da nossa frota pesqueira e pelos subsídios envenenados que reduziram a agricultura ao exotismo de que só agora vai recuperando.
É também o mais visível ideólogo do modelo económico obsoleto que levou o país à ruína. Foi preciso ele sair do governo para se apostar nas tecnologias que revolucionaram o sector exportador.
Porém, a ideologia cavaquista, baseada num pragmatismo de vistas curtas, fez escola e está na origem da miopia mental que afecta a generalidade dos “comentadores de economia”. É ela que os impede de verem as causas reais do nosso atraso, e de apresentarem soluções de desenvolvimento que não passem pela diminuição de salários.
Com este currículo, ainda há quem refira os conhecimentos de economia do Professor Cavaco Silva como mais-valia para um novo mandato à Presidência da República.
Que se há-de fazer? Idolatrar monstros não é fenómeno recente...

segunda-feira, novembro 29, 2010

WikiLeaks - A Casa dos Segredos

Enquanto alguns estão em pulgas para saber o que se escreveu sobre Portugal, Hillary Clinton vai avisando que o roubo e divulgação dos documentos produzidos pelas embaixadas americanas espalhas pelo mundo constitui um ataque à América e à comunidade internacional.
O Departamento de Justiça está a investigar…

Ah, Campeão!

domingo, novembro 28, 2010

Um tipo bem caçado

Villas-Boas acusa Sporting de "caça ao homem". (Dos jornais)

sábado, novembro 27, 2010

A Muleta

Passos Coelho diz estar pronto a governar com o FMI
Este título do Expresso é todo um programa. Nem é preciso saber ler...

Violência no desporto

Não sei se Moutinho vai ser assobiado hoje em Alvalade, mas a comunicação social está a fazer por isso…

Indisposições

Marinho Pinto foi reeleito Bastonário da Ordem dos Advogados.
O remédio é sais de frutos…

sexta-feira, novembro 26, 2010

Guerras

Pelo número de mortos, a guerra do Rio de Janeiro está pior que a (nova) guerra da Coreia.

quinta-feira, novembro 25, 2010

A Igreja vira à esquerda

É verdade, e no local onde ninguém suspeitaria: O arcebispado de Braga.
A greve “é um direito que assiste aos trabalhadores e é uma oportunidade que os portugueses têm de manifestar a sua insatisfação”.
Não está mal, mas o arcebispo não se fica por aqui: “Um dia de greve é muito pouco. O povo português terá que se habituar a uma Democracia mais participada e mais responsável e manifestar-se não apenas nesta conjuntura mas também diante de determinadas leis que são prejudiciais para a sociedade”. "É preciso muito mais que o voto", conclui.
Se o Arcebispo Ortiga identificasse as “determinadas leis que são prejudiciais para a sociedade” talvez ficássemos esclarecidos sobre a democracia que almeja. Mas afinal deixa tudo tão nebuloso, que ficamos sem saber se a guinada foi para a esquerda ou para a direita. Há que dar espaço à fé…

quarta-feira, novembro 24, 2010

A Boutade

Os jornais repetem sem pestanejar o excesso de Carvalho da Silva: “Estiveram envolvidos mais de 3.000.000 (três milhões) de trabalhadores na greve”.
Aplicando a correcção do professor americano, que pôs os alunos a contar a manifestação calculada pela CGTP em 100.000 e só contaram 10.000, fica-se a saber o número real de aderentes à greve: 300.000, sendo simpáticos.
O resto é o ego de Carvalho da Silva a falar.
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Nota: A população activa de Portugal não chega a seis milhões…

Greve Geral

Há muito que em Portugal as greves estão praticamente limitadas ao sector público. A razão é simples: Ao contrário do que sucede no sector público, no sector privado o posto de trabalho está sempre em risco. Por isso, os trabalhadores só recorrem à greve em último recurso.
Por outro lado, enquanto no sector privado prevalecem os critérios laborais, no sector público a maioria das greves obedece a critérios políticos. Sendo por natureza um sector politizado, os partidos da oposição não resistem à tentação de orientar as lutas dos trabalhadores da Administração Pública contra os governos em exercício. A luta dos professores contra avaliação e o regresso da Maria da Fonte contra o encerramento dos serviços de saúde sem condições operacionais são dois exemplos recentes da manipulação exercida sobre os trabalhadores da Administração Pública, frequentemente empurrados para posições dificilmente conciliáveis com o interesse geral do país.
Face aos cenários que se colocam na actualidade, também não se vislumbra qualquer consequência positiva desta greve para o país. Não interessa que Carvalho da Silva diga que é uma “grande greve” ou João Proença a promova à “maior greve de sempre”. É uma inutilidade.

terça-feira, novembro 23, 2010

Direito comum

A greve é um direito.
O bom senso, apenas um dever, não chega a ser uma obrigação...

segunda-feira, novembro 22, 2010

Coisas que eu não sabia…

“O BPP deu o estouro em Novembro de 2008…..O presidente da assembleia-geral do BPP era o advogado José Miguel Júdice. Francisco Pinto Balsemão era presidente do conselho consultivo. O socialista João Cravinho (autor do prefácio do livro que Rendeiro lançou no próprio dia em que o banco deu o estouro), bem como os sociais-democratas Álvaro Barreto, Fernando Lima, João de Deus Pinheiro, Jorge Braga de Macedo, Paulo Guichard, Pinto Barbosa e Viana Baptista faziam parte dos órgãos sociais. Stefano Saviotti, Joaquim Coimbra, Diogo Vaz Guedes e Rui Machete, entre outros, eram clientes.” (Eduardo Pitta – CSI Estoril)

Pronto! De futuro, quando voltar a ouvir falar do BPP, já sei de que(m) falam.
Só tenho uma dúvida: De certeza que este Cravinho é o mesmo que foi impedido de acabar com a corrupção em Portugal?…

sábado, novembro 20, 2010

Paz sim, dizem eles...

Os que hoje empunhavam bandeiras vermelhas contra a Nato são os mesmos que ainda há dias achincalhavam a libertação de Aung San Suu Kyi.

Os novos párias

Na Índia antiga, “pertenciam à casta mais baixa, sendo segregados pela sociedade e privados de todos os direitos religiosos.”
Ao contrário dos homónimos indianos, os párias de hoje vivem em sociedades evoluídas e não são marginalizados pela sociedade. Pelo contrário, sentam-se à mesa do orçamento, e regalam-se com tudo o que a sociedade lhes oferece: educação, saúde, bem-estar, etc.
Infelizmente, a sua retribuição oscila entre o diletantismo e a anarquia, pois gastam todas as energias a contestar a autoridade democrática e a pôr em causa o regular funcionamento das instituições de que beneficiam. Na subversão dos valores da liberdade, a demagogia mediática é o seu principal aliado.
Claro que são contra a Nato, contra a Europa, contra o Euro, contra, contra…
No final, são apenas contra a liberdade.
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Depois de escrever o texto acima, descobri isto:
"Vinte anos depois, ...o que se mantém igual é a capacidade do PCP para criar e manter organizações fantasmas, como o MDM, o Escutismo Alternativo e o Conselho Português para a Paz e Cooperação que fazem os seus poucos militantes parecerem muitos. Igual continua também a serventia ideológica da CGTP ao PCP – manifestando-se invariavelmente esta central sindical contra tudo o que, como a NATO, represente o Ocidente. Não deixa de ser repugnante que delegados da CGTP participem nas celebrações do 1.º de Maio em Cuba, e note-se que essas celebrações só têm o lado do apoio ao regime, enquanto em Lisboa e por esse mundo democrático fora, delegados da CGTP contestem condições laborais que nos paraísos socialistas nem nos melhores sonhos se concebem ser possíveis.
Enfim, sábado, lá voltaremos ao folclore do “Paz sim! NATO não”. Mas convém que se perceba que a coisa só tem graça enquanto se mantiver assim folclórica. Tipo versão portuguesa do Goodbye Lenine em que os protagonistas representam o papel de contestatários a um sistema que os institucionalizou e que suspeito que não trocariam por nenhum outro."

sexta-feira, novembro 19, 2010

Lisboa, capital do mundo











quinta-feira, novembro 18, 2010

Demissões

Há demissões e demissões. Um funcionário público que se demite de um cargo, por exemplo, nas secretas, mas continua a ser funcionário público, quiçá no mesmo ministério, a demissão por vezes reduz-se à alteração da tabuleta do gabinete…

Os Empatas

Os partidos da oposição apresentaram 1131 propostas de alteração ao orçamento para 2011, “a esmagadora maioria das quais” apresentada pelo PCP, Bloco de Esquerda e “os Verdes”. (Lusa)
Se ficassem pela meia dúzia, talvez fossem levados a sério.

Até faz bem ao deficit...



Portugal 4
Espanha 0
(foto: a Bola)

segunda-feira, novembro 15, 2010

Plano de Salvação Nacional (A Caça aos Gambozinos em versão erudita)

Pacheco Pereira explica aqui como é que o secretariado do PS “num dia ou dois”, se desfaz de Sócrates e apresenta um novo primeiro-ministro. Previamente, o dito Secretariado informou Cavaco Silva e Manuel Alegre e “consultou o PSD e o CDS sobre a figura que lhes parece mais aceitável para primeiro-ministro e para ministro das Finanças”.
De seguida (esta é a parte gira), “a direcção do PSD (e eventualmente a do CDS)” deixam de se orientar pelas sondagens porque “sabem que a bancarrota nacional pode estar no dia de amanhã e aceitam actuar com desprendimento em relação aos interesses partidários de curto e médio prazo….”
Não se trata de um governo de coligação, mas… “o PSD apresenta ao PS um plano mínimo de medidas que considera fundamentais para restaurar as finanças públicas, permitir o crescimento económico e controlar a dívida” e “ajudará a definir as regras do Estado social mínimo e sustentado”, enquanto o mau da fita, perdão, “o PS fará um plano drástico de reduzir os custos e o tamanho do Estado.”
Resumindo, “conseguida a figura do novo primeiro-ministro, constituído o Governo em meia dúzia de dias, um governo muito pequeno e operacional, a legislação que materializa este Orçamento começa a ser aprovada com celeridade na Assembleia da República.”
Ainda bem que Pacheco Pereira não se cansa de avisar: “Não se esqueçam nunca que isto é ficção.”
Não será fixação?

sábado, novembro 13, 2010

Atrás de mim virá…

De cada vez que Carlos Costa fala, o país treme. O “estrangeirado” que desencantaram para substituir Victor Constâncio à frente do Banco de Portugal, não dá uma para a caixa e ainda não se deu conta da função que ocupa.
Nos tempos que vão correndo, nem a um presidente de junta ficaria bem dizer o que disse o primeiro responsável pelo sector financeiro português: “que os mercados financeiros têm razão em penalizar os custos de financiamento da economia nacional” e que "os mercados têm alguns motivos para ter dúvidas".
Vimos para onde nos levou o mercado sem regras, que lançou o pânico nas economias dos países ocidentais. Mas o Governador do Banco de Portugal já se esqueceu.
Porém, depois da “traição” de Cavaco Silva (outro esquecido), que veio defender os mercados em roda livre contra quem os critica, não admira que o Governador do Banco de Portugal afine pelo mesmo diapasão.
Se fosse Victor Constâncio (alô Nuno Melo!), outro galo cantaria...

Pela positiva

Os economistas e analistas que acompanham as contas nacionais mostram-se surpreendidos pela positiva com o crescimento do PIB…” (dos jornais)
Quem os vê e ouve, sabe que é impossível surpreendê-los pela negativa.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Prémio dardos

Tendo-me sido atribuído um prémio dardos, assumi a responsabilidade de fazer uma lista. Aqui vai, com os meus parabéns para os nomeados:
hoje há conquilhas
HOMEM AO MAR
jugular

POLITEIA
Terra dos Espantos
thesoundofsilence

A Carta a Garcia
Da Literatura
Câmara Corporativa
O Jumento

Cinco bacanos e dez polícias

Manifestação com cinco estudantes escoltada por dez polícias
"Cinco estudantes do ensino secundário de Beja caminharam, nesta quarta-feira, ao longo da principal avenida da cidade, segurando uma faixa amarela com três palavras de ordem escritas a negro: “Não aos exames – ao regime de faltas – estudantes estão na rua”.
Ninguém vinha atrás. Apenas um carro da PSP com quatro agentes. À frente da “manifestação”, outra viatura e uma motorizada com mais elementos desta força policial. O cenário apresentava contornos insólitos.”
(Público)
O jornal não diz a que juventude partidária pertenciam os cinco bacanos...

Dor de cotovelo

No jogo Real Madrid – Atlético de Madrid (2-0) alguns jogadores do Atlético ficaram melindrados porque Cristiano Ronaldo fez um passe de costas.
Têm razão, aquilo é fazer pouco dos amanuenses…

quarta-feira, novembro 10, 2010

E pensam que têm razão…

Se eu agredir um colega de outra empresa e estragar um negócio importante para a empresa onde trabalho, sou despedido logo no dia a seguir com justa causa e sem indemnização. Mas no futebol em Portugal um qualquer "Epá, desculpem qualquer coisinha..." resolve tudo. E a malta vai atrás...”

Este comentário foi feito no site de um jornal que noticia o arrependimento de um jogador de futebol expulso num jogo por ter agredido um adversário.

Diz o comentador que, se ele agredisse um colega de outra empresa e estragasse um negócio importante, seria despedido com justa causa.
À primeira vista, seriamos levados a pensar que o comentador tem razão e muitos adeptos de futebol talvez pensem assim.
Mas ser jogador de futebol não é um emprego como outro qualquer. No futebol praticado a nível profissional a competição faz-se corpo a corpo. Se a competitividade nos outros empregos tivesse o empenhamento exigido no futebol de alta competição, a economia não estava em crise…

segunda-feira, novembro 08, 2010

Prémio Dardos

Agradecemos a Miguel Abrantes do blogue Câmara Corporativa o prémio atribuído a “A FORMA E O CONTEÚDO”.

domingo, novembro 07, 2010

A surpresa do ovo Kinder

“Em 2011 vamos ter eleições, presumivelmente ganhas pelo PSD. E entra em cena Passos Coelho, para quem estes problemas (as dívidas, a pública e a externa), são meros reflexos de um Governo incompetente e autista. É bom que assim seja. Porque lhe permite aprender duas coisas: que afinal não era tão fácil como pensava; e que também ele não tem soluções. Admito que, lá para o final de 2011, já se procure substituto. Vai ser um ano perdido.”
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PS: Ovo Kinder = Casulo que ainda protege Passos Coelho, na "angélica" metamorfose para Primeiro-Ministro.
("Estamos a falar de ser primeiro-ministro. É difícil acreditar que aos 46 anos Passos Coelho não tenha nenhuma obra para mostrar. Aos 46 anos, as pessoas devem ser avaliadas pelo que fizeram e não pelas suas potencialidades.") Morais Sarmento

sábado, novembro 06, 2010

O Inimputável






O líder do PSD defendeu a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos maus resultados da economia do país
Na impossibilidade de fazer passar as calinadas do seu projecto de revisão constitucional, Passos Coelho propõe-se abalroar todo o sistema jurídico.

sexta-feira, novembro 05, 2010

"O automatismo acéfalo"

"Para além da óbvia má vontade da generalidade dos media em relação ao Governo em funções, há algo mais fundo que leva os portugueses, a começar pelos jornalistas, a estar sempre prontos a acreditar no pior possível sobre si e o seu País, sobretudo quando vem "de fora". Medo de existir ou desculpa para ser medíocre, este penchant provinciano pelo auto-insulto e pelo desmerecimento tem no jornalismo um nome bem menos romântico: incompetência e enviesamento. Comprazamo-nos pois com isso - no ranking da qualidade jornalística, tem sido sempre a descer." (f. - jugular)

quinta-feira, novembro 04, 2010

A cultura do ódio

Muito se fala e se critica a crispação que existe entre o PS e o PSD. O próprio Presidente da Republica em exercício usa esse clima de crispação como leitmotiv da sua campanha eleitoral.
Mas ainda não ouvi ninguém referir-se à génese dessa crispação e não é preciso pensar muito para a identificar: O ódio a Sócrates.
Logo na primeira campanha a que se candidatou a primeiro-ministro, o seus opositores não acharam nada melhor do que pôr a correr o boato de que era homossexual. Lembram-se do colo glosado por Santana Lopes? E de quem terá sido a ideia de envolver Ferro Rodrigues no processo Casa Pia, alguns meses antes?
De facto, as crispações entre partidos são um problema complicado. Valha-nos a Presidência da República cuja intervenção se fica por inventar escutas para derrubar um governo, por mero acaso chefiado por José Sócrates.
O episódio da licenciatura que fez rebolar de gozo a boçalidade nacional, também nada tem a ver com o ódio a Sócrates... E que dizer do Freeport, essa armadilha jurídica, urdida por militantes da CDS e do PSD, que durante mais de cinco anos tentou queimar o primeiro-ministro?
É verdade que a crispação na vida pública não faz bem a ninguém. Mas o cinismo dos que se fingem escandalizados e ao longo dos anos tudo fizeram para a perpetrar, também não.

quarta-feira, novembro 03, 2010

Showbiz

"De tudo o que se lê, ouve ou se tevê, fica a impressão de que Portugal seria governado por génios caso não houvesse eleições..."
(Debates e Comentários -José Medeiros Ferreira)

terça-feira, novembro 02, 2010

Um problema de boa fé

O que dizem as sondagens

O ambiente que se vive no PSD não é de pré-campanha, é de pós-vitória. Alguns já começaram a falar grosso e, pela quinquagésima vez, anunciam a morte política de Sócrates.
As próximas eleições legislativas, a realizar as soon as possible, serão uma formalidade semi-administrativa da legitimidade reconhecida pela generalidade da imprensa e por algumas sondagens. A passadeira já está estendida.
O país assiste, mais ou menos incrédulo, ou jogo de sombras do PSD, que durante semanas fingiu não assumir o que tinha de assumir (o que tem de ser tem muita força, disse ontem Marcelo Rebelo de Sousa).
Porém, na perspectiva de apanhar uma vacina para ultrapassar a gripe que o atingiu, o país prefere mudar de médico.
Às vezes é preciso uma dose de cavalo...