quarta-feira, março 30, 2005

A mão (bem visível) do corporativismo

Segundo José Manuel Fernandes, “em Portugal não é preciso ser de esquerda para desconfiar do mercado e da economia liberal: há muita gente de direita que pensa da mesma maneira.”

O articulista acrescenta que esta cultura, iliberal e dominante segundo o próprio, “tanto é uma herança da Revolução – época em que até o programa do então PPD advogava o "caminho para o socialismo" –, como do salazarismo corporativista.”

Aqui discordo!
Não foi com a revolução que a direita aprendeu a ser iliberal. Foi mesmo com o salazarismo, que já morreu, e com o corporativismo que está para lavar e durar.

terça-feira, março 29, 2005

Quem pode ter filhos?

Taxa de natalidade em Portugal caiu para metade em 40 anos

Linces

A Ministra do Ambiente de Espanha anunciou o nascimento de três crias do lince ibérico, pela primeira vez em cativeiro.
Saliega, a jovem mãe lince de dois anos, está bem e já amamenta as crias.
Sobre Garfio, o pai lince de quatro anos, presume-se que continua atarefado com a conservação da espécie.

E saber que na Peneda-Gerês não há quem acuda aos últimos lobos portugueses…

Anjos e Demónios

O Patrick Blese trocou A Senhora do Monte pelos Anjos e Demónios.
A Forma e o Conteúdo deseja boa sorte ao novo blogue, aconselhando visitá-lo.
Vive la différence.

segunda-feira, março 28, 2005

Patrõezinhos

“As associações patronais querem acompanhar a acção do Governo em matéria de competitividade das empresas nacionais. (…) Para o efeito vão criar um Conselho de Avaliação da Competitividade que se destina a acompanhar e vigiar as opções tomadas pelo Executivo de José Sócrates.”

Louvável! Mas não seria má ideia acompanhar também as empresas. Talvez se esclarecesse o mistério das que apresentam prejuízos anos a fio e continuam em actividade.

Será mais um problema que só a União Europeia pode resolver?

sábado, março 26, 2005

Paraquedismo

“Se ele (António Borges) quer de facto, e jurou que sim, "discutir ideias", tem de arranjar primeiro meia dúzia delas. (…) Não se consegue imaginar indigência mental mais devastadora e lúgubre. Mas com certeza o PSD vai gostar”.

O artigo de Vasco Pulido Valente no Público tem ainda afirmações como esta:

“Cavaco inaugurou a estirpe dos políticos que não conheciam Portugal: a história, a sociedade, a cultura.”

A não perder.

quinta-feira, março 24, 2005

Stop ao saque

Uma operação stop da BT da GNR e da PSP e inspectores das Direcções-Gerais de Viação e de Transportes Terrestres gorou a intenção da Bombardier de retirar as máquinas das fábricas da Amadora. Por enquanto, não podem trasladar os edifícios.

Não sei se a operação stop foi coincidência. Porém, o que me espanta é encontrar na blogosfera portuguesa (!) alguns comentadores acintosos contra a dita operação, para além do nojo que lhes provocou a vigília dos “mal encarados”, postados à entrada das fábricas.

Tenham vergonha, meus senhores!
É tempo de acabar com a voragem de algumas multinacionais que tiram o cavalinho da chuva mal se acaba a mama que as trouxe cá.

"PS afasta António Vitorino das eleições presidenciais"

Ele andaria pelos vinte e dois anos. Ao meu lado, que já passara dos trinta e cinco, era um miúdo.

Os trabalhadores estudantes, que naquele ano de 1979/80 frequentavam a Faculdade de Direito de Lisboa, olhavam-no com alguma estranheza quando se sentava no meio deles nas aulas do horário nocturno.

Raramente falava, mas era cordial para os colegas trintões que pasmavam com a sua desenvoltura quando algum professor lhe puxava pela língua.

Depois disso encontrei-o casualmente nas proximidades dos balcões do check-in, já ele era gente grande e figura pública.

Capacidade não lhe falta, para ir mais além, mas mingua-lhe a vontade. Além do sucesso pessoal que já conseguiu, o país esperava mais.

quarta-feira, março 23, 2005

Follow the money

Ministros de Santana adjudicam sistema de comunicações três dias após as eleições

terça-feira, março 22, 2005

Insólito

“Suspeito pôs as mãos na cabeça e não ofereceu resistência”


Assim, com esta passividade, se deixou prender o homem que algumas horas antes se presume ter morto dois polícias, ferindo um terceiro. Segundo os mesmos relatos, mantinha em sua posse a arma do crime e sessenta munições, mas não terá esboçado qualquer intenção de as utilizar.

“Não tinha qualquer quantia de dinheiro significativa, mas tinha a casa repleta de livros e revistas sobre armas. Possuía ainda capacetes de guerra, coletes à prova de bala, gorros tipo passa-montanhas, um cão pastor alemão e diversas publicações relativas à criação de galinhas poedeiras… tinha como companheiro inseparável, para além de uma pistola Glock, um computador portátil” – diz ainda a notícia do Público.

Não é um criminoso vulgar.
Para além de esperar um castigo exemplar, uma vez provada a autoria dos crimes, a opinião pública gostaria de saber quem é este homem que se deixou prender com tanta facilidade, apesar de estar rodeado de um moderno e poderoso arsenal, e por que teria morto os polícias…

segunda-feira, março 21, 2005

Mais uma guerra (já são duas)

Sócrates quer reduzir férias judiciais. Juízes estão contra

domingo, março 20, 2005

Titulos

Programa do governo é «uma mão cheia de nada»

o programa do Governo "diz nada sobre a Juventude" e "só fala de futebol

Ferreira Leite dá o benefício da dúvida a Sócrates

Luís Filipe Menezes classificou como "vago" e "opaco" o programa do Governo socialista

Comportamento de Sócrates é comparável ao de Cavaco Silva

CDS-PP encontra sinais de aumento de impostos no programa do Governo

Governo não vai aumentar impostos

sábado, março 19, 2005

A Democracia e os cristãos-novos

Para a direita portuguesa, o "salazarismo" continua a ser a sua única tradição autêntica, diz-nos Vasco Pulido Valente. Se fosse politicamente correcto responderíamos que já sabíamos, mas continuamos a fingir.
Segundo o mesmo artigo do Publico, daí para cá não houve evolução na ideologia da direita em Portugal. Apenas laivos de liberalismo.
Percebe-se agora porque no ano passado se discutiu tanto se o 25 de Abril era uma revolução ou apenas uma evolução – desejavelmente na continuidade.

sexta-feira, março 18, 2005


Gato branco em cadeira de pau Posted by Hello

quinta-feira, março 17, 2005

Matar o pai

Ainda está fresca a história do retrato que andou em bolandas entre o Caldas e o Rato.
Exceptuando alguns velhos revanchistas que hão-de morrer de engulhos com a democracia, poucos se solidarizaram com esta comédia, protagonizada por uma geração de políticos arrivistas que nos últimos tempos tomou conta de alguns partidos.

Por alguns meses – um dia já seria demais – assaltaram a governação e abancaram à mesa do orçamento. Já em todo o lado se ouvia o fragor do país a afundar, mas era vê-los, sempre com a mesma cara de pau, a garantir que o pior já tinha passado. Foi preciso o povo expulsá-los sem atenuantes, como Cristo aos vendilhões do templo. Porém, quase sempre à socapa que o escândalo era demais, continuaram até ao fim a distribuir cargos e a condecorar os correlegionários com as medalhas da nação.

Gente de vários quadrantes tem alertado para o perigo de os partidos serem dirigidos por uma geração oca que sacrifica todos os valores pelo exercício do poder. A expulsão do retrato do Largo do Caldas é um acto falhado dos mesmos rapazes mal formados que apontaram fragilidades físicas ao Professor Sousa Franco.
O povo já os marcou, aguarda-se que os partidos façam o mesmo.

quarta-feira, março 16, 2005

O mal das aldeias

Quando se fala de descentralização, lembro-me sempre dum episódio que um amigo me contou.

Segundo esse meu amigo, um lisboeta que se perdeu por uma nativa de Hong Kong e por lá ficou, quando lhe puseram o problema da integração de Macau, o presidente Jiang Zemin terá perguntado:
- Quantos são?
- Uns 300 mil – tê-lo-ão esclarecido.
- E em que hotel estão instalados? - fez questão de saber o presidente.

Conclusão: Em grande, pensa-se assim.

Descentralização pressupõe autonomia responsável. Mas em Portugal é doutra maneira. Quando se fala de autonomia o que nos vem à cabeça são os caciques que fazem da autonomia uma coutada privada e apresentam a factura do desperdício ao erário público.

Descentralizar uma secretaria de estado para a Golegã, é pôr a mulher a dormir no quintal. Pode ser bonito, mas é uma chatice quando chove.
Montar um Ministério de Turismo no Algarve é entregá-lo aos que transformaram o Algarve num campo de experiências arrepiantes para o ambiente e a qualidade de vida.

Nada disto é descentralização. São apenas deslocalizações para contentar os lobies que já saíram a terreiro.

segunda-feira, março 14, 2005

Mau sinal

Os feiticeiros da tribo já começaram a agoirar. Vêem sinais preocupantes no hermetismo do novo régulo que só fala quando quer e não se fia no lenitivo das velhas mezinhas.
Será medo de que lhes cortem o sinal?

Um Português que incomoda muita gente

Por essa Europa fora já se dizia que era um árbitro caseiro. Não é o único.

Que alguns energúmenos o tenham ameaçado depois das cenas que protagonizou em Barcelona, também não é original. No último campeonato da Europa (Euro 2004), o árbitro suíço que apitou o Portugal – Inglaterra queixou-se do mesmo.

Que esse facto tenha dado motivos ao senhor Anders Frisk para se despedir da arbitragem, está no seu direito.

Que isso tenha servido para o presidente do Comité de Arbitragem da UEFA, o alemão Volker Roth, vir acusar José Mourinho de ser inimigo do futebol, é que não lembra ao diabo.
Uma autêntica cavalada.

sábado, março 12, 2005

Começou a guerra

"Sócrates tira às farmácias o exclusivo da venda de medicamentos sem receita"

sexta-feira, março 11, 2005

Madrid, 11.03.2004


Por quem o sinos dobram Posted by Hello

quinta-feira, março 10, 2005

A transparência da aplicação do direito

A proibição de gravar audiências não é um sintoma de transparência na aplicação do direito. Bem pelo contrário.
Supostamente, quando as declarações são reduzidas a escrito, pretendem-se afastar interpretações abusivas, mas nada melhor do que uma gravação, de preferência acompanhada de imagem, para ter essa garantia.
Se o direito fosse inventado hoje, seria inconcebível sem o recurso a estes meios. Os que os consideram limitativos do seu livre arbítrio, lá saberão porquê.
Idealmente, todas as audiências deviam ser gravadas com meios dos próprios tribunais, nomeadamente aquelas em que se discutem questões relevantes.

quarta-feira, março 09, 2005

O Estado do Direito

Fechar escolas a cadeado é falta de educação desculpável em adolescentes à procura da personalidade.
Fechar a Faculdade de Direito de Lisboa, a cadeado, de madrugada, só pode ser obra de marginais. Espera-se a reposição da legalidade.

terça-feira, março 08, 2005

O dinheiro da (nossa) saúde

Clínicas burlaram o Estado em quatro milhões de euros de sobrefacturação.
Alguns já tinham voado para o Brasil.

segunda-feira, março 07, 2005

Fogo amigo

Jornalista italiana atingida por «chuva de tiros» americanos

“Livre-nos Deus da nossa artilharia que da do inimigo livro-me eu”, terá dito Napoleão Bonaparte.

domingo, março 06, 2005

Governo somos todos

Ninguém nos obriga a gostar de todos, mas dizer que os políticos – e os partidos – são todos iguais, além de ser uma atitude pouco esclarecida, é, também, de duvidoso intuito democrático.
Não há democracia sem partidos. Eles são emanações da sociedade, ainda que por vezes esta realidade custe a aceitar. São o nosso espelho e nem sempre gostamos do que vemos.

Ao depositar no governo – e nos partidos – a esperança para resolver todos os seus problemas e responsabilizá-lo por tudo o que de mau lhe acontece, a nossa sociedade demonstra estar na infância da democracia.

Até a comunicação social contribui para veicular esta mensagem de desresponsabilização. Não é raro os repórteres confrontarem o Ministro da Administração Interna com questiúnculas de esquadra e telefonarem ao Ministro do Ambiente por causa da habitual descarga, ali para os lados de Leiria.

Nunca reparam no ar dos autarcas ao verem os peixes de boca aberta nas suas ribeiras? Raramente se sabe quem foi, mas a ordem da descarga não deve ter partido do Terreiro do Paço.
Neste país só o governo é responsável.
Quantas vezes nos aproximámos de um balcão – mesmo sem ser da função pública – e tivemos de andar de Herodes para Pilatos até aparecer alguém disposto a assumir a responsabilidade de nos atender?

Sabem porque não há tradição de jurados em Portugal? Porque é mais fácil deixar tudo nas mãos de um juiz que, por sua vez, escreve dúzias de páginas para justificar a condenação de um energúmeno a três anos de pena suspensa, não vá alguém responsabilizá-lo.

Como não há separação entre o mundo dos políticos e o dos cidadãos, as responsabilidades também não são muito distintas.

Pegue-se em qualquer área. Os políticos têm culpa no descalabro da educação. E os cidadãos estão inocentes? Será que a percentagem do abandono escolar é maior do que a percentagem dos pais que não acompanham a educação dos filhos?

sábado, março 05, 2005

A esperança

A alternância é o fascínio da democracia. Um novo governo é sempre uma nova esperança.

sexta-feira, março 04, 2005

Criação

Primeiro soltam-se as palavras e deixam-se voar como as andorinhas na primavera. Dêem-lhes tempo para se reproduzirem e não lhes limitem as companhias. Afastam-se as solitárias e recalcitrantes que não têm espírito grupo, e enquadram-se as que aparecem depois. Quando todas ficarem juntas e se derem bem, nasce um livro.

quinta-feira, março 03, 2005

Outros anúncios


(by Patrícia Marques) Posted by Hello

quarta-feira, março 02, 2005

Antidepressivos

Portugal tem dos maiores consumos de drogas legais na Europa”.
Se me contassem não acreditava. Anda cada um entretido na sua vida e, de vez em quando, a realidade surpreende-nos com esta crueza. Ao pé disto o Deficit Público é um arranhão. Quem é que vai aguentar esta dor de cabeça?

Esclarecimento

Ao verem a fotografia aqui publicitada sob a designação “Convivência democrática”, alguns dos raros mas insubstituíveis visitantes deste blogue admitiram tratar-se de uma montagem.

Não é. A fotografia foi tirada em 1966, no Norte de Angola, com uma câmara Olympus Pen D, luz solar e velocidade 125.
Segundo o fotógrafo, que é quase do tempo em que os animais falavam, os modelos existiram e não foi preciso ensaiá-los para a fotografia.

A hóstia

Há padres que fazem da hóstia uma arma política. Para os que acreditam, é o corpo de Cristo, bem insusceptível de apropriação. Mesmo Ele partilhou o pão com Judas…

terça-feira, março 01, 2005

Fãs de U2 passam noite ao relento

"Desde sábado que centenas de fãs enfrentam o frio na esperança de conseguir o tão esperado ingresso que lhes permitirá assistir ao espectáculo a 14 de Agosto no Estádio Alvalade XXI."

Quem disse que os portugueses não fazem sacrifícios pelo futuro?