segunda-feira, janeiro 31, 2011

O Declínio dos Faraós?

Ainda é cedo para se perceber o que vai resultar das transformações que inexoravelmente vão acontecer na Tunísia e no Egipto, sendo certo que, pela sua dimensão e situação geográfica, é no Egipto que o futuro se decidirá.
Das revoluções, sabe-se como começam, mas nunca se sabe como acabam. No Irão, após o afastamento do Xá Reza Pahlavi, também muitos acreditaram que o país caminharia para a democracia. A realidade está a provar o contrário.
Naquela região, independentemente dos nomes que se atribuem, a história regista que depois de um faraó vem sempre outro.

domingo, janeiro 30, 2011

Tríades e Triunviratos

Ontem um jornal apontava Eduardo Catroga, Victor e Bento e João Duque como candidatos a futuros ministros das finanças do PSD.
No mesmo dia, Miguel Macedo, Mota Pinto e Jorge Costa apareciam na televisão junto às obras do Metro Mondego com poses de ministros das obras públicas.
Continuando na senda dos triunviratos, para primeiro-ministro têm um Marco António, mas seria difícil calar o Cícero da Marmeleira...
Restam Nogueira Leite, Miguel Relvas e Passos Coelho. Qual será o primeiro-ministro? Provavelmente os três.
Se os triunviratos costumam acabar à facada, das tríades não digo nada, que até falar é um risco...

sábado, janeiro 29, 2011

Educação com pedigree

Quando eu me criava, só havia escola secundária (liceu) na capital de distrito, a 60 quilómetros de distância da minha aldeia. Obviamente que só ia para o liceu quem podia pagar um qualquer tipo de pensão ou residência na cidade, o que, por si só, afastava do ensino secundário mais de 90% da população.
A minha terra continua lá, mas as crianças de hoje têm uma escola secundária a 9 km e outra a 12 km, com transporte gratuito…
O ensino nos liceus era gratuito, mas não era para todos, como se vê, nem sequer para os mais capazes. Era para os mais abastados.
Esta discriminação de base económica perdurou durante o Estado Novo, cujos ideólogos sabiam que para manter o povo controlado, só uma minoria devia ter acesso aos graus de ensino mais elevados. Ao povo bastava a quarta classe. Mesmo assim, no efectivo que fez a guerra colonial mais de metade não tinha a quarta classe à data da incorporação.
De facto, no sentido em que só davam acesso aos privilegiados, os liceus de então tinham o pedigree dos colégios privados de agora, com a vantagem de serem suportados pelo estado. O que se anda por aí a reivindicar com caixões não é mais do que isto: O elitismo que as escolas públicas não garantem.
Não me ofende o elitismo no ensino, pelo contrário. O que me ofende é que seja pago pelo estado, isto é, por todos nós.
Quem quer educação com pedigree deve pagá-la. Dantes é que as minorias dispunham dos dinheiros públicos sem se preocuparem com as necessidades da maioria.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Uma questão de educação

Em que país, uma associação que se dedica ao ensino pode impunemente pedir aos professores para faltarem às aulas e aconselhá-los a “posteriormente apresentarem um atestado médico alegando impossibilidade laboral por motivos de ordem psicológica”, para não lhes ser debitada a falta injustificada no vencimento pago com o dinheiro dos contribuintes?
Se acrescentarmos que a dita associação usa caixões e criancinhas para obter dinheiro do estado e foi a Fátima fazer campanha pelo candidato que ganhou as eleições presidenciais, adivinha-se o seu pendor confessional e a venalidade de quem a patrocina.
Só em Portugal!

Grande entrevista

A entrevista de José Manuel Coelho à RTP Madeira é um acontecimento histórico no âmbito da política madeirense. Um tiro no porta-aviões jardinista. A ver aqui.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

O Negócio da Educação

A luta de alguns colégios privados pela manutenção dos subsídios do estado, teve pelo menos o mérito de nos alertar para um fenómeno até há pouco desconhecido, mesmo dos mais bem informados.
De facto, a muito boa gente nunca passou pela cabeça que uma parte dos impostos que paga fosse acabar nos bolsos dos donos dos colégios privados. Ainda que alguns destes empresários vistam hábitos de ordens religiosas, uma pequena amostra comparativa provará que no momento de receberem as propinas nada os distingue.
Ora, como se pode conferir por esta informação, dada a abrangência da cobertura garantida pela ensino público, muitos, senão a maioria dos colégios privados, que recebe subsídios para “suprir as insuficiências das escolas públicas”, não reúne condições para continuar a receber tais ajudas e só o laxismo proverbial que afecta a gestão dos dinheiros públicos explica que a situação se tenha mantido até que a crise a pôs a descoberto.
Num país onde os lobbies se disfarçam de corporações e infiltram os partidos, não foi de estranhar que o lobby do ensino privado se encostasse à campanha de Cavaco Silva, que não se fez rogado, usando-o como peão na guerrilha contra o governo.
Agora, quando Cavaco Silva voltar a alertar para o deficit, ou a dívida, já sabem o que o faz falar: Gosta tanto do Estado Social que não descansa enquanto não o repartir. E lembrem-se que ele tem dedo para escolher a quem o entregar…
Primeiro a educação. Para a saúde e a segurança social também se há-de arranjar um SOS.
De preferência com criancinhas.

Contra-pedagogia

Usar crianças em manifestações é trabalho infantil com lavagem ao cérebro.

Casa Pia de novo

Da leitura da sentença, ficou a suspeita de que os juízes decidiram mais por convicção, do que com base em factos provados. As consequências da relativização da prova só agora começam: ”Bibi diz que mentiu e que arguidos estão todos inocentes”.
Ler aqui um caso semelhante.
.

terça-feira, janeiro 25, 2011

Cavaco, El Renqueroso

"Puede que el rencor que destilaban las palabras de Cavaco el domingo por la noche, con la victoria en el bolsillo, fuera el último rescoldo de la batalla electoral. Pero la realidad es que el papel moderador y amortiguador de tensiones que supuestamente debe desempeñar el presidente de la República, y que Cavaco reivindicó durante toda la campaña, ha quedado en entredicho." (El Pais)

Se até lá fora o toparam, a explicação para os aplausos que ouviu no CCB não é nada lisonjeira...

O gene de Neanderthal

Culpar o Cartão de Cidadão, para justificar a leviandade cívica de alguns eleitores, é apenas um sinal menor do gene de Neanderthal que continua por aí. O busilis são os sinais maiores...

And now, something different

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Ópera bufa no CCB

Cada Peron, sua Evita.

O V de Cavaco Silva

Visivelmente acossado pelos fantasmas que o perseguiram durante a campanha, em vez de um discurso de vitória, Cavaco Silva fez um discurso de vingança.
Foi uma entrada em falta.

domingo, janeiro 23, 2011

O Pesadelo da Reviravolta

Se o Mourinho perdesse, o Ronaldo se aleijasse, o Porto tropeçasse, o Benfica azulasse, ou o Sporting vermelhasse, "os custos seriam muito elevados, desde logo pela via da contenção do crédito e pela subida das taxas de juro."

sábado, janeiro 22, 2011

Toca a reflectir

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Votar

Leio e ouço as mais diversas justificações para as pessoas se absterem. Porém, salvo melhor opinião, quando essa hipótese se assume deliberadamente, não se presta um bom serviço à democracia. Por isso vou votar.
O passo seguinte é decidir em quem votar. Os que se abstêm desculpam-se frequentemente com o facto de não se identificarem com nenhum partido ou candidato. Para eles “os políticos são todos iguais”, máxima que esgota a sua capacidade de análise. Resta acrescentar, quando não fica explícito, que “todos iguais” significa desonestos, corruptos, mentirosos, e demais adjectivos a que só os árbitros de futebol têm direito.
Mas há cidadãos, quiçá menos que aqueles, para quem os políticos não são todos iguais e esses têm de fazer as suas escolhas. Não é difícil, porque ao contrário dos que não votam, quem vota nunca tem dúvidas e raramente se engana.
Na hipótese remota de alguma hesitação, lembrem-se que os candidatos providenciais morreram em Alcácer Quibir.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Teoria da evolução

Salazar e a Maria, criavam galinhas.
Cavaco e a sua Maria, numa coelha fizeram uma gaivota...

Importa-se de repetir?

Quem vai ir à segunda volta sou eu!”.
Os jornais que referem a notícia não repetem a calinada gritada aos microfones por Fernando Nobre no momento de excitação em que desafiou Manuel Alegre, “olhos nos olhos”, a apoiá-lo na segunda volta.
Não é um lapso qualquer, é uma deficiência estrutural que, se não for por ignorância, só se explica por vício continuado.
Lapso é desafiar “olhos nos olhos” alguém que está a quilómetros de distância…

quarta-feira, janeiro 19, 2011

O Estado da Cidadania

Anda por aí algum alvoroço provocado por um estudo cujas conclusões, se fossem levadas mesmo a sério, implicariam o internamento de mais de metade da população portuguesa para tratamento psiquiátrico. Se bem que, depois das overdoses de “plano inclinado” que lhe têm sido ministradas, os resultados encrespados não sejam de todo surpreendentes...
Ora vejam lá:
- 94% não confia nos governos (mas votam neles…)
- 90% não confia nos partidos (e votam neles…)
- 89% não confia na Assembleia da República (que elegem…)
- 70% não confia nos tribunais, nem nos sindicatos, nem na Administração Pública, nem…
- Mais de 40 % não quer saber da política nacional ou local…
Porém, a cereja no topo do bolo é esta pérola:
- 46% considera que as condições económicas e sociais são piores do que antes do 25 de Abril de 1974

Para explicar este estertor final, dou a palavra a Eduardo Pitta:
Antes de Abril de 1974, a pequena-burguesia vivia em casas arrendadas, não tinha carro, não era titular de cartões de crédito, punha os filhos no ensino público, via cinema do 2.º balcão, bebia galões, comia um bife de quinze em quinze dias, ia ao Parque Mayer, fazia férias em Monfortinho, jantava fora quatro vezes por ano e mandava virar os colarinhos das camisas. Os mais afoitos iam a Badajoz comprar caramelos uma vez por ano. Hoje chama-se classe-média à pequena-burguesia. Essa classe-média comprou casas com lareira e jacuzzi, um carro por cabeça (os rebentos compram carro antes de arranjar emprego), não vive sem cartões de crédito, põe os filhos no ensino privado, vê novelas em home cinema, bebe DOC, alimenta-se de cozinhas de fusão, é habitué do Pavilhão Atlântico, faz férias no Brasil e na República Dominicana, janta fora todos os fins-de-semana e veste roupa importada. Dito de outra maneira, arranjou uma pipa de problemas. Sendo os salários o que são, não admira que ande (com razão) a ranger os dentes.”

Nota: Não se pretende pôr em causa o estudo referido, que contém propostas interessantes para tentar melhorar o estado de calamidade a que chegou a cidadania.

“Lusa” novela

O Tesouro português regressa hoje ao mercado para se tentar financiar em 750 milhões de euros…” (Lusa)
Para se tentar financiar, ou para tentar financiar-se?
Ai as telenovelas…

terça-feira, janeiro 18, 2011

Insolações do Qatar

A culpa não é do sol. Não é a primeira vez que Amado é traído por tiques cavaquistas.
São actos falhados.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Cavaco Silva, a surpresa da campanha

Não me lembro de Cavaco Silva ter feito nada de particularmente relevante para o país enquanto presidente e, como primeiro-ministro, as negociatas dos amigos que promoveu são exemplo do que são capazes os melhores alunos da escola cavaquista.
Embora a memória não me ajude, admito que em algum momento de distracção tenha tido iniciativas meritórias, durante os quinze anos que leva nos mais altos cargos da nação. Porém, do que não tenho dúvidas, é de que raramente concordo com o que diz. Nem tanto pelo que diz, mas pela falta de convicção. Embora queira alardear que não é político, Cavaco Silva soa mais a falso do que aqueles que ele insinua serem. Mas o seu pecado maior é obedecer sempre ao princípio da sua conveniência, não à conveniência do país.
Tomado por um desespero que as sondagens não ajudam a compreender, o seu comportamento nesta campanha é um exemplo flagrante da subordinação dos interesses do país às suas conveniências pessoais, com relevo para o abrir de pernas ao FMI e os favores explícitos ao ensino privado.
Qual Alberto João, Cavaco vai chamando loucos e desonestos às sombras que se atravessam na sua caminhada para Belém. Quando chegar, talvez já não encontre os resquícios da honorabilidade que jura ter lá deixado e é velho demais para voltar a nascer…
Até aqueles que não esperavam dele nada de positivo se surpreendem com nível a que desceu, arriscando-se a perder, além do voto, o único trunfo de um político-não-político: o respeito pessoal.
Este é sem dúvida o fenómeno mais importante e a grande surpresa desta campanha eleitoral.

domingo, janeiro 16, 2011

O povo no colégio

Finalmente Cavaco teve o seu banho de multidão. Uma “multidão” do ensino privado esperava “o candidato do povo” em Braga, solicitando a seu o alto patrocínio para continuar a ter lucros privados à custa dos contribuintes.
É este o “povo” de Cavaco.

Um Presidente Paroquial

Cavaco Silva está em contra ciclo com o mundo actual. Os apelos que tem feito na campanha eleitoral remetem para um Portugal oitocentista que tarda em desaparecer, afinal a causa de todo o nosso atraso.
De cada vez que uma parte do país quer dar um passo em frente, tropeça no peso morto desse Portugal ignaro, pasto de todos os populismos.
Cavaco Silva é apenas mais um, como Salazar, dos que ao longo dos séculos se aproveitaram da ignorância do povo e tudo fizeram para o manter nesse estado.
Tal como ele, também Cavaco cultiva o obscurantismo, que a imprensa suave traduz por tabus.
Triste fado!

sábado, janeiro 15, 2011

A Entourage de Cavaco Silva

De Salazar dizia-se que era uma pessoa impoluta. Nem queria saber de dinheiro. No entanto, fechava os olhos às negociatas de figuras gradas do regime e, quanto a favorecimentos, pelo menos os mais velhos lembram-se do jeito que dava ser da União Nacional ou da Legião Portuguesa.
Os portugueses habituaram-se de tal forma a essa cultura de favorecimento que muitos ainda a consideram legitima e a “filosofia” de que só os parvos é que não se aproveitam passa de pais para filhos ainda no berço.
Por isso, apesar de alguns dos esqueletos que escondia nos armários terem vindo a público e tresandarem, a previsível vitória de Cavaco Silva nas próximas presidências vai surpreender tanto como as de Isaltino Morais ou de Fátima Felgueiras.
Nem vale a pena fazer comparações porque, claramente, as tropelias da entourage de que Cavaco não consegue desenvencilhar-se foram muito mais gravosas para o país do que as dos autarcas.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

À la minute

"Nem o FMI chega nem a gente almoça. Todo o santo dia, todos os dias da semana, o apelo ensurdecedor:
Sobe, sobe, marujinho
Àquele mastro real
Vê se vês falência de Espanha
O FMI em Portugal
.
Nunca um país teve tantas almas penadas com a mão em pala e os olhos no horizonte - a posição favorita dos economistas em Portugal. Excepto, claro, quando se trata daquele professor de Economia que é candidato - embora nunca político, porque isso nunca o foi, credo! - e nessa condição de candidato é o único economista do mundo que se faz fotografar em cima do capô de um automóvel a agradecer aplausos. Esse, o do capô, é suficientemente cágado para não apelar:
Acima, acima gajeiro
Acima ao tope real!
Topa falência de Espanha
O FMI em Portugal.
Não, esse costuma fazer de conta que quer a nau catrineta chegada a bom porto. Mas em dias, como ontem, em que se acalmam mares e ventos, dias em que surge a ténue esperança de a nau chegar a terra, esse, o cágado, retira a máscara e declara: "Não podemos excluir a possibilidade de ocorrer uma crise grave em Portugal, não apenas no plano económico e social, mas também no plano político." Se é isto um político responsável vou ali e já venho. Vergonha para os políticos portugueses - e falo dos de todos os partidos que estão dispostos a governar - que não souberam apresentar alternativas a este sonso."
(Cavaco tal e qual Cavaco tem sido, por FERREIRA FERNANDES)

O Crime de Nova Iorque

Para além do que diz respeito a advogados, procuradores, juízes e demais agentes da justiça, o homicídio do hotel de Times Square não se explica sem o contributo de psicólogos, sociólogos e psiquiatras.
Há um submundo cultural alimentado pelos mass media que de vez em quando choca com a realidade.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

A máscara da traição

A reacção de Cavaco Silva, ameaçando com uma crise política, e a indisfarçável contrariedade que soprou do lado do PSD pelo relativo sucesso da colocação da dívida portuguesa no leilão realizado ontem, não podem ser relativizadas e têm de ser tidas muito em conta pelos portugueses sobre o que vai acontecer nos próximos meses.
O PSD será provavelmente o vencedor em futuras eleições legislativas. Apesar disso, está aterrorizado com a perspectiva de o actual governo conseguir manter o FMI fora de portas.
A razão é simples e seria bom que todos aqueles que andam a pôr providências cautelares para obstar às medidas de austeridade encarassem de frente a realidade: Para combater a crise, o PSD não tem alternativa às políticas do governo e não foi por acaso que viabilizou o orçamento.
Se o PSD fosse para o governo, manteria no essencial essas medidas, mas não evitaria o aumento da pressão dos mercados que a crise política provocada pela queda do actual governo acarretaria. Tanto interna como externamente, Passos Coelho e Cavaco Silva seriam apontados como responsáveis e o descrédito acompanhá-los-ia. Por isso, nem um nem outro quer eleições, a não ser que… venha o FMI.
Como o sucesso do leilão de ontem tornou mais remota essa hipótese ficaram alarmados, e, numa atitude que não se estranharia em Miguel de Vasconcelos, tudo fazem para inverter a tendência de confiança que esse facto provocou nos mercados.
A traição pode ter muitas máscaras, mas não deixa de ser traição.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Por Vingança!

Já ouvi, li, várias teorias sobre a razão porque a direita, com Cavaco Silva e o PSD à cabeça; anseia pela entrega do país ao FMI.
Uns alvitram que é pela pressa de Passos Coelho em chegar ao poder; outros porque o FMI acabará por impor medidas que a direita deseja, mas são tão gravosas que não arrisca assumir a sua paternidade.
Provavelmente ambas as teorias têm alguma razão de ser, mas pecam por um senão: são demasiado racionais, o que não condiz com o primarismo da nossa direita.
A razão pela qual a direita sonha com a vinda do FMI é comezinha e nada tem de racional: É por vingança!
A direita odeia Sócrates. Tem mais medo dele do que o diabo da cruz e, apesar das sondagens, receia confrontá-lo, pois já está escaldada pelos revezes sofridos, depois de os analistas do regime, com destaque para o Prof. Marcelo, o darem como politicamente morto.
Crente e insegura, prostra-se perante o FMI imolando o país, na esperança de que a livre do belzebu que a atormenta…

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Engolir em seco

Política aos tiros

Para alguns, a democracia americana é a “Grande Democracia”, desvalorizando com esta designação as democracias europeias.
Não penso assim. Para ser uma grande democracia, a democracia americana teria de libertar-se do seu pecado original: O frequente recurso às armas na luta política.
O que aconteceu à congressista do Arizona e aos seus acompanhantes não pode ser desligado da atitude de alguns políticos do Partido Republicano que usam uma linguagem bélica e não hesitam em ameaçar os adversários do Partido Democrático com M16 (a G3 dos americanos).
Exemplos aqui e aqui.

domingo, janeiro 09, 2011

O Cão de Pavlov

A notícia de que a Alemanha e a França queriam que Portugal pedisse ajuda ao FMI, pôs Passos Coelho a salivar.

sábado, janeiro 08, 2011

Direita baixa

Comparar um texto bem-disposto, escrito por Manuel Alegre para uma agência de publicidade, com a negociata das acções do BPN, diz tudo sobre o nível (ético, político, moral, religioso, intelectual, o que quiserem...) da direita portuguesa. Uma lástima.

Pior é impossível?

Se Cavaco Silva tivesse 50% da honestidade que se arroga, saberia que a mentira não resiste à verdade.
(“You may fool all the people some of the time, you can even fool some of the people all of the time, but you cannot fool all of the people all the time.” Abraham Lincoln.)

Se outras razões não houvesse…

Não sou fã de espectáculos de fogo de artifício, nomeadamente dos que fazem barulho. Embirro mesmo.
Se outras razões não houvesse, “a morte de cinco mil aves que caíram dos céus na noite de passagem de ano”, devia fazer pensar quem organiza esses espectáculos.
O testemunho de um residente no Arkansas, onde terão morrido 3000 aves na fatídica noite, é de arrepiar: "Ouvimos petardos e um minuto depois ouvimos os pássaros a bater contras as janelas."
Os apologistas dos estrondos só têm que imaginar que as janelas eram as da sua sala de estar, com as crianças a assistir ...

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Finalmente perceberam

Os jornais de hoje dizem que “Cavaco Silva afinal vendeu barato”. Isto é, querem fazer-nos crer que o lucro de 140 %, não foi nada demais. Com jeito, ainda fazem um peditório à porta das igrejas para o ressarcir…
A estratégia é descarada: Incapazes de conter a torrente de suspeições que cai sobre o candidato Cavaco Silva, adopta-se uma posição (só) aparentemente contemporizadora, mas que em nada altera a natureza de favor a que o negócio tresanda.
Quem quiser acreditar que um negócio, em que uma das partes é Cavaco Silva e o preço foi fixado por despacho de Oliveira e Costa, se regeu pelas leis do mercado, que acredite, mas certamente não viveu em portugal nos últimos trinta anos.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

A campanha suja de Cavaco Silva

Cavaco Silva queria usar a campanha das eleições presidenciais para fazer aquilo que sempre tem feito desde que é presidente: Fingir que colabora com o governo, sem nunca perder uma oportunidade para o atacar.
Ou seja, o que ele queria que se discutisse na campanha para presidente era o governo, não o presidente.
Esta atitude, além de consubstanciar o desprezo total de Cavaco pelos eleitores, põe também a nu a sua já conhecida estratégia, quando pressente o perigo: Refugia-se no tabu.
Teve azar, porque o que o país quer conhecer nestas eleições é a qualidade dos candidatos a presidente. Por isso não abdica de ver esclarecidos publicamente os negócios feitos às escondidas, por muito que isso incomode quem os fez. A recusa de Cavaco em não prestar tais esclarecimentos, só dá verosimilhança às piores suspeições
Cavaco tem que prestar contas ao povo. Vitimizar-se, acusando os outros de campanhas sujas, não contribui para limpar a sua.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Separar as águas

Socorrendo-me da preciosa ajuda de Eduardo Pitta, que felicito pela passagem do sexto aniversário do seu blogue, aqui fica a lista dos fazedores da opinião que se pública. Relativamente ao país, a maioria não está apenas largamente invertida, está distorcida:
“A opinião publicada tornou-se um feudo da direita: Constança Cunha e Sá, Henrique Raposo, Jaime Nogueira Pinto, João César das Neves, João Pereira Coutinho, José Manuel Fernandes, José Pacheco Pereira, Luís Campos e Cunha, Manuel Villaverde Cabral, Maria João Avillez, Mário Crespo, Martim Avillez Figueiredo, Nuno Rogeiro, Paulo Tunhas, Pedro Lomba, Pedro Marques Lopes, Rui Moreira, Rui Ramos, Vasco Graça Moura, Vasco Pulido Valente. E mais 60. Não tem mal. Opinião é opinião. Sobra quem, a escrever à esquerda? Poucos: Baptista-Bastos, Clara Ferreira Alves, Eduardo Lourenço, Fernanda Câncio, Ferreira Fernandes, Inês Pedrosa, José Vítor Malheiros, Manuel António Pina, Medeiros Ferreira, Miguel Sousa Tavares, Pedro Adão e Silva, Rui Tavares.-“
Leiam o resto para verem como a dita “opinião” se transforma em notícia distorcida

O Economista Desorientado

Explicámos aqui porque Cavaco Silva era um economista desastrado.
Passados poucos dias, temos de concluir que não é apenas desastrado, é também desorientado. As atabalhoadas investidas contra a actual administração do BPN – e não contra a antiga, que o levou à falência, como seria de esperar de alguém que se arroga ser mais honesto que qualquer um -, já obrigaram a Administração da Caixa Geral de Depósitos, responsável actual pela gestão do BPN, a desmenti-lo por duas vezes.
E, no entanto, a campanha presidencial ainda agora começou…

"Beleza é Fundamental"



A mulher por quem o Brasil suspira, não é Dilma não!
É aquela mocinha da ponta esquerda, Marcela Temer, 27 anos, mulher de Michel Temer, vice presidente do Brasil, 42 anos mais velho...
Ou não fosse esta a pátria de Vinicius...

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Indiferença criminosa

“…Este atentado contra os coptas foi cometido porque duas antigas muçulmanas se tinham convertido e viviam num convento. Para os matadores, as conversões eram condição suficiente para o ataque assassino. Como a condição de ser padre leva à morte do próprio na Turquia, ser família cristã leva ao desaparecimento no Irão, na Síria e no Iraque, ser aldeia cristã leva-a a ser dizimada no Sudão e na Nigéria e nada disso acontece na Arábia Saudita porque por definição na terra do profeta não há senão muçulmanos. Seja redito, nunca são todos os muçulmanos que matam ou expulsam, só alguns. Mas, rediga-se também, nunca é saudável ser cristão em terras muçulmanas. É assim. E nada mudará enquanto à maioria dos muçulmanos lhe for indiferente este "é assim". (Ferreira Fernandes – DN)