domingo, janeiro 31, 2016

Cartas de Bruxelas

As cartas de Bruxelas não são cartas de amor e também não são "cartas  a Garcia".
As cartas de Bruxelas são receitas paliativas que não curam doenças e ainda as agravam.
Diz quem sabe:

 "Agora que a poeira assentou, passados quatro anos e meio, vem o Tribunal de Contas Europeu (TCE) dizer, fazendo a análise sobre o que se passou em cinco países (Portugal, Irlanda, Letónia, Roménia e Hungria), que a Comissão Europeia não só falhou na antevisão das razões que conduziram à crise como depois falhou na forma como lidou com ela em cada um destes Estados."

(Nicolau Santos, no Expresso de ontem)

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Um governo de aldrabões


Como classificar Passos e Portas  dizem a Bruxelas que os cortes nos salários e a sobretaxa do IRS são definitivos e cá dentro dizem que são temporários?

ALDRABÕES, no mínimo...

quarta-feira, janeiro 27, 2016

A troica e os amigos da troica

A troica está de volta e houve quem exultasse com a sua visita.  O esboço de orçamento para 2016 pôs em alvoroço a direita que domina a comunidade financeira que vem explorando em seu proveito debilidade de alguns países. 
O esboço de orçamento parece rebelar-se contra esta situação e a reação  não se fez esperar. 
Os "comentadores de economia", que durante quatro anos foram cúmplices do maior aumento de impostos,  do empobrecimento dos portugueses e da destruição da economia perpetrados pelo governo PSD/CDS, sentindo as costas quentes com a presença da troica estão a usar o esboço de orçamento como pião das nicas.

Clamam  que não  sabem como este governo vai colmatar a "despesa" com a reposição de salários da função pública nem com o aumento do salário mínimo nacional.
De facto, na sua cartilha, o salário mínimo nem consta e sobre o tratamento a dar aos funcionários públicos só se descosem em privado...

 Ao contrário dos últimos anos, o orçamento para 2016 será um orçamento a favor dos portugueses e não a favor dos bancos alemães e demais sanguessugas internacionais de quem a maioria dos  comentadores  bebe as orientações.

Miguel de Vasconcelos sempre teve seguidores... 

A porca e o parafuso

Jerónimo de Sousa foi infeliz ao dizer que o PCP também podia ter concorrido às presidenciais com uma "engraçadinha", num reflexo condicionado de mau perder face ao resultado de Marisa Matias.


O currículo do líder do PCP talvez não merecesse esta nódoa, mas não é a primeira vez que a língua lhe foge para a ferrugem.

segunda-feira, janeiro 25, 2016

Um conversador na presidência


Ao contrário de Cavaco Silva que é um homem de silêncios, Marcelo Rebelo de Sousa vive da palavra e tem conversa para tudo. Nesse aspecto é parecido com Mário Soares.
É um conservador, mas um conservador do seu tempo e não à moda de Cavaco, que nunca se libertou  do saudosismo pré-democrático.

Se a prática corresponder à conversa com que se propôs à presidência, poderá ser um bom presidente.
O país precisa de recuperar  rapidamente do pesadelo de Boliqueime...



domingo, janeiro 24, 2016

O provocador irrevogável

Houve quem pensasse que ele ia entrar na clandestinidade, mas nem consegue sair de cena.


Casa mais branca não há


sexta-feira, janeiro 22, 2016

As vítimas e os carrascos

quarta-feira, janeiro 20, 2016

Heranças da direita

Como a história já demonstrou, o regime ditatorial que governou Portugal até 1974 foi incapaz de solucionar o problema colonial, provocando uma a guerra em que morreram mais de dez mil soldados portugueses.
Ao fim de treze anos, a  guerra não dava sinais de abrandar, e Portugal, que já a tinha perdido no campo diplomático, arriscava-se a perdê-la também no terreno. 
Tal situação acabou por mobilizar as forças armadas para derrubar uma ditadura que se mantinha surda aos apelos internacionais, obedecendo apenas aos interesses de uma dúzia de famílias que controlavam o país em prejuízo da restante população.

O processo de descolonização antevia-se doloroso tanto para Portugal, que teve de acolher centenas de cidadãos em fuga das colónias, como para os novos países cujos  partidos independentistas continuaram a digladiar-se, prolongando por dezenas de anos a luta pelo controle dos respectivos territórios.

Coube a António Almeida Santos (1926 -2016), então no Ministério da Coordenação Interterritorial, que sucedeu ao extinto Ministério do Ultramar, liderar o processo de descolonização que culminou com a independência das colónias.

Na sequência deste processo, o agora falecido Presidente  Honorário do PS, Almeida Santos, e  Mário Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros,  foram acusados de traição e vilãmente atacados pela direita saudosista da ditadura que se recusava a reconhecer o direito à independência das colónias, preferindo prolongar uma guerra que estava a exaurir o país e não poderia ser ganha.


A táctica da direita de empurrar os problemas com a barriga até azedarem não é nova. Mas o mais grave é que nem f... nem sai de cima e quando os outros resolvem os problemas que cria  ainda tem a lata de os criticar.
Comparado com a descolonização, o recente caso do Banif é um exemplo menor, mas não deixa de ser um exemplo.


segunda-feira, janeiro 18, 2016

Generais, soldados e cheerleaders

A campanha presidencial vai morna. Uns julgam-se generais e nem foram à tropa. Outros assumem-se soldados rasos sem passar pela recruta. Há quem queira parecer cheerleader mas a idade não perdoa e não basta pintar o cabelo.

Valha-nos Santa Mari(s)a...

sexta-feira, janeiro 15, 2016

O insulto


Soares é fixe, porque enquanto Marcelo Rebelo de Sousa vivia nas boas graças de Salazar e de Marcelo Caetano, muitos estudantes eram perseguidos pela polícia nas ruas  e Mário Soares já lutava pela democracia. 
Até ao 25 de Abril,  Marcelo Rebelo de Sousa, tal como Cavaco Silva, nunca se sentiu incomodado pela ditadura do padrinho Caetano.


Usar o slogan "Marcelo é fixe" é um insulto  a Mário Soares e a tudo o que ele representa, mas é sobretudo revelador da desonestidade intelectual e da ausência de ética em que a direita portuguesa é useira e vezeira

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Balcanização?

"Nuno Melo diz que o mais importante é impedir balcanização do CDS"


Talvez uma balcanizaçãozinha...

quarta-feira, janeiro 13, 2016

Afinal, quem é o cata-vento?

Com a mesma cara de pau com que "rigorosamente" mentiu enquanto primeiro-ministro, Passos Coelho vem tarde demais a tentar limpar-se do enxovalho que atirou a Marcelo Rebelo de Sousa. 
Até o próprio percebeu que o cata-vento só podia ser ele. 

segunda-feira, janeiro 11, 2016

" De onde lhe vem a capacidade de unir esforços a neonazis? "

Ou, 

sábado, janeiro 09, 2016

Marcelo, o desconhecido

sexta-feira, janeiro 08, 2016

A televisão e a universidade

Marcelo Rebelo de Sousa é professor universitário. Porém os portugueses conhecem-no da televisão. Mesmo a sua imagem como homem do PSD, de que foi presidente, fica esbatida pela avassaladora presença televisiva. 

A regularidade semanal das suas intervenções televisivas ao longo de tantos anos foi um verdadeiro reality show produzido e realizado a seu bel-prazer.
Enquanto Marcelo Rebelo de Sousa entrava todos os domingos em casa dos portugueses à hora de jantar, apoiando a política de direita no disfarce do comentário, o ex-reitor Sampaio da Novoa dedicava-se à universidade, algo que para o antigo presidente do PSD é imperdoável.

Ambos são candidatos à presidência da República, e pelo que leio sobre o debate entre os dois, o ex-reitor terá obrigado o comentador-candidato a sair da sua zona de conforto, confrontando-o com o apoio que deu semanalmente ao governo de Passos Coelho e à política de austeridade.

Por mais  que  o comentador tente descolar de Passos e Portas, o ADN da direita conservadora acomopanha-o desde o berço, sendo natural o apoio dos partidos de direita. O que não é natural é Marcelo fingir-se de esquerda, que nunca foi nem será.

Desde Salazar a Cavaco Silva, a direita portuguesa nunca se assumiu como tal, gostando de se fingir de esquerda para enganar o povo. 
Marcelo Rebelo de Sousa não é diferente. Tem é mais horas de maquilhagem...



quarta-feira, janeiro 06, 2016

Resposta a Cavaco

Apesar de estar de saída, sempre que pode, Cavaco Silva lança farpas ao governo que foi obrigado a empossar.
Recentemente afirmou que na política económica a "realidade acaba sempre por derrotar a ideologia".
Por ideologia, o homem de Boliqueime só reconhece a de esquerda, como se a direita não tivesse ideologia. Já se sabia que o fascismo foi um detalhe que nunca perturbou Cavaco Silva, mas, como refere Sampaio da Novoa, não é preciso recuar tanto para mostrar um exemplo da governação preferida pelo ainda Presidente da República.


Finalmente ouve-se uma voz que centra a campanha eleitoral onde deve estar, não alinhando nas troca-tintas de Marcelo Rebelo de Sousa nem nas meias-tintas de Maria de Belém.

segunda-feira, janeiro 04, 2016

O showman, a maria (formosa e ainda "segura"), e o homem bom

Nestas eleições para a presidência da República apareceram as candidaturas do costume: candidatos oriundos dos partidos - Marcelo Rebelo de Sousa, Maria de Belém, Edgar Silva e Marisa Matias -, e candidatos independentes - o reitor Sampaio da Nóvoa, o ressabiado Henrique Neto, o neomoralista Paulo Morais e o patusco Tino de Rans. 
Penitencio-me por misturar o ex-reitor com tal gente, mas a responsabilidade é do inqualificável  casting
Haverá mais dois candidatos, cujos nomes não me ocorrem.

A haver segunda volta, será entre Marcelo e Sampaio da Nóvoa, ou entre Marcelo e Maria de Belém. Se for com Sampaio da Nóvoa, é uma luta de catedráticos. Se for com Maria de Belém, a luta vai ser pelos favores da senhora de Fátima.

Entre um showman, uma maria, que foi a jogo pelo seguro, e um homem bom, a escolha é fácil. 

Vote!




sábado, janeiro 02, 2016

Uma voz do passado

Conheci-o politicamente quando Sá Carneiro o escolheu para ministro das finanças. Nunca lhe dei o meu voto, porque sempre o considerei um político  pouco identificado com o regime saído do 25 de Abril. A sua recusa em usar o cravo vermelho nas celebrações da revolta dos capitães  é  sintomática de cinismo com que exerceu os cargos na democracia que a revolução proporcionou.

Embora tardiamente, a maioria dos portugueses acabou por ver o homem escondido por detrás da máscara da hipocrisia, atirando-o para níveis de impopularidade absolutamente inconcebíveis naquele cargo.

Não tenho por hábito ouvir as suas declarações ao país. A última que me despertou alguma curiosidade terá sido a que o levou a interromper as férias para vetar o estatuto dos Açores, onde haveria um artigo a mexer-lhe no umbigo.

Como tal, também não acompanhei a sua mensagem de Ano Novo, que deveria ser meramente que protocolar, mas, como vem sendo hábito, serviu para destilar a raiva que o acometeu por ter sido obrigado a dar posse ao actual governo.

Não deixa saudades.

Bom Ano!