segunda-feira, fevereiro 27, 2017

A sonsice de Paulo Núncio e o carácter de Cristas

Paulo Núncio meteu na gaveta as propostas que o director dos impostos lhe submeteu para publicar as fugas de dinheiro para os offshores. Uma atitude de sonso covarde.
Núncio começou por atribuir a responsabilidade aos serviços que dependiam dele mas estes descobriram-lhe a careca e não teve outro remédio senão reconhecer a sua marosca.
Perante tal desplante, Assunção Cristas vem publicamente enaltecer o carácter de Paulo Núncio, não se dando conta de que um secretário de estado dos impostos que traiu o compromisso de defender o interesse nacional, facilitando a fuga aos impostos enquanto o povo "aguentava" o colossal aumento de impostos, é  um criminoso, e quem elogia um criminoso não pode ter bom carácter.

domingo, fevereiro 26, 2017

Só lhe fica bem...

... mas a responsabilidade ninguém lha tira.

" O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio assumiu este sábado “responsabilidade política” pela não publicação de dados relativos às transferências de dinheiro para offshore, pedindo o abandono das suas funções atuais no CDS-PP."

Espera-se que  a Cristas repare os telhados de vidro lá de casa, em vez de atirar pedras aos dos vizinhos, e corra a Belém pedir ajuda para avançar com a comissão de inquérito aos dez mil milhões que o seu secretário de estado deixou voar para os offshores...


sábado, fevereiro 25, 2017

Asfixia democrática à séria

Quando o PSD está na oposição teima em comportar-se como se estivesse em maioria no parlamento. Porém, dado que a maioria não lho permite, aqui del rei que está a ser vítima de "asfixia democrática".
Se o PSD deixar de ser cínico e quiser saber o que é asfixia democrática, ponha os olhos no Trump, que é da sua família política:



quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Zeca Afonso

A sua voz, a sua poesia e a sua música são companhia habitual de  "A Forma e o Conteúdo", como se constata pela sua presença aqui ao lado.
Para  o recordar em mais um aniversario do seu falecimento, aqui fica uma que comecei a ouvir no longo inverno que acabou naquele Abril.


quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Austeridade seletiva

Houve um tempo, não foi há muito, em que todos os dias o governo aumentava impostos, ou cortava salários, benefícios sociais ou pensões. Para quem esperneava, garantindo que o povo não aguentava, aparecia logo alguém, por acaso um banqueiro, a jurar "aí aguenta, aguenta".
Tudo isto se passava entre 2011 e 2014.
Soube-se agora que ao longo desses anos, em que Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva puseram o povo a pão e água, sairam ilegalmente do país para offshores 10000000000,00 de euros (dez mil milhões).
Mais um escândalo praticado nas barbas de um governo de direita, que não passa pelo poder sem deixar a marca da corrupção.


terça-feira, fevereiro 21, 2017

A reboque

Tanto o PSD com o CDS não tem qualquer estratégia ou programa para propor ao país. 
Perante esse vazio, agarram-se a qualquer episódio, por mais trivial que seja, para mostrar que estão vivos e tentar beliscar o governo.
Fugiram três presos da prisão de Caxias (entretanto capturados)? Chama-se a ministra da justiça ao parlamento... Como se a ministra não tivesse mais que fazer.

Há no país coisas sérias que mereceriam alguma atenção da oposição, mas dão trabalho e obrigam a pensar um bocadinho...

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Fim de semana






 By Patrícia

sábado, fevereiro 18, 2017

Os lapsos de Cavaco

Não vou ler o último livro de Cavaco pela mesma razão porque não li os anteriores: como escritor não tem verve,  como político tem muitos lapsos de memória,  só divulga o que lhe convém. 
Exemplos são vários: Alguém se lembra de ele ter explicado o caso das escutas de Belém ou da casa da Coelha? Também nunca explicou a sua relação com o BPN, nem porque aconselhou os portugueses a confiar no BES em vésperas da sua falência.
Divulgar as conversas havidas com o primeiro-ministro Sócrates não o dignifica, sobretudo se omite as conversas que teve com Passos Coelho que talvez interessassem mais aos portugueses para aquilatar da sua responsabilidade no descalabro que foi a governação de Passos.
Cavaco não faz nada disso. A sua escrita é apenas um acto vingativo contra inimigos mais imaginários que reais, pois os dez anos que passou em Belém serviram apenas para alimentar o rancor que o faz falar e escrever.
O país pouco aproveitou do seu longo passado político. Pode mesmo dizer-se que os vinte anos que Aníbal Cavaco Silva esteve na liderança do país são os piores da democracia não apenas no sentido social, mas também, ironia das ironias, os piores para a economia do país, pois foi durante o seu governo como primeiro-ministro que desapareceu a frota pesqueira e a agricultura só recentemente começou a recuperar do ostracismo a que ele a votou...
O que Cavaco tinha a dizer ao país já o disse e não foi nada de bom.  O que escreve não é melhor.

 Pode escrever cem livros que os portugueses não vão esquecer o que disse sobre as reformas que auferia, enquanto Passos Coelho aumentava astronomicamente os impostos  e cortava salários e pensões. Nem vão esquecer a popularidade zero com que saiu de Belém, resultante da promiscuidade obscena com o governo de Passos Coelho.

sexta-feira, fevereiro 17, 2017

O infiltrado

António Domingues, o presidente da Caixa Geral de depósitos, que se demitiu por não querer mostrar a declaração de rendimentos, não hesitou em mostrar a António Lobo Xavier os SMS que terá trocado com o ministro Mário Centeno.
A ser verdade - se não fosse convinha saber como o homem do CDS na quadratura do círculo teve acesso a eles -, o gesto de Domingues prova que a sua escolha para a presidência do banco público foi um erro de casting, pois um personagem que comete tamanha deslealdade nem para porteiro das retretes serviria: quem lá fosse arriscava-se a ser espreitado...
António Lobo Xavier também mostrou neste episódio a massa de que é feito: intriguista e cínico, pois como advogado, devia aconselhar o seu amigo Domingues a entregar a declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional, em vez de atacar o ministro que pôs a nu a desastrosa política económica e financeira com que o governo apoiado por Xavier e talvez por Domingues desgraçou o país.

quarta-feira, fevereiro 15, 2017

A Corja

É cíclico.
Por vezes o país vive períodos de excelência e dá alguns passos em frente. Duram pouco tempo.
A corja que se viciou no suor dos servos da gleba e recusou a renascença, está sempre a puxar para trás e insiste em manter o país na cauda da civilização. Sempre acompanhada do seu exército de horrores, não desiste até repor o seu status quo: mentira, autoritarismo, ignorância, obscurantismo e empobrecimento generalizado. 
Só os abutres medram neste cenário de catástrofe imposto pela corja.

Quando pontualmente é afastada do poder, aproveita todas as brechas da  muralha para infiltrar o veneno que vai minando as consciências e não descansa enquanto não decapita os que se atreveram a questionar as suas ideias feitas, um "crime" que a corja nunca perdoa nem esquece.

A história de Portugal está cheia destes exemplos. Noutros tempos, os desalinhados ardiam nas fogueiras da inquisição, agora esfolam-se em comissões de inquérito onde os juízes decidem em causa própria.
Quando tal não resulta, abrem-se processos indiciários que se prolongam sem contraditório até os visados ficarem em fanicos.

Por enquanto ainda está na fase de injectar o veneno, mas defendam-se que o assalto não tarda.

segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Lembram-se das "taxas e taxinhas"?

Bastaram dois anos para desmentir Paulo Portas e António Pires de Lima, à época vice-primeiro-ministro e ministro da economia, respectivamente,  que anteviram a morte da galinha dos ovos de ouro se António Costa, então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, avançasse com a taxa turística na cidade.

Apesar do mau agoiro daqueles dois velhos do Restelo, o turismo em Lisboa continuou a crescer e de tal forma a taxa turística resultou que duas câmaras que o CDS integra em coligação (Porto e Cascais) vão adoptá-la.

Do Paulinho das feiras não se estranha a tacanhês económica, mas o outro, sendo ministro  da economia, em que hotel almoçaria, que "não há almoços grátis"?...

domingo, fevereiro 12, 2017

"Somos os maiores"

A cidade do Porto foi distinguida com o prémio de "melhor destino turístico da Europa em 2017".  Parabéns. Não foi a primeira vez e espera-se que não seja a ultima. 
O turismo é de longe a principal exportação do país e o Porto não podia ficar imune à explosão turística que nos últimos anos sacudiu o país de norte a sul. 
Para tal contribuíram diferentes factores: as características do nosso clima, a gastronomia, o carácter acolhedor do nosso povo, a nossa arquitectura, os hotéis, as praias, etc..
No entanto, não devemos esquecer que Portugal beneficia da insegurança que se vive em certas regiões da costa mediterrânica, destinos tradicionais de férias dos europeus que agora os evitam.
Podemos ser os maiores, mas convém ter os pés assentes na terra e não ter atitudes típicas de  adeptos clubistas que aproveitam as vitórias para expelir complexos mal resolvidos.

quinta-feira, fevereiro 09, 2017

O ataque a Centeno

A direita quer a cabeça do ministro das finanças,  Mário Centeno. 
Compreende-se: Foi ele que provou no terreno que há alternativa à política de austeridade defendida e imposta pela direita e fê-lo repondo salários e pensões, acabando com a sobretaxa, baixando impostos e até se deu ao luxo de ter um deficit de 2,3% para acabar com as dúvidas. E, mesmo assim, a economia cresceu. Pouco, mas cresceu.
Isto a direita não perdoa.

A discussão à volta da crise da Caixa Geral de Depósitos, herdada do governo de Passos e Portas, tem o mesmo objectivo.

A direita,  que fez recuar o país 10 anos, é capaz de tudo e não olha a meios para voltar ao poder. Para fazer o mesmo: enorme aumento de impostos e cortar salários e pensões. Não tem outra política, nem quer.


quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Os Catastrofistas

Em 2016 houve quem previsse a chegada do diabo e outros, como Teodora Cardoso, Medina Carreira e o Ferreira da SIC, passaram o ano de garras afiadas a deitar abaixo as previsões do governo por, na sua opinião, serem demasiado optimistas.

Razão tem o Presidente da República em reconhecer o mérito deste governo na redução do défice, que ficou abaixo de 2,5% quando  "muitos diziam que era "rigorosamente e matematicamente impossível" ter um défice em 2016 inferior a 3%."

E, no entanto, ainda não se viu nenhum destes arautos das catástrofes a reconhecer que errou e a pedir desculpa aos portugueses por contribuir para o descrédito do país, prejudicando o seu desenvolvimento. 
Sabemos que esta gente preferia um governo troiquista, como o anterior, e por isso se dedica a remar contra a maré, na esperança de encravar a geringonça. Porém, a sua intervenção não é inócua e não podem continuar a abusar da impunidade de que beneficiam.

terça-feira, fevereiro 07, 2017

O passado contra o Papa

Cartazes criticando o papa Francisco foram colocados nas ruas junto ao Vaticano, pela calada da noite no último fim de semana. 
Ninguém sabe quem são os autores dos cartazes que tratavam o papa por tu nas críticas que fizeram. 
No entanto,  a linguagem e o conteúdo apontam para os sectores mais retrógrados da igreja,  que discordam da abertura que Francisco  imprimiu para fazer evoluir uma instituição que em muitos aspectos ainda se mantém na idade média. 

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

France first

Já tínhamos o América first, agora também temos o France first.
Parece que Marine Le Pen quer expulsar todos os estrangeiros de França. 
Se isso fosse possível, o que seria dos franceses?...

domingo, fevereiro 05, 2017

Trump em tribunal

As radicais decisões de Trump em matéria de imigração estão a esbarrar nos tribunais. Depois de um juiz de Seatle ter revogado o decreto que impôs as medidas, outro tribunal rejeitou o recurso da presidente, que invocava a urgência das medidas e as justificava com o papão da segurança nacional e a autoridade presidencial.

Convenhamos que os fundamentos dos juristas de Trump para se oporem à decisão que revogou o decreto anti-imigração são falaciosos e apressados. 
A urgência das medidas não pode sobrepor-se à necessária ponderação face às consequências que acarreta. A segurança nacional nunca esteve em causa. Invocá-la  a torto e a direito, como faz Trump, apenas denuncia a insegurança do presidente no exercício do cargo. Quanto à autoridade presidencial nenhum tribunal a pôs em causa, se bem que ainda não tenha dado provas de a merecer.  

sábado, fevereiro 04, 2017

O espelho de Trump

"Trump é de esquerda ou de direita? A resposta é muito clara: Trump é de direita, de uma direita agressiva e pouco democrática, proteccionista e pouco liberal, que da política quer a opinião das massas, mas não quer os procedimentos da democracia e o primado da lei, ou seja, usa a demagogia, a irmã perversa da democracia, para um caminho perigosamente autoritário. "
(José Pacheco Pereira - Público

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

A ponte de Londres e o Twiter de Trump


No discurso que fez no congresso do partido Republicano, a primeira ministra britânica reivindicou para o seu país a liderança do mundo, numa espécie de coligação com os Estados Unidos da América, uma clara demonstração de falta de respeito pela União Europeia a que ainda pertence.
A agressividade para com as instituições e empresas da  União Europeia está patente em todos os  discursos de Trump. May vai trilhando o mesmo caminho para lhe agradar.
Talvez se espalhem os dois.