sábado, junho 28, 2008

Um cidadão livre




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Anda muita gente incomodada com as intervenções do Dr. Marinho Pinto.

A razão é simples:

Em Portugal é politicamente correcto contestar o governo, mas acobardamo-nos perante as corporações que tomaram conta do poder e o exercem de facto, condicionando a liberdade de todos nós.
Vivemos em liberdade formal há três décadas, mas não há muitos cidadãos livres e estranhamos quando aparecem…

sexta-feira, junho 27, 2008

A ofensa e a reacção desproporcionada

Nem todos os tribunais têm as melhores instalações: O tribunal de Sintra, cujo concelho tem mais de 400.000 habitantes, funcionou até há poucos anos num prédio de habitação.
No entanto, independentemente do tamanho e dignidade das instalações em que decorrem as audiências, os juízes têm autoridade para requerer a segurança policial que julguem adequada e para mandar prender quem lhes faltar ao respeito.
Os juízes de Santa Maria da Feira merecem toda a nossa solidariedade pelas agressões sofridas e espera-se que os criminosos sejam exemplarmente castigados.
Porém, o país, que se indignou com o desrespeito das suas altas funções, vai ter dificuldade em compreender que se aproveitem deste episódio para suspender o funcionamento dos tribunais.
É que, por mais segurança que as salas de audiência venham a ter, nada impede que episódios semelhantes, ou até mais graves, possam acontecer.
A imprensa internacional relata-os com frequência.

quinta-feira, junho 26, 2008

Recortes do dia

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quarta-feira, junho 25, 2008

Protestar contra o futuro

Calar com privilégios fiscais os sectores que têm força para protestar contra o aumento dos combustíveis, cria nos agentes económicos a convicção de que a crise dos combustíveis é passageira e distorce o mercado.

Tal ilusão, além de errónea, pode ser fatal, uma vez que as empresas não se sentem obrigadas a preparar-se para uma economia onde o petróleo nunca mais volta aos preços a que se habituaram.

Protestar contra o aumento dos combustíveis é protestar contra o futuro.


Enquanto isto não for percebido pelos agentes económicos e pela sociedade em geral, as alternativas energéticas não sairão dos laboratórios.

terça-feira, junho 24, 2008

A Tara e o Paliativo

O PSD tem uma obsessão com as Obras Públicas, tanta que sempre que está na oposição pretende suspendê-las. Foi assim com o condoído Durão Barroso, e agora com MFL. Ao menos Filipe Menezes era mais directo: ele queria era que o PSD partilhasse as decisões com o governo...”
(José Medeiros Ferreira – Bicho Carpinteiro)

Para esta doença, não chega mudar de líder.

domingo, junho 22, 2008

Uma tanga de discurso

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou este domingo que Portugal vive uma situação de emergência social, que impõe apoios públicos para combater a pobreza e contestou o investimento do Governo em novas infra-estruturas.”

Durão Barrosos também dizia que enquanto “houvesse criancinhas com fome” não se faria o aeroporto de Lisboa.
Todos nos lembramos que foi este “discurso da tanga” que empurrou o país para uma recessão económica sem precedentes e que apesar das manigâncias de Manuela Ferreira Leite, então Ministra das Finanças, o défice das contas públicas atingiu valores alarmantes.

Ao reeditar o “Discurso da Tanga”, MFL parece apostada em seguir as pisadas do antigo líder mas, se os portugueses lhe dessem ouvidos, o resultado seria ainda pior:
Durão Barroso ainda se conseguiu encaixar em Bruxelas, mas Manuela Ferreira Leite não tem validade fora de portas, e, quando as criancinhas do PSD já não precisarem de ama, só lhe resta andar por aí.

sexta-feira, junho 20, 2008

Portugal 2 - Alemanha 3

Os amigos de Baía, responsáveis pela vergonha da Coreia, já acenderam a fogueira para Ricardo e Scolari.

quinta-feira, junho 19, 2008

Outros campeonatos

Portugal é o país da União Europeia onde mais se gasta a comer fora, seja em cafés ou restaurantes, revela um estudo Eurostat.”.

Já no que diz respeito ao consumo de livros e jornais, os portugueses situam-se abaixo da média europeia.”

(SOL)

terça-feira, junho 17, 2008

Buzinões e alienações

O Público informa que os automobilistas buzinaram em Lisboa, Porto e Coimbra, exigindo a baixa do preço dos combustíveis.
Como a OPEP não vai baixar o preço do petróleo, em vez de se limitarem a buzinar, era bom que os automobilistas sugerissem as rubricas do Orçamento do Estado de onde se há-de retirar o dinheiro para lhes encher o depósito…

segunda-feira, junho 16, 2008

Uma frase por dia

"...a ideia de uma pessoa que não sabe como se faz sopa ultrapassa-me completamente."

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domingo, junho 15, 2008

Problema para quem?

Mesmo que as razões que levaram os irlandeses a não ratificar o Tratado de Lisboa tenham sido sérias, o que não parece ser o caso, tal não deverá impedir que a ratificação do tratado prossiga nos poucos países que ainda não o ratificaram

No fim, o que os líderes europeus têm de decidir é se o problema criado pelo direito interno irlandês, e pelos 862 mil irlandeses que votaram Não, é um problema para os restantes 400 milhões europeus e para a Europa, ou é um problema da Irlanda e devolve-se à origem.

sexta-feira, junho 13, 2008

Lisboa dos meus amores


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Cecília bebe-lhe a voz tranquila que faz renascer um mundo que julgava esquecido. A conversa reencontra-os, como no longínquo entardecer, numa esplanada da Alameda.
- Eu sirvo-te! – adianta-se, roubando-lhe os talheres, quando o empregado os interrompe com as travessas.
Luís emudece. Aquela familiaridade é melhor que uma carícia e saboreia-a na intimidade do silêncio.
Passa das duas, quando saem do restaurante e tomam o caminho sombrio das arcadas, de volta à Rua do Arsenal. O calor apetece as sardinhadas e pelas esquinas já cheira a Santo António.
- Leve-o, minha rica menina, que os rapazes pelam-se por mexer no manjerico!

quinta-feira, junho 12, 2008

Camionistas e outros artistas…

Segundo o Diário Económico, o porta-voz dos grupos que aterrorizaram as estradas nos últimos dias é militante do PSD desde 1974 e foi director de campanha de Patinha Antão na recente campanha para a presidência do PSD.

O jornal acrescenta que “António Lóios, auto-intitulado porta-voz da comissão de camionistas responsável pela paralisação nacional da última semana”, é engenheiro informático e não é, nem nunca foi, camionista ou possui qualquer empresa nesta área.”

Seria a este senhor que José Pacheco Pereira se referia (e queria ver na prisão), ou era só aos paus-mandados?

(Fonte: Câmara Corporativa)

terça-feira, junho 10, 2008

Gangs do Gasóleo

Nisto estou totalmente de acordo com José Pacheco Pereira: A violação da ordem pública não pode continuar, nem ficar impune.
Por muita razão que tivessem, e não parece que seja o caso, o país não pode ficar refém de arruaceiros que fazem das nossas estradas o seu quintal.
A tolerância do governo, visível na passividade com que a GNR pactua com o apedrejamento dos motoristas que não param às ordens dos piquetes ilegais, é um péssimo sinal.

domingo, junho 08, 2008

Procuravam um "patrão" para a Selecção?


O crime compensa?

Houve quem chamasse greve ao boicote que recentemente os armadores montaram a alguns portos de pesca, tentando que o Estado, isto é, todos nós, lhes facultassemos o gasóleo a um preço ainda mais baixo do que têm agora, que é de 80 cêntimos por litro.
Como a paragem dos seus barcos não é determinante para parar o mercado, os armadores organizaram grupos que impediram a saída de outros barcos para o mar e apropriaram-se das lotas e outras instalações públicas, destruindo pescado e perseguindo outros operadores do mercado.
Foram poucos os pescadores e vendedores de peixe que tiveram a coragem de aparecer perante as câmaras a denunciar o clima de medo provocado por aqueles grupos.

Estranhamente, perante um cenário de manifesta violação da lei e da ordem pública, as autoridades mostraram-se cooperantes com os “grevistas”.

Entusiasmados com o sucesso das pescas, e usando também o argumento do gasóleo caro, preparam-se outros boicotes.
Basta ter um camião, mas talvez sirva um tractor.

Quando se dá a entender que o crime compensa...

sexta-feira, junho 06, 2008

Parasitas

Para acabar com as carraças, dar banho ao cão não chega. É preciso arrancá-las do aconchego em que se aninham e fazê-las expelir o sangue que as engordou.
Só depois os cães voltam a ser como nós.

quinta-feira, junho 05, 2008

Il faut épater les bourgeois

O Comité de Controlo e Disciplina considerou que as infracções relacionadas com o julgamento do caso em Portugal correspondem a "uma actividade com o objectivo de combinar ou influenciar o resultado de um jogo", como estipula o Artigo 1.04 (d) do regulamento da UEFA Champions League, e que, portanto, o FC Porto não reúne as condições exigidas neste ponto.”
(Comunicado da UEFA).

quarta-feira, junho 04, 2008

Crimes tolerados, mas... intoleráveis!

Crime 1
As histórias repetiam-se, horripilantes, mas a vergonha acabou por incomodar os gabinetes ministeriais: As praxes académicas já não são (alguma vez foram?) brincadeiras inofensivas. São práticas seviciais cujos autores e cúmplices têm de ser perseguidos e punidos pela justiça.
Já era tempo.

Crime 2
Uma dezena de cavalos de raça Garrana foi abatida a tiro de caçadeira com zagalote (munição mortífera utilizada para capturar caça grossa), entre anteontem e ontem, nos concelhos de Paredes de Coura e de Arcos de Valdevez, em plena Paisagem Protegida de Corno de Bico.” (Jornal de Notícias)

O Garrano é uma raça equídea portuguesa que vive em estado selvagem nas serras do Soajo, Peneda e Gerês. Sobreviveu aos lobos, mas não resistirá aos zagalotes…

terça-feira, junho 03, 2008

"O Povo Agradece"

Como a discussão sobre TGV vai recomeçar, e não me quero repetir, transcrevo o texto que publiquei em 13 de Julho de 2005:

A minha terra fica a mais de 400 quilómetros de Lisboa. Ainda há poucos anos, quando planeava ir lá, levantava-me cedo e preparava-me para uma viagem cansativa. Se lá queria estar às 2:00 da tarde, tinha de sair de Lisboa antes das 6:00 da manhã. A média rondava os 50 quilómetros por hora, por estradas sinuosas que atravessavam aldeias e vilas, torneando as montanhas sem passar pela vertigem dos viadutos.
Hoje, se sair às 9:30 e não tiver acidentes, chego à mesma hora. Poupo mais de três horas e, apesar de mais velho, não me sinto cansado quando lá chego. A A23 – a tal SCUT – é a responsável por este milagre.
Nas obras públicas, o importante é a estratégia. No curto prazo, nem sempre o retorno do investimento está garantido, mas a melhoria das condições de vida dos cidadãos é um factor de desenvolvimento civilizacional a que nem sempre é atribuído o devido valor. Talvez seja por não ser contabilizável, nem visível em gráficos ou expresso nas estatísticas. Porém, a satisfação dos cidadãos é um elemento essencial para a motivação e o ganho da confiança de que precisamos.
O país anda acabrunhado e não avança com a discussão do défice até às milésimas, nem com os “cortes drásticos” na despesa que afecta os rendimentos dos outros.
Que se poupe na despesa, mas é com obras e trabalho que o país levanta a cabeça.
Ainda me lembro dos velhos do Restelo que também nos visitaram quando da construção da Ponte Vasco da Gama e da Expo-98. A ponte todos os dias lhes prova que não tinham razão e o Parque das Nações, construído sobre as lixeiras que eram um ex-libris terceiro-mundista da capital, é uma das áreas mais visitadas por turistas e residentes.
Não se espere que a Portela rebente pelas costuras. Construa-se o novo aeroporto, o TGV, e não descansem enquanto a auto-estrada não chegar a Bragança.
O povo agradece.

Lei do Mar

O peixe miúdo esconde os tubarões.