A FORMA E O CONTEÚDO
O sonho e as palavras
sexta-feira, janeiro 31, 2014
quinta-feira, janeiro 30, 2014
O anormal
Com a mesma desfaçatez com que inventou um referendo estapafúrdio que irá custar uma pipa de massa aos contribuintes - se o Tribunal Constitucional
não o chumbar, que Cavaco não é de fiar - este jotita veio agora acrescentar
mais uma alarvidade ao seu currículo: “todos os direitos das pessoas podem ser referendados”, disse, sem se rir, numa televisão.
Tamanha imbecilidade só podia ter
saído do mesmo viveiro onde floriu a imbecilidade que nos governa...
quarta-feira, janeiro 29, 2014
Podia ter sido o Pateta...
Foi o coelho orelhudo, em coligação com o grilo falante.
Qualquer boneco servia...
terça-feira, janeiro 28, 2014
sábado, janeiro 25, 2014
O partido do chefe
Quando o PSD está na oposição, os líderes são como borboletas: Duram algumas semanas. Porém, quando o partido chega ao governo, o lider transforma-se em chefe e passa a ser vitalício.
É o que está acontecer com Pedro Passos Coelho, o candidato único que vai hoje a votos para ser reeleito líder do PSD.
Diferente é a perspectiva dos candidatos do PSD para as presidenciais. Marcelo, Santana Lopes, Rui Rio, Durão Barroso... Quem será o feliz contemplado?
O "chefe" e que vai dizer...
Silêncios de morte
"..há que extirpar as imbecis praxes de um lugar, a universidade, feito para cultivar a inteligência. Que me desculpe o direito à tanga da "amnésia seletiva" que o "dux" pode ter, mas o tempo, agora, não é de silêncio. Nenhum código de seita vale seis mortos."
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 23, 2014
quarta-feira, janeiro 22, 2014
A mosca no mel
Parece que o perfil traçado por Pedro Passos Coelho para o candidato presidencial a apoiar pelo PSD corresponde a um Cavaco de segunda. Como qualquer ditador, Cavaco nunca reconheceu a nenhum dos seus seguidores capacidade para o substituir. Teriam de nascer duas vezes...
Nem os mais capazes, alguns a contas com a justiça, tiveram esse reconhecimento, apesar dos "servicinhos" prestados enquanto afundavam o BPN.
Tal perfil frustrou as expectativas de Marcelo Rebelo de Sousa, que passou os últimos três anos a desculpar os erros e abusos perpetrados pelo governo deste primeiro-ministro, na esperança (legítima,aliás) de ser escolhido como candidato presidencial do seu partido.
Mas cometeu um erro muito grave: Embora não tenha poupado na água benta para benzer todas as diatribes do governo de Passos, nunca disfarçou o paternalismo e sobranceria com que o fazia, o que para o incompetente e complexado líder do seu partido é um vexame imperdoável.
Marcelo foi vítima da própria estratégia: De tanto adoçar o veneno expelido por Passos Coelho e o seu governo sobre os portugueses, acabou por se esquecer que era veneno. Quando se apercebeu, já o tinha engolido...
Estrangeirados
No ranking do desprezo por jogadores do próprio país, "os dragões são segundos, atrás do Inter de Milão, e as águias oitavas com a mesma percentagem da Fiorentina e logo a seguir ao Chelsea."
terça-feira, janeiro 21, 2014
Universidades de risco
A revelação de que a morte dos estudantes na Praia do Meco está relacionada com uma "praxe de risco" deveria estarrecer o país.
Ano após ano, sucedem-se as vítimas de praxes aberrantes sem que as universidades tomem medidas sérias para acabar com tanta estupidez criminosa.
Não há muitos anos, o uso da capa e batina só era comum em Coimbra. Em Lisboa, nem se dava pelas praxes.
Com a proliferação de universidades pouco exigentes, com notas de admissão irrisórias e cursos tirados sabe Deus como, a ignorância dos universitários ganhou foros de piada nacional.
Mas se a educação deixava muito a desejar, o que não faltava nessas escolas eram praxes. De norte a Sul, a praxe vulgarizou-se na relação inversa da exigência do ensino.
O resultado envergonha-nos a todos.
segunda-feira, janeiro 20, 2014
Cavaco e os cavaquinhos
O Presidente da República fez orelhas moucas aos apelos para que fosse pedida fiscalização preventiva ao orçamento para 2014. Como em anos anteriores, vão chover pedidos de fiscalização sucessiva vindos de vários quadrantes e lá para Março ou Abril se verá se, mais uma vez, Cavaco fez vista grossa às violações da constituição em que o governo de Passos e Portas é useiro e vezeiro, com a benção do inquilino de Belém.
De modo diferente actuou o representante do presidente da república nos Açores, o qual, sabendo das embirrações de Cavaco com os socialistas que governam aquela região autónoma, quis dar graxa ao "chefe" e mandou o orçamento dos Açores preventivamente para o Tribunal Constitucional.
Porém, ao contrário do que tem acontecido com os orçamentos de Passos Coelho e Portas, que ainda não conseguiram apresentar um único que respeite a Constituição da República, o Tribunal Constitucional não encontrou qualquer inconstitucionalidade no orçamento dos Açores.
domingo, janeiro 19, 2014
quinta-feira, janeiro 16, 2014
quarta-feira, janeiro 15, 2014
A revolta dos leitões (1)
Os militantes do CDS e do PSD agora já sabem: se forem à Mealhada escondam o cartão de militante, para não ficarem tostadinhos.
terça-feira, janeiro 14, 2014
Sozinhos ou em bando
O CDS/PP está hesitante: Não sabe se deve apresentar-se sozinho nas legislativas, ou vai encostado à muleta do PSD.
Sem as alianças com o PSD, o CDS é um partido virtual. As suas "diferenças" com o PSD são disputas de beatas da mesma igreja. O CDS tenta parecer a beata simpática, como as actrizes que parecem bonitas, mas, vistas de perto, se transformam em vampiros.
Os vampiros tanto voam sozinhos, como em bando, depende da carnificina.
segunda-feira, janeiro 13, 2014
O menino de ouro
Apesar das palhaçadas de Blatter e da raiva de Platini...
" In Ronaldo's mind the Ballon d'Or is not his crowning glory. It is the start of the defining phase of his career." (Guardian)
domingo, janeiro 12, 2014
Caprichoso irrevogável
"Portas tenta apagar imagem de caprichoso e apresenta 2014 como ano da viragem" (título do Público)
Conversa para crentes...
sábado, janeiro 11, 2014
Recalibrar as escutas
As escutas telefónicas parecem ser o meio privilegiado da investigação criminal em Portugal. Os mais críticos dizem que é mesmo o único...
Não quero chegar tão longe, mas, infelizmente, falar de escutas é falar da violação de segredo de justiça. De facto, embora na grande maioria dos processos não haja violação de segredo de justiça, nos processos que mediaticamente interessam as escutas aparecem transcritas nos jornais meses a fio, perante a passividade da justiça. Pelo menos tem sido assim nos tempos recentes.
Para acabar com o regabofe, a procuradora-geral da república encomendou uma auditoria.
Segundo o que veio a público, a auditoria recomenda que se recalibrem as escutas, de forma a abranger jornalistas, magistrados, juízes, advogados etc..
Talvez os periquitos se safem...
sexta-feira, janeiro 10, 2014
quarta-feira, janeiro 08, 2014
O meu campeonato do mundo de 1966
Passei os meses de Junho e Julho em operações na mata dos Dembos, principal maquis do MPLA no norte de Angola.
Durante esse período, em Inglaterra, realizou-se o campeonato do mundo de futebol, cujos relatos ouvíamos nos rádios de campanha. Tenho especial memória do jogo de Portugal com o Brasil. Numa pequena elevação sobranceira ao nosso acampamento, assentara arraiais um pelotão de artilharia que festejou os golos de Portugal com salvas de obus 14, uma peça igual à que a Escola Prática de Artilharia montou no Cristo Rei para pôr em sentido uma fragata da marinha, que ainda "não sabia" que era 25 de Abril...
Regressando ao campeonato do mundo, agora fala-se muito do jogo com a Coreia do Norte, esse portento do futebol que na fase de grupos perdera 3-0 com a União Soviética, empatou com o Chile (1- 1) e, não se sabe como, ganhou (1-0) à Itália.
Acho que ainda ouvi os primeira golos coreanos, mas não quis ouvir o terceiro: Para sofrimento, bastavam-me as três horas que, na véspera, tive de aguentar sob fogo cerrado numa emboscada.
Claro que gostava que Portugal tivesse ganho o campeonato. Porém, se pudesse escolher, preferia que a guerra acabasse.
Nota: Já ouvi muitas "explicações" sobre o veto de Salazar à transferência de Eusébio para o estrangeiro, mas ainda ninguém disse o óbvio.
terça-feira, janeiro 07, 2014
domingo, janeiro 05, 2014
Eusébio (1942 - 2014)
Vi-o há oito dias, no restaurante a que chamava seu. Lá estava numa mesa discreta, acompanhado de um desconhecido. Alguns comensais, sobretudo jovens, pediam-lhe autógrafos antes de saírem. Outros quiseram mesmo fotografar-se com o ídolo.
Visivelmente alquebrado, a todos atendeu, com o mesmo sorrido de criança que nunca cresceu.
Descansa em paz, Eusébio!
sábado, janeiro 04, 2014
Consensos à Cavaco
Descontando o que já todos sabemos sobre Cavaco – a sua incapacidade para compreender a democracia; o seu desapego aos genuínos valores democráticos; a sua vulgaridade intelectual – o que dele resta como Presidente da República é a defesa incondicional do Governo em funções e as manobras de propaganda eleitoral, próprias de quem já não se considera capaz de terminar o mandato presidencial com um governo em exercício de funções partidariamente diferente do actual.
Com o apelo ao consenso tão veemente quanto cínico o que Cavaco realmente pretende é colocar o PS em dificuldades e retirar-lhe margem de manobra eleitoral. Cavaco sabe perfeitamente que a direita do PS, muito próxima do CDS no plano das “respostas económicas” para a crise, é favorável a um entendimento com a direita que governa, facto de que não faz qualquer segredo tanto nas intervenções televisivas dos seus principais representantes como nos diversos artigos de opinião publicados nos jornais. Mas sabe também que uma parte significativa do PS, seja por ajuste de contas seja por razões ideológicas, de forma alguma aceitará qualquer entendimento proposto por Cavaco, hostilizando à partida quem no PS se incline no sentido da sua aceitação ou sequer da sua análise como projecto de trabalho.
E Cavaco sabe ainda, porque essas manobras políticas ele conhece-as todas, que o um eventual conflito interno no PS o enfraquece eleitoralmente, assim como sabe que a coligação no poder, nomeadamente o PSD de Passos Coelho, não deixará eleitoralmente de brandir junto do eleitorado do centro a “permanente indisponibilidade do PS para ajudar Portugal a sair da crise com acordos duradoiros”.i
Enfim, Cavaco ataca pelos dois lados, já que o que lhe interessa é manter o seu bando no poder para poder concluir com êxito a obra a que a meteu mãos. Os portugueses podem esperar, principalmente agora que a economia – este sujeito aparentemente indeterminado – dá sinais ténues de recuperação. "Ténue recuperação", na sequência de um processo de ajustamento, significa que o desequilíbrio causado por este nas relações económicas, políticas e sociais entre o capital e o trabalho está em vias de se consolidar e de criar uma nova e durável correlação de forças na sociedade portuguesa.
Na verdade, o “ajustamento” agrava e consolida as desigualdades, criando as condições para que no domínio das relações laborais a fragilidade do emprego tenda a remeter os trabalhadores para níveis gradualmente mais baixos de remuneração com o aumento correspondente da taxa de lucro. Esta a economia que Cavaco quer consolidar com o seu “consenso”!"
sexta-feira, janeiro 03, 2014
Recalibrar
Este governo quer recalibrar tudo. Como não consegue "recalibrar" a constituição, vai recalibrando o que pode. Agora chegou a vez da "contribuição extraordinária de solidariedade".
Quem parece ter problemas de calibre - e de pontaria - é o governo, que não acerta uma.
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Porque será?
"Sobretudo nos últimos dois anos", dizem os investigadores. Porque será?
Será pelo cara de pau que ontem falou ao país, tentando justificar mais um orçamento destrutivo do seu governo?
Será porque Passos Coelho os enganou, prometendo aos portugueses fazer exactamente o contrário do que tem feito?
Será porque o CDS de Paulo Portas se proclamava partido dos contribuintes antes de ir para o governo e, depois de lá estar, consentiu o maior de aumento de impostos de que há memória?
Depois disto, se as pessoas ainda tivessem vontade de rir, não havia manicômios que chegassem...
Mensagem de Ano Novo
NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fatuo encerra.
Ninguem sabe que coisa quere.
Ninguem conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ancia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa