Aníbal Cavaco Silva é Presidente da República há oito anos,
mas só nos últimos oito meses – quando foi de férias para as Selvagens - descobriu
as vantagens do consenso entre os partidos que subscreveram o memorando da
Troika.
Convém lembrar que o memorando foi subscrito em Maio de 2011,
na sequência da rejeição do PEC IV por parte do PSD, CDS, BE e PCP, com o apoio
e a inspiração do presidente da república o qual, desde que foi desmascarado pelo
seu envolvimento na marosca das escutas de Belém, pautou todas as intervenções por
um ataque continuado ao governo minoritário do Partido Socialista.
Então ninguém o ouvia falar da necessidade de consensos,
sendo que os argumentos que agora invoca são tão válidos hoje como nessa altura.
Mas o governo de então não lhe convinha.
Cavaco precisava de um governo que não se importasse de empobrecer
o povo para encher os cofres do Banco de Portugal e poder ir ao mercado. É disto que os nossos "financeiros" gostam. Foi esta a lição de Salazar, que Cavaco tão bem aprendeu
ao passar pela Rua do Quelhas onde, por sua vez, teve oportunidade de a ensinar.
E no entanto, três anos passados, embora não o admita, Cavaco está a
chegar à conclusão que o país empobreceu para nada: A dívida aumentou
exponencialmente e o deficit diminuiu uma ridicularia desproporcional aos sacrifícios
exigidos aos portugueses.
É por isso que “de Adriano Moreira,
Freitas do Amaral a Bagão Félix. Passando por Manuela Ferreira Leite e António
Capucho. Continuando com Ferro Rodrigues, Manuela Arcanjo e João Cravinho. Até
chegar a Carvalho da Silva ou a Francisco Louçã. São políticos, alguns ex-ministros,
mas também há empresários, patrões, sindicalistas, académicos e
constitucionalistas que defendem a chamada “reestruturação responsável da
dívida”, condição sem a qual, dizem, continuará a imperar a política da
austeridade pela austeridade e, sem a qual não será possível o crescimento e o
emprego.” (Público)
Se toda a gente já percebeu os malefícios desta politica,, porque será que os fundamentalistas
que o ocupam Belém e São Bento andam a pedir consensos para continuarem a
destruir o país?
Com gente desta não pode haver consensos.