O país estava desejoso de ver Cavaco Silva pelas costas, mas não era preciso exagerar: a posse do novo presidente da República foi mais um show hollywoodesco que uma cerimónia de estado.
O eudeusamento de Marcelo Rebelo de Sousa feito pela órgãos de comunicação social foi incentivado pelo próprio com um discurso sebastianico e nacionalista, em que só faltou a padeira de Aljubarrota.
Repórteres e comentadores babaram-se a elogiar o homem, o professor, o jornalista, o comentador. Um génio, mas tão humilde que até entrou a pé no palácio de Belém!
Espera-se que Marcelo Rebelo de Sousa se distâncie da desastrosa presidência do seu antecessor, mas sobre o unanimismo dos elogios apetece recordar os versos de uma canção de António Zambujo:
"O pai tem a mãe também
Que é tão tão,
Sempre a preceito,
Cá para mim, no meu conceito,
Se é tão tão e tem tem tem,
Tem que ter algum defeito."