O caminho estava minado de sound bites (em português, conversa da treta), mas o Primeiro-ministro escolheu outro caminho, confrontando os adversários de hoje e de ontem com as próprias contradições.
Sobre o Presidente da Republica, embora a insistência no tema o obrigasse a repetir-se inúmeras vezes, disse apenas que não acredita que Cavaco Silva se deixe instrumentalizar pela oposição. Por outras palavras, quem não quer ser lobo não lhe veste a pele…
Relativamente aos investimentos públicos explicou como a auto-estrada rosa é, afinal, laranja e aconselhou jornalistas e tutti quanti a consultar os estudos dos custos e beneficios disponíveis na internet, mas foi lembrando que para alguns governos de outrora isso eram minudências. À bon entendeur...
Quanto à crise, recordou que o importante é apoiar as empresas e ajudar os mais pobres. Apostar na desgraça nunca foi solução, por muito que doa à algazarra que por aí vai.
Sobre o Freeport disse aquilo que toda a gente já sabe, mas o jornalismo de investigação tarda em descobrir: na génese do processo houve motivações politicas para favorecer o PSD e o CDS.
Chamar os bois pelos nomes, é como os portugueses gostam de saber a verdade.