Expulsão é uma palavra que me provoca pesadelos.
Expulso da aula, expulso da catequese, expulso da igreja, expulso do partido, expulso, expulso, expulso...
Pessoalmente, nunca fui expulso de lado nenhum, mas não vale a pena dourar a pílula: a expulsão é um acto de animosidade e quando acontece entre países a paz fica em risco.
Expulsar os representantes de um país não é uma decisão amistosa. O acumular de decisões inamistosas gera inimizade.
Embora pertença inequivocamente ao bloco ocidental atlântico, pelas históricas ligações com África, América Latina e extremo oriente, Portugal tem grangeado prestígio nas instituições internacionais, tendo inclusivamente obtido apoios de países de outros blocos, como se verificou na eleição do português António Guterres para Secretário Geral da ONU.
Expulsar diplomatas russos, malbaratando um activo diplomático laboriosamente conseguido, por seguidismo de personalidades como Teresa May ou Donald Trump - ambos orientados pelo slogan my country first -, pode não ser a decisão mais sensata.
No mundo dos espiões, o muro pode ter mudado de sítio mas continua de pé e a guerra fria também. Porém, este mundo não é o nosso...