Parece que nas próximas eleições autárquicas vai aumentar o número de candidatos independentes às câmaras municipais. Daí não viria mal ao mundo.
Porém, quando o "independentismo" dos candidatos aparece aliado ao populismo anti-partidos, o caso muda de figura. Ninguém é obrigado a filiar-se em partidos nem esse facto é impeditivo de intervir politicamente.
No entanto, a experiência demonstra que sem partidos não há democracia nem liberdade, pelo que, quando se atacam e se tentam afastar os partidos, ataca-se a democracia.
Quem não entende isso, ou é ingénuo, ou é perverso.
A candidatura de Rui Moreira à câmara municipal do Porto parece imbatível, mas se ganhar com base na propaganda anti-partidos, perde a democracia e perde o Porto.
Sendo uma cidade de tradição oligárquica, o surgimento de personalidades que lideram sem concorrência diferentes sectores da sociedade portuense é bastante comum.
Porém, quando isso acontece na área política, as cedências ao populismo são inevitáveis.
Quem andou a vangloriar-se de que em Portugal felizmente não havia os movimentos populistas que proliferam noutros países europeus falou antes do tempo.