Conheço uma boa parte de Angola: Nasceu-me lá uma filha e, ao todo, vivi lá sete anos, incliindo 27 meses como militar do exército português.
Trabalhei em Luanda, percorri o norte e uma boa parte do leste, e até fiz uma viagem de comboio entre Nova Lisboa (actual Huambo) e Teixeira de Sousa (actual Luau).
Além do petróleo - mesmo em Luanda vêem-se poços em exploração-, há minas de ferro no sul e tropeça-se em diamantes nas ribeiras do nordeste.
A terra dá tudo e, em alguns casos, com colheitas duas vezes ao ano. Já foi o terceiro maior produtor mundial de café e só não continua a ser por falta de iniciativa e organização.
Por isso é que me escandaliza o facto divulgado pela Amnistia Internacional, referindo que há populações a morrer à fome no sul de Angola.
Os ricos de Angola ombreiam com os mais ricos de qualquer país, e isso não seria mau se a riqueza fosse mais distribuida, em vez de ser usurpada pelas elites políticas e militares.
Por isso me escandaliza que haja gente a morrer à fome e estranha-se que os governantes não se envergonhem nem nada façam.