Ainda que a sua boa fé mereça o beneficio da dúvida, por mais que António Costa jure que quer fazer da Portela um pulmão, as crónicas dificuldades financeiras do município não vão resistir às propostas do lobby imobiliário, que tem planos menos oxigenados para aquele espaço.
Também por isso, depois da crispação da Ota, o Governo não pode cair na tentação de ignorar a hipótese “Portela + 1” para resolver as insuficiências do Aeroporto de Lisboa.
Com a probabilidade de se construir um aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, área que não colide com as rotas de aproximação ao Aeroporto da Portela, são cada vez mais as vozes que defendem a manutenção deste aeroporto, complementada com a construção de uma plataforma aeroportuária em Alcochete que seria progressivamente aumentada, podendo, a prazo, transformar-se no principal aeroporto da região de Lisboa.
Até agora, a única razão, nunca demonstrada com números, para acabar com o Aeroporto da Portela era a da insustentabilidade de dois aeroportos por falta de passageiros. Logo, acabava-se com a Portela.
Porém, acabar com o único aeroporto português que dá lucro, sem que para tanto tenham sido feito estudos que inequivocamente a tal aconselhem, não parece ser uma solução muito sensata para quem diz preocupar-se com as questões económicas.
Ao invés, a sua manutenção, complementada com a construção faseada e progressiva de um aeroporto em Alcochete, parece uma solução muito mais sensata e razoável.
A inclusão da hipótese “Portela +1” nos estudos a desenvolver pelo LNEC, talvez seja o “pulmão” que de que o governo precisa para ganhar fôlego e recuperar o comando dum processo que o relatório da CIP pôs nas mãos do Presidente da Republica.