A culpa dos outros

Há poucos dias, Artur Morais, guarda-redes do Benfica, foi o herói da supertaça ao defender os penaltis no jogo que terminou empatado frente ao Rio Ave.

Hoje, foi infeliz no golo do Sporting, e é unanimemente responsabilizado pelo empate do Benfica. Não houve uma palavra sobre o desmantelamento da equipa que ganhou o último campeonato...

A surpresa do Chico esperto

A solução de separar o bem e o mal no universo do Banco Espírito Santo, pareceu deixar toda a gente feliz, excepto os accionistas "distraídos" que ao contrário dos tubarões, como a Goldman Sachs, não aproveitaram a "janela de oportunidade" que mediou entre a decisão do governo e do banco de Portugal e a suspensão das acções em bolsa, para se livrarem delas.

Porém, bastou o anúncio da venda (ao desbarato?) da companhia de Seguros Tranquilidade para o "monstro do mal" mostrar as garras.

Dar o "lombo" ao banco bom e atirar os ossos ao banco mau foi mais uma decisão tacanha do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que há muitos meses sabia da ribaldaria que grassava no grupo, mas garantiu a pés juntos a solidez do BES, até já não ser possível ocultar o descalabro...

O impostor

"Nunca pagámos tantos impostos com neste ano" (título do Expresso)

Para quem foi eleito com a promessa de que bastava cortar nas "gorduras do estado" para reduzir o deficit, Passos revelou-se o maior impostor que passou pelo poder.

O mais grave é que nada garante que os eleitores tenham "aprendido a lição", ao contrário do que afirmou Cavaco Silva...

Cabra-cega

A coligação PSD/CDS anda a jogar à cabra-cega com o orçamento rectificativo.

Não se iludam! Qem leva as cornadas são sempre os mesmos...

Jogar pelo Seguro

“Quotas pagas a militantes já falecidos, socialistas surpreendidos por receberem recibos de pagamentos que não efectuaram. Sem que se saiba ainda quem foi que pagou, e para quê. O passado sugere que o caciquismo voltou a vir à tona na cidade dos bispos.”

Na cidade dos arcebispos (não dos bispos) os caciques costumam ser cónegos. Mas os caciques do PS não precisam de estar no cabido para fazer milagres...

"Normal" é a Coca Cola...

Maria José Gonçalves, candidata  pela facção de Seguro à distrital do PS de Braga , diz ser "normal" que os herdeiros paguem as quotas de militantes falecidos.

 Seria uma forma de homenagear os defuntos ...

O importante é  separar a politica dos negócios, diz  Seguro...

Misturar os mortos com os vivos não faz mal...  Já o Salazar fazia.

Amigalhaços

"Família BES grande financiadora de campanha de Cavaco em 2006"

BES, BPN, isto anda tudo ligado. 

"Vocês sabem do que eu estou a falar..."

A caça às bruxas não acabou

"José Saramago, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, Vergílio Ferreira são alguns dos escritores censurados na lista de livros da Opus Dei"

"Só José Saramago tem 12 livros censurados. “Caim”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “O Manual de Pintura e Caligrafia” e “O Memorial do Convento” são considerados os mais perigosos."

Da vontade de rir, mas isto é muito sério.

O Papa Francisco tem muito que varrer...

Qual reforma?

A mensagem de Passos Coelho no Pontal além de cínica é uma máscara para disfarçar a perseguição que tem movido aos pensionistas desde que chegou ao poder.

Praticamente a acabar a legislatura, o primeiro-ministro, que nada mais fez do que cortar salários e pensões e aumentar o desemprego, ainda tem a lata de afirmar: "Não farei mais propostas para reformar a segurança social até 2015"

Como se os “cortes cegos” – expressão usada pelo presidente do Tribunal Constitucional, que deixou José Manuel Fernandes à beira de um ataque de nervos - fossem reformas...

Reincidentes

A direita já soltou os mabecos contra o Tribunal Constitucional.

Ratos no convés

Assustados com a vaga de fundo que ameaça submergir a “milagrosa” solução encontrada por Carlos Costa para o BES, os partidos que suportam o governo, PSD e CDS, começam a pôr o rabinho de fora.

Nuno Melo foi o primeiro a puxar da navalha  e Carlos Costa já lhe sente o fio...

. 

Vaga de fundo

A “milagrosa” solução encontrada para o BES, por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, está a gerar uma “vaga de fundo” de contestação que ninguém consegue prever como irá acabar.

Publicitada como “sem custos para os contribuintes” - a Ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque perdeu as estribeiras com os deputados que questionaram essa garantia – a solução encontrada está a ser catalogada de um confisco do Banco de Portugal, cuja legitimidade para tal começa a ser posta em causa.

Em marcha está já uma petição a exigir a anulação do último aumento de capital do BES e que o próximo orçamento contemple verbas para indemnizar os pequenos acionistas…

E entretanto, aqui ao lado, em Espanha, uma associação de acionistas do BES que “ao todo, terão investimentos entre 10 e 15 milhões de euros”, está aberta a acionistas de outra nacionalidades, esperando “ganhar musculo” para intentar ações judiciais.  

Surpresas nos próximos capítulos?…

"Um político assume-se"

Enquanto António José Seguro, qual Maria da Fonte ultramontana, apela ao povo das aldeias para que invista contra os moinhos vento que só ele vê nas colinas de Lisboa, António Costa separa as águas e desafia os outros partidos de esquerda  a assumirem as suas responsabilidades no combate às políticas de direita. 

Tosco, ma non troppo

A ameaça de Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, de o governo se demitir caso o Tribunal Constitucional chumbe os diplomas dos cortes, foi interpretada como sendo uma pressão, “tosca”, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o tribunal. Pela voz de Seguro, o PS acompanhou a interpretação, sem a “tosca”.

O melífluo líder parlamentar do PSD pode parecer tosco, mas o seu objetivo é bem mais sofisticado do que estas interpretações.

Face às últimas sondagens, tal como Luís Montenegro haverá mais gente no PSD ansiosa por antecipar as eleições legislativas, aproveitando o momento de desnorte do PS, causado pela obstinação de Seguro em impor eleições para primeiro-ministro, uma ideia super tosca de boicotar a eleição de um Secretario-Geral..

Bancos maus

Começa a evaporar-se a nuvem de mentiras e meias verdades que tem encoberto a verdadeira história que conduziu ao resgate do BES.

Às dúvidas sobre a qualidade e oportunidade da actuação do Banco de Portugal, junta-se a intempestiva intervenção do BCE, também ele apanhado com as calçada mão neste processo.

Para que serviram os testes de stress feitos pelo BCE e a Troika aos bancos portugueses?

Haraquíri socialista

PS continua em queda e tem PSD a 2%.

Para impedir a eleição de um novo Secretário-geral, António José Seguro inventou as primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro pelo PS.

Esta estratégia foi um autêntico tiro sobre o próprio partido, pois as dúvidas manifestadas pelo eleitorado nas eleições de Maio irão aumentar até que o PS clarifique (altere) a sua liderança, e nada garante que seja em Setembro.

Não inporta que os candidatos, Costa e Seguro, se acusem mutuamente pelo descalabro das sondagens. Quem chefia o partido é Seguro. Se não sente condições para o fazer subir nas sondagens deve pôr o lugar à disposição do partido.  

Cronologia de um crime

Quinta-feira, 31 de Julho de 2014

- Durante a manhã, o Governo aprova uma lei para permitir a solução que foi aplicada ao BES (BES bom e BES mau).

Alguém deixou escapar esta informação (privilegiada) e a derrocada das ações do BES começa de imediato.

Sexta-feira, 1 de Agosto de 2014

- A derrocada das ações do BES continua até à sua suspensão pelas 15:42.

Sábado, 2 de Agosto de 2014

- Marques Mendes anuncia na televisão, ao pormenor, a solução que vai ser adotada para o BES (BES bom e BES mau)

Domingo, 3 de Agosto de 2014, 22:45

- Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, confirma o anunciado por Marques Mendes na véspera.

Quinta-feira, 7 de Agosto de 2014

- Carlos Costa diz na comissão da Assembleia da República que só tomou a decisão na sexta-feira, após o fecho do mercado... 

Sexta-feira, 8 de Agosto de 2014

"A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) reiterou nesta sexta-feira que suspendeu as acções do BES depois das 15h de sexta-feira passada porque só nessa altura teve conhecimento de "iminentes desenvolvimentos", garantindo desconhecer outras decisões que "tudo indica" influenciaram os preços dos títulos."

"...garante ainda que "em momento anterior não foi informada sobre outras decisões tomadas relativas ao BES e que, tudo indica, influenciaram a formação dos preços".

Concluindo: O Banco de Portugal e a Ministra das Finanças cozinharam a solução para o BES e não informaram a CMVM. 

Não se sabe quem  foi a garganta funda que soprou esta dica para o mercado, mas resulta claro que, ao permitirem a negociação de ações do BES durante dois dias, após de terem aprovado a lei para dividir o banco, o Governo e o banco de Portugal tornaram-se responsáveis pelo trambolhão bolsista que precipitou a insolvência do BES.

"Saímo-nos bem"

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, reconheceu ontem na Assembleia da República que na semana passada o sistema financeiro português esteve em grande risco.

"O BES esteve no fio da navalha [prestes a falir], mas saímo-nos bem. Na sexta-feira estivemos [o sector] em cima do risco sistémico”"

Carlos Costa, que  ainda há dias garantia a solidez do banco e só actuou após o Banco Central Europeu ter fechado a torneira do crédito ao BES, foi ao parlamento justificar-se, tentando minimizar os danos provocados pela  tardia actuação do Banco de Portugal.

Basicamente, confessa que não sabia de nada, como se a ignorância do regulador sobre o que se passa no sector que é suposto regular fosse atenuante. Não é.

Se não sabia, devia saber e há provas de que há mais de um ano sabia com quem estava a lidar: O BES era presidido por um cidadão reincidente em tentar fugir ao fisco com milhões de euros. Veio nos jornais. 

Carlos Costa não o podia ignorar, como ignorou, deixando-o continuar a afundar o banco, ameaçando a estabilidade de todo o sistema financeiro, como tardiamente reconhece.

"Saimo-nos bem", garante ele, mas já sabemos  o que valem as suas garantias.

Perguntem aos pequenos accionistas do BES...

Ilusões e realidades

O "fenômeno" Espírito Santo pôs a nu algumas maleitas de que padece a nossa democracia. De uma sociedade controlada de antes do 25 de Abril, em que o vizinho desconfiava do vizinho, evoluímos para uma sociedade acrítica, permanentemente manipulada pelos poderes que controlam a comunicação social.

À sociedade alienada pelo obscurantismo da ditadura, sucedeu uma sociedade alienada pela mediatizacao do populismo, elevado a categoria cultural por uma conjuntura de não exigência, que a incultura herdada do fascismo abraçou, transformando a tradicional timidez rural na boçalidade arrogante que faz do tuga do século XXI o exemplo acabado da alienação mediática.

A surpresa com que a sociedade reagiu ao colapso do Grupo Espírito Santo é a surpresa de uma sociedade manipulada pelos média, que ao longo dos anos incensaram os que agora exibem como criminosos.

As férias na neve ou no mar, disfarçadas de actualizações à gestão empresarial, que o BES oferecia aos jornalistas, tinham de ter retorno, e tiveram, manipulando os leitores para os interesses de quem pagava...

Uma comunicação social que se limita a veicular as opiniões dos poderosos, é venal e prejudica a democracia.

O vírus Santana

A dupla Santana Lopes - Carmona Rodrigues deixou em pantanas a Câmara Municipal de Lisboa.

Nem os milhões da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa resistem ao vírus Santana...

Sabujices

"…já o Boeing ia a caminho das Torres Gémeas e ele [José Sócrates], no cumprimento de um guião qualquer, sentou-se ao comando, acelerou quanto pôde e, connosco lá dentro, enfiou-se contra as Torres Gémeas".

“A responsabilidade maior é do mentor, não é do executante, e o mentor (Victor Constâncio) estava no Banco de Portugal", prosseguiu Daniel Bessa fazendo rir a assistência.” (Público, 11.07.2014)

Entre a assistência que apreciou o frete de Daniel Bessa a Carlos Costa e não conteve a risota , estava o próprio governador do banco de Portugal, um exímio “piloto” que acaba de se estatelar contra o Banco Espírito Santo…   

P.S.: Reparem na data: Enquanto Carlos Costa se divertia com o humor burgesso do Bessa, alguém no Banco Espírito Santo estava a transferir os milhares de milhões de que ele se queixou  na comunicação de domingo, dizendo-se enganado... 

Simpatia e Distrações

A comunicação do governador do Banco de Portugal, anunciando a partilha do BES em bom e mau, teve o seu momento patético quando Carlos Costa se mostrou melindrado por constatar que, mesmo após a destituição do presidente executivo, o BES fez operações que agravaram ainda mais o racio de sustentabilidade do banco.

Carlos Costa teve um gesto simpático com Ricardo Salgado ao dar-lhe duas semanas para arrumar os papéis, mas agora queixa-se do resultado.

Aos reguladores não se pede que sejam simpáticos. Exige-se que façam cumprir os regulamentos, e que não se distraiam do essencial.

Pelos vistos, a PT também se aproveitou das distrações...

A actuação do governador do banco de Portugal - a garantir até ao limite que o BES  estava cheio de almofadas  e os investidores faziam bicha para entrar no capital - só tem paralelo na intervenção do ministro da informação de Saddam Hussein a cantar vitória com o exército americano às portas de Bagdade...

Haja fé

Hoje, a meio da manhã, saí de casa e lá estava, resplandecente de verde, no mesmo sítio, o banco, que adormeceu mau e acordou bom, graças ao arcanjo Gabriel disfarçado de Carlos Costa que fez um milagre de 4.900.000.000,00 de euros.

Por fora,o banco parecia o mesmo, mas dizem que lá dentro já não havia lixo, só activos bons. Não seria de estranhar, que o camião passa às quatro e meia da manhã, rigorosamente cronometrado pela minha insónia.

Ativos bons também não vi e ainda bem, que os ativos metem os pés pelas mãos, e raramente são bons.

Enfim, tudo normal. Quando o arcanjo perguntar pelos 4900000000,00, que faça outro milagre...

Operação relâmpago

Até há poucos dias, havia o BES (Banco Espírito Santo),  e havia o GES (Grupo Espírito Santo).

Segundo informa o porta-voz oficioso do governo, Marques Mendes, amanhã, de manhãzinha, irá nascer outro BES: o BES bom, puro e sem pecado original.

Terá como único acionista, o "Fundo de Resolução".

O mau,  está-se mesmo a ver  qual é, fica para os actuais acionistas com "tudo o que é lixo",  e com "todos os esqueletos".

Marques Mendes não explica o que é o "lixo", nem onde estão os esqueletos, mas como entre os acionistas corridos para o BES mau estão o Crédit Agricole e o Bradesco, depois do relâmpago pode vir uma trovoada...

Para trás das costas

António José Seguro andava preocupado com a escolha do comissário português e garantiu que não abdicaria “de discutir com o Governo” o nome a indicar a Bruxelas  

.

Teve uma reunião com Pedro Passos Coelho e ficou mais descansado.

Passos nomeou Moedas e Seguro indignou-se…

António José Seguro andava preocupado com a crise no BES.

Ficou “menos preocupado com sistema bancário após reunião com Carlos Costa”

Este rapaz é fino como um alho: Basta-lhe fazer uma reunião para ficar descansado.

Nós é que não ficamos…

O menor

"Passos diz que Moedas não é uma escolha menor"

Não é menor, é minúscula...

"O alfaiate do Panamá"

A indicação do invisível Moedas para comissário europeu é mais uma maldade do seu protector, Passos Coelho, que em vez de nomear uma personalidade que dignificasse o país, preferiu premiar o moço de recados da Troika.

Se, em Portugal, Carlos Moedas é um ilustre desconhecido, em Bruxelas, será ignorado.

Portugal deixou de estar representado na Comissão Europeia.

A besta ia a conduzir

"Uma girafa morreu hoje enquando era transportada em Pretoria, na África do Sul. O acidente aconteceu quando o camião passou debaixo de uma ponte e o animal bateu com a cabeça."