Como a história já demonstrou, o regime ditatorial que governou Portugal até 1974 foi incapaz de solucionar o problema colonial, provocando uma a guerra em que morreram mais de dez mil soldados portugueses.
Ao fim de treze anos, a guerra não dava sinais de abrandar, e Portugal, que já a tinha perdido no campo diplomático, arriscava-se a perdê-la também no terreno.
Tal situação acabou por mobilizar as forças armadas para derrubar uma ditadura que se mantinha surda aos apelos internacionais, obedecendo apenas aos interesses de uma dúzia de famílias que controlavam o país em prejuízo da restante população.
O processo de descolonização antevia-se doloroso tanto para Portugal, que teve de acolher centenas de cidadãos em fuga das colónias, como para os novos países cujos partidos independentistas continuaram a digladiar-se, prolongando por dezenas de anos a luta pelo controle dos respectivos territórios.
Coube a António Almeida Santos (1926 -2016), então no Ministério da Coordenação Interterritorial, que sucedeu ao extinto Ministério do Ultramar, liderar o processo de descolonização que culminou com a independência das colónias.
Na sequência deste processo, o agora falecido Presidente Honorário do PS, Almeida Santos, e Mário Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros, foram acusados de traição e vilãmente atacados pela direita saudosista da ditadura que se recusava a reconhecer o direito à independência das colónias, preferindo prolongar uma guerra que estava a exaurir o país e não poderia ser ganha.
A táctica da direita de empurrar os problemas com a barriga até azedarem não é nova. Mas o mais grave é que nem f... nem sai de cima e quando os outros resolvem os problemas que cria ainda tem a lata de os criticar.
Comparado com a descolonização, o recente caso do Banif é um exemplo menor, mas não deixa de ser um exemplo.