Como alguém já disse, os afetos atribuídos ao presidente Marcelo de afeto têm pouco. Tudo espremido, é simples populismo.
O problema é que, independentemente das intenções dos respectivos sujeitos, o populismo em Portugal escorrega sempre para o Salazarismo.
Enquanto a direita não gerar uma referência compatível com a democracia, Salazar continuará a ser a sua referência ideológica.
Sá Carneiro e Freitas do Amaral não conseguiram corporizar uma alternativa a essa referência. O primeiro, cuja trágica morte foi explorada no pior sentido, teria hoje dificuldade reconhecer o partido que fundou, tal a deriva de inspiração Salazarista provocada por décadas de liderança cavaquista.
O segundo, Freitas do Amaral, teve de abandonar o CDS.- que lhe deve a paternidade -, pois, doutro modo, arriscava-se a ser expulso pelos arrivistas que transformaram o partido num consumível descartável do PSD.
Em quarenta anos de democracia, o expoente da direita portuguesa foi Cavaco Silva, cuja obra em prol do país foi tão desastrosa que hoje poucos duvidam ser ele o principal responsável pelo atraso de Portugal face aos parceiros europeus.