A desorientação começou no governo, mas espalhou-se como lepra.
O estado geral do país é de total desorientação.
As manifestações manifestam
descontentamento, mas estão sem objetivo. Se descontarmos o silêncio da Fenprof, que perdeu o pio mal o Crato se mudou para a 5 de Outubro, nem o Bloco nem
o PCP tiveram de mudar uma virgula ao guião que usavam contra Sócrates. Se o
governo de Passos cair, o mesmo guião servirá para
o próximo, e assim sucessivamente…
No quadro constitucional vigente, estes
partidos não estão disponíveis para governar. No entanto, não passa uma
legislatura sem apresentarem uma moção de censura. Está no guião.
Se nem o BE nem o PCP se dispõem a contribuir para uma
solução de governo no quadro vigente, no
PS, Seguro não está nada seguro de querer governar.
Acresce que, apesar do que se grita nas ruas, a
Troika não é descartável. Aliás, quem tentou evitar que ela viesse foi Sócrates, ao
contrário de muitos dos que agora querem correr com ela.
De facto foi o BE, o PCP,
o PSD, o CDS e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que abriram as portas à Troika ao rejeitarem
o PEC IV, empurrando o país para o beco sem saída em que se encontra. Desde
esse malogrado dia de Março de 2011, já tivemos que aguentar dez vezes mais
austeridade que a prevista no PEC IV, e a situação do país piorou em todas as
vertentes: Desemprego, défice, divida pública, recessão... Vejam os números.
Para cúmulo, não passa um dia sem que alguém do governo nos
venha insultar ( piegas, cigarras, ignorantes), responsabilizando-nos por todo mal que nos acontece.
A desorientação é tal que já se ouvem vozes, apelando à intervenção do Presidente
da República. Como se, depois da razia que fez na capoeira, a raposa desse um bom cão de guarda…